Sr. Xiao

41

Capítulo 41

    Xiao Zhan

    Nós queimamos juntos.

    Nós queimamos por diversão.

    Nós queimamos na frente de todo mundo.

    Nós éramos as estrelas.

    Romeo’s Quest

        . ⋅ ˚̣- : ✧ : – ⭒ ⊹ ⭒ – : ✧ : -˚̣⋅ .

    Era a noite anterior à volta da Yibo para Chicago. No dia seguinte, depois da escola, ela estaria em um trem deixando a cidade. Eu estava em pé perto do píer com o violão de Haiukan, olhando para a água congelada, com as mãos nos bolsos da calça jeans.

ZhuoCheng tinha vindo ver como eu estava algumas vezes, mas garanti a ele que eu ficaria bem. Eu tinha que ficar. Yibo odiaria se eu não ficasse bem.

    A melancolia se intensificava no inverno. Podia senti-la em cada respiração. A música e a magia do lago foram silenciadas pelo gelo. Mas a música de sua voz delicada cantou para mim.

    — Oi — sussurrou Yibo, andando atrás de mim. Qiren  tinha lhe emprestado o carro para ele se despedir de algumas pessoas. Ele disse que o estava usando só para vir me ver. Suas pálpebras estavam pesadas. Ele também não tinha pregado os olhos à noite.

    — Oi — sorri, virando-me. Yibo carregava uma caixa nas mãos. Meus olhos se voltaram para a pequena fogueira que eu tinha acendido a pedido dele. Eu ri.

— Cara, você está péssimo. Horrível.

    Ele abriu um enorme sorriso.

    — Tão romântico. Você está indo pelo caminho certo.

    — Isso é foda — suspirei, esfregando a nuca.

    — Eu sei... — Caminhamos até a fogueira e ele abriu a caixa.

— Você está pronto?

    Eu não estava. Mas peguei o violão e comecei a tocar, cantando baixinho.

   " Que os ventos sejam amigos, nos levando para casa.

    Que o amanhã seja a beleza para a qual vai cada alma."

    — A caixa de cigarros falsos de Ryan — disse ele, segurando-a. Yibo atirou-a nas chamas e vimos a fumaça subir.

   " Que a jornada valha a morte no fim.

    Que nossas doces lembranças nunca descansem…"

    Quando ele exibiu as cartas de Haiukan, me encolhi.

    — Yibo, tem certeza?

    Uma lágrima rolou por seu rosto e ele assentiu, colocando-as no fogo.

"   Limites tênues entre lá e cá.

    Chamas crepitantes inflamavam o ar.

    Inspire, expire.

    Todos os anjos, ouçam atentamente."

    Terminei de dedilhar o violão de Haiukan e ficamos ali, olhando a fumaça subindo em meio ao vento frio. Yibo enfiou a mão na caixa e retirou duas folhas de papel e duas canetas.

    — E agora? — perguntei, me aproximando dele. Yibo me entregou uma folha e uma caneta.

    — Em cinco anos, onde você se vê? — Yibo olhou para a folha em branco.