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Capítulo 18

    Yibo

    Tenho pensado que devíamos fazer algo,

    Devíamos nos apaixonar lá pelas duas.

    E assim que der quatro horas,

    Infinitas vezes mais eu vou te amar.

    Romeo’s Quest

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    Nossos encontros se tornaram mais frequentes. Nossa ligação ficou mais forte porque foi a única opção que tivemos. Todos os dias depois da aula, eu o esperava atrás da biblioteca com um novo livro que encontrava para compartilhar com ele.

    Ele lia para mim enquanto cozinhávamos macarrão. Eu lia para ele enquanto ele pendurava diferentes amostras de cor pela casa, tentando decidir de que cores pintar as paredes. Ele deitava de cabeça para baixo na cadeira da sala de estar e lia para mim enquanto eu terminava a lição de casa. Eu recitava trechos de livros enquanto ele corrigia provas.

    As palavras soavam tão mais doces, tinham tanta intensidade quando viajavam de seus lábios para meus ouvidos. Sua voz ficava mais alta com a raiva dos personagens, e diminuía com seus medos mais profundos.

    Hoje ele estava sentado com as costas apoiadas na mesinha de centro, lendo para mim, e o observei por um longo tempo. Vi seus olhos piscarem, e seus lábios se moverem. Estudei seus dedos virando as páginas enquanto os pés sapateavam no carpete. E chorei. Não por causa das palavras, mas de esperança. Por uma oportunidade real de felicidade.

    — Zhan — sussurrei, aproximando-me dele. Coloquei minha mão no livro, interrompendo sua leitura. Ele olhou para mim, com um sorriso caloroso no rosto. Peguei suas mãos nas minhas e coloquei-as sobre o meu coração.

— Você está fazendo isso.

    — Fazendo o quê?

    — Me trazendo de volta à vida .

          (...)

Houve dias em nossos encontros em que eu não estava tão forte como no dia anterior. Às vezes lembranças tentavam insistentemente afundar meu coração pela ausência de Haiukan , então Zhan parava de ler. Ele colocava um de seus CDs animados no aparelho de som, no volume máximo.

    — Pausa para dançar — instruía ele, me tirando da tristeza.

    — Zhan... — Eu resmungava, mas nunca recusava uma pausa para dançar. Fazia algumas semanas que eu contara a ele o quanto amava dançar.

    — Venha. Mexa-se — ordenava ele, mexendo os quadris. Ele parecia um palhaço, e eu fiquei ainda mais apaixonado. Levantei as mãos no ar e, lentamente, comecei a me mover para a frente e para trás. Ele estendeu a mão para um dos meus braços e me girou em um círculo, me puxando mais para perto dele. — Me conta o detalhe mais feliz do seu irmão.

    Sorri enquanto dançávamos juntos pela sala de estar.

    — Nie Mingjue.

    — Me conta o detalhe mais ridículo dele — pediu ele.

    Mordi o lábio inferior enquanto pensava.

    — Ele gostava de sanduíches de manteiga de amendoim e picles. Quando éramos crianças, ele montou uma barraca na varanda de casa tentando vender limonada e sanduíches. Nem preciso dizer que ele não ficou rico com esse empreendimento.

Sr. XiaoWhere stories live. Discover now