Sr. Xiao

23

Capítulo 23

    Xiao Zhan

    O ar está pesado.

    Minha mente, nublada.

    Diga que não estamos prestes a perder tudo.

    Romeo’s Quest

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    Os dias seguintes na escola foram difíceis. Eu estava cansado e deprimido. Mal dormia, pois quando não estava pensando em Yibo, estava preocupado com Haoxuan . Ele poderia ferir alguém. Ele poderia se machucar. Ele poderia prejudicar os meus alunos. Ele poderia machucar Yibo.

    Eu sabia que devia falar com Yibo após a aula, uma vez que ele não havia tirado os olhos de sua mesa. Tentar explicar a situação. Logo antes do almoço, vi que ele estava andando com aquele garoto, Song Kang. Ele tinha estado ao seu lado todos os dias, tentando abrir caminho para o seu coração. Tentando roubar o meu lugar. Ele não precisava se esforçar muito. Eu estava praticamente o entregando a ele. Eu nem estava lutando por ele...

    Yibo olhou para mim por uma fração de segundo antes de se virar para ele e rir alto. Ele pousou a mão no peito de Kang, que sorriu abertamente. O jeito como jogou o cabelo sobre o ombro e riu para ele me deixou louco. A maneira como Kang se aproximava e o divertia me deixou furioso.

    Ele estava dando em cima dele, e Yibo estava retribuindo.

    Mas eu o conhecia.

    Ele só estava fazendo aquilo para me deixar com ciúme.

    E estava funcionando.

    Mesmo sendo só para me irritar, sabia que Yibo gostava daquilo. Tocar alguém em público. Algo que eu não podia lhe dar. Que tipo de homem não dava para sua cara metade o amor que  desejava, de que  precisava?

    Cerrei os punhos e dei um passo adiante, a raiva tomando conta de mim. Não sabia o que ia fazer, mas tinha de fazer alguma coisa. Eu não podia simplesmente desistir dele, deixar que Kang o  conquistasse. Yibo podia não ser mais meu. Podia ter rejeitado a ideia de nós sermos “nós” depois de eu ter estragado tudo e o ignorado numa tentativa estranha de protegê-lo, mas...

    Eu era dele.

    Cada parte de mim.

    Cada centímetro do meu ser pertencia a Wang Yibo .

    E toda vez que ele ria de algo que Kang falava, toda vez que Yibo tocava o braço dele e não o meu, uma parte minha sumia. Uma parte de mim desaparecia.

    — Yibo! — chamei. Ele me olhou como se eu fosse louco, estreitando os olhos.

— Posso falar com você sobre o seu trabalho?

    Ele disse a Kang que o veria na próxima aula e se aproximou de mim.

    — O que foi?

    Levei-a até minha sala de aula e fechei a porta. Meus punhos continuavam cerrados e inclinei-me um pouco, sussurrando:

    — Por que você está dando mole para ele desse jeito?

    Yibo cruzou os braços.

    — Não é da sua conta — respondeu, cheio de atitude.

    Rosnei, passando minhas mãos pelo cabelo.

    — Está fazendo isso para me deixar com ciúme.