𝐀𝐥𝐦𝐨ç𝐨 𝐛𝐞𝐧𝐞𝐟𝐢𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 🍛

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Obviamente Phillipa estava ansiosa durante toda a semana para poder se encontrar com Steve novamente, quer dizer, para ir ao encontro secreto. Onde ele a levaria? Era uma mistura de medo e curiosidade intensos, o que ela nunca havia sentido antes tanto assim. Até as pessoas de sua casa notaram tal inquietação.

Finalmente o sábado chega e com ele a ansiedade dobrada.

- Você vai sair? - Seu pai pergunta entrando no quarto.

- Sim, pai. - Ela responde terminando de fazer seu penteado.

- Posso saber com quem? - Ele pergunta, cuidadosamente.

Donald sempre buscou o respeito entre as filhas, e compreendia que Phillipa estava em uma fase de novas descobertas, o que exigia dele mais respeito ainda.

- Ainda não, pai. - Ela responde colocando o último grampo no cabelo.

- Hum, tudo bem. Tome cuidado. - Ele beija a testa de sua filha e sai.

Apesar de todo o drama de sua vida, Phillipa achava o seu pai o melhor presente que poderia receber e faria de tudo para encontrar um pai igual para os seus futuros filhos.

E ele sabia bem que sua menina estava crescida e no momento de encontrar alguém.

Ela se despede do pessoal da sua casa e vai de encontro com Steve. Dessa vez ela vai sem Bela, visto que provavelmente eles teriam que andar de trem.

Chegando lá Steve a esperava com um sorriso no rosto. Ele estava mais arrumado, mais limpo e mais bonito. Ela se sentia um pouco envergonhada por pensar nisso.

- Srta. May! - Ele a sauda estendendo a mão.

- Sr. Miller. - Ela corresponde levantando a sua, e o mesmo beija as costas de sua mão.

- Pronta para a nossa aventura? - Ele pergunta estendendo o braço para que ela entrelaçasse com o dele.

Ela o faz.

- Sim, na verdade estou muito animada.

- Acredito que não irá se arrepender.

Eles vão até a via de trem de Lingre. Ao entrarem, Phillipa percebe olhares julgadores para ambos, o que a deixa muito irritada.

- Não entendo o porquê dos olhares... - Ela comenta baixo com o garoto, que procurava por lugares para ambos se sentarem.

- Sempre que eu saio de FanHap é assim, principalmente aqui em Lingre. - Ele diz, guiando-a para um assento cujas cadeiras eram uma de frente para a outra e próximas à janela.

- Mas por quê? - Ela questiona, indignada. - Você não é uma pessoa como todos esses? Não faz o menor sentido tal discriminação.

Ele acha graça de sua impaciência.

- É, infelizmente vivemos em uma realidade cujo passado ainda ecoa no presente. Sabia que ainda existem lugares onde a escravidão negreira ocorre?

Ela arregala os olhos, chocada.

- Como assim?!

- Pois é, é muito triste essa situação. Gostaria muito de fazer algo para contribuir com a abolição da escravatura dessas regiões, mas nada posso fazer, apenas pedir ao bom Deus que os ajude. - Ele diz.

Ela cruza os braços com raiva olhando para o horizonte pela janela, pensando no quão absurda era essa situação. Como pode as pessoas julgarem umas às outras apenas por terem características diferentes das delas?

- Mas acalme-se. - Ele diz, tocando seu braço e despertando a garota. - Sei que se sente impotente por não poder fazer muita coisa sobre isso, mas tenha certeza que hoje a senhorita abençoará muitas pessoas.

𝐒𝐮𝐛𝐥𝐢𝐦𝐞 𝐀𝐦𝐨𝐫 - 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐝𝐞 é𝐩𝐨𝐜𝐚Where stories live. Discover now