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Capítulo 14

    Yibo

    Ei, ei, não se esqueça

    De como gemi seu nome nem

    Do gosto dos meus lábios.

    Romeo’s Quest

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    Depois da aula, fui direto para a biblioteca e fiquei por lá até tarde da noite. Achei uma mesa no canto pela qual ninguém nunca passava. Estava aos poucos se tornando o meu porto seguro particular.

    Mas eu nem sempre lia. Na maioria das vezes, ficava escrevendo os motivos pelos quais Zhan e eu podíamos de alguma forma dar certo. Porque, se começássemos como amigos, quando eu terminasse o ensino médio poderíamos fazer a transição para algo mais. Faltavam apenas 120 dias para o fim do ano letivo.
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    Não que eu estivesse contando.

    Então basicamente eu ficava escrevendo meus sonhos. Fantasias que desejava que um dia se tornassem realidade. Estava absorta em meus devaneios criativos e minhas esperanças.

    Depois de pegar alguns livros novos, fui para casa. Deveria ter usado um suéter por cima do meu blusão. Estava congelando. Ficou claro que o calor do outono em Wisconsin estava sendo substituído por um inverno gelado. As lâmpadas dos postes iluminavam bem a rua, e o céu estava escurecendo.

    Enquanto passava pelo cemitério na May Street, parei assim que olhei pela área gradeada. Primeiro vi o carro dele parado no estacionamento. Então o vi. Meu coração parou, mas depois acelerou. Zhan fazia meu coração tranquilo fazer coisas malucas.

    Ele estava ali sozinho, olhando para duas lápides.

    Ainda era uma ferida recente.

    — Ah... — sussurrei para mim mesmo, colocando as mãos em meu peito.

    Parecia que ele tinha interrompido uma corrida, considerando sua bermuda, camisa preta lisa e tênis. Ele corria? Como eu queria saber. Queria tanto saber muito mais sobre ele.

    Ele dobrou os joelhos, chegando mais perto das lápides. Sua boca estava se movendo, e ele passou um dedo em seu lábio superior, antes de dar uma risadinha. Ele riu, mas parecia que também estava franzindo a testa.

    Essas eram as risadas mais dolorosas; as tristes.

    Olhei para a rua para ver se outras pessoas o estavam observando. Não estavam. É claro que não estavam. Por que alguém ficaria olhando uma pessoa num cemitério? Minhas mãos tremeram e comecei a esfregá-las em meu livro.

    Eu devia ter seguido meu caminho. Devia ter fingido que não o tinha visto.

    Mas eu o tinha visto.

    Ninguém deveria ficar sozinho em um cemitério.

    Especialmente Zhan.

    Em poucos segundos, eu estava de pé ao seu lado. Não tinha certeza de como chegara até ali. Pareci flutuar, meus pés me fazendo deslizar até ele. Ele me fazia planar.

    — Ei — sussurrei, fazendo com que ele se voltasse para mim.

    — Yibo. — Havia surpresa em seu tom de voz quando ele olhou para mim. Quase tinha me esquecido do quanto adorava o modo como ele me olhava.

    Pisquei e balancei a cabeça.

    — Eu não queria atrapalhar. Acabei de ver você aqui de pé e pensei... — Pensei o quê? — Pensei em nada — murmurei.

Sr. XiaoWhere stories live. Discover now