𝐏𝐚𝐢𝐱ã𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐞𝐝𝐚ç𝐚𝐝𝐚 💔

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No final do dia ao se aproximar de casa Phillipa se lembra de que deveria passar na casa dos Gordon, o que a deixou muito incomodada.

Ela só iria o fazer por educação, sua vontade mesmo era de voltar para casa e aproveitar o resto de seu aniversário sem infortúnios.

Chegando lá ela é recebida por Sra. Gordon com um grande sorriso, convidando-a para dentro.

- Entre, querida, está começando a esfriar aí fora. Querido, ela chegou. - Ela chama John que estava na cozinha.

O garoto vai de encontro com Phill e sua mãe parte para a cozinha, deixando-os a sós. Ele não estava nervoso como de costume, na verdade estava bem à vontade, o que a garota estranhou.

- Phillipa! Perdão não ter ido parabenizá-la em sua casa, mas tive de resolver algumas coisas. - Ele explica. - Mas, feliz aniversário! - Ele a abraça, deixando-a muito confusa.

- Obrigada... - Ela agradece meio desconfiada.

John Gordon nunca a abraçava, pois nunca teve coragem o suficiente para tal ato. O que havia dado nele para estar todo desinibido dessa maneira?

- Eu tenho um presente para você também. - Ele a entrega uma caixa com uma escova de cabelo muito bonita e, aparentemente, cara.

- Obrigada, é linda... - Ele alarga ainda mais o seu sorriso com tal elogio.

Phillipa se sente muito incomodada. O que estava acontecendo?! Ela deveria ir embora o mais rápido possível antes que...

- Bom, obrigada pelo presente, agora tenho de ir, creio que o pessoal está me esperando...

- Espere, Phill, por favor. - Ele segura o braço da morena que estava prestes a sair.

Dessa vez a sua mão tremia, e Phillipa sabia bem o porquê.

- É que eu preciso sair agora... - Ela diz, hesitante.

- Eu sei, mas é que, agora que você completou 18 anos, creio que já cresceu o bastante e está bem mais madura do que nunca, e isso é perceptível. - Ele inicia e Phillipa sente seu coração bater forte.

Ela sabia o que ele iria fazer, e mesmo assim temia. Muito.

- Desde quando éramos pequenos, Phillipa, eu sabia que era você a garota dos meus sonhos e com quem quero me casar. É tão inteligente, destemida e gentil, e tão, tão bonita. - Seu nervosismo era perceptível, mas ele falava com firmeza em sua voz, como quem sabe exatamente o que quer. - Nossas famílias sempre foram próximas, eu e você temos um ótimo patrimônio juntos, a Cidade inteira nos apoia e, o mais importante , eu te amo, de verdade. Por isso... - Ele se ajoelha, deixando Phillipa mais aflita ainda. - Phillipa May, você aceita se casar comigo?

Não, não, não, não! Por que ele tinha que escolher logo ela? Tinham tantas outras garotas que gostariam de estar em seu lugar!

Ela não queria humilhá-lo, mas não podia aceitar se casar com ele, nunca o amou de verdade e nunca assim o cogitara.

Sua barriga doía de ansiedade e suas pernas tremiam, que sensação horrível a de negar um pedido de casamento de alguém que claramente gostava dela!

Ela se compadece em pena e a sensação de arrependimento por tê-lo tratado tão mal por todos esses anos se sobressai em seu peito, o que comprova o que ele mesmo falara a respeito da maturidade que ela adquirira. Se fosse há um ano atrás ela o teria humilhado com uma resposta ríspida, mas agora ela não conseguia ser grossa com ele, pois aprendera o que era amar de verdade por causa de Steve, o único dono de seu amor genuíno, e seu coração doía só de pensar em machucar outro que a amava verdadeiramente.

Mas o que ela poderia fazer se não era e nunca foi recíproco o que ele sentia? Ah, céus, que situação demasiadamente desagradável e humilhante!

- John...

Ela tenta, mas é interrompida pelo mesmo.

- Eu sei, Phill, que você não me ama tanto assim. Mas tudo bem, mesmo se for somente as migalhas de seus sentimentos, eu as aceito, contanto que tenha você comigo... - Ele fala em tom de súplica.

Phillipa sente vontade de chorar. Isso era tão trágico! Ah, John, por que fizeste isso?!

- Desculpa, John, mas não posso me casar com você. - Ela enfim responde, levantando o garoto com as mãos que havia ficado sem acreditar na resposta. - Você é um homem respeitoso e mui gentil, por isso não merece receber um amor falso. Lhe peço desculpas por toda a minha grosseria e vergonha que te fiz passar ao longo dos anos... E mesmo assim você foi sempre tão educado e benígno comigo... - Seus olhos marejam ao verem os do garoto se encherem de lágrimas. - Mas não posso, John, me desculpe, de coração. Não queria lhe causar nenhum mal, mas infelizmente este pedido terei de recusar. Espero que encontre alguém que o ame de verdade, pois você merece. - Ela tenta dizer cuidadosamente, mas o garoto continua estático, com uma expressão de derrota. - Adeus. - Phill sai de lá o mais rápido possível.

John cai em prantos. Durante toda a sua vida ele esperou por esse momento, e tudo foi por água abaixo! Por que insistia em gostar de alguém que não dava a mínima para ele? Se sentia o mais idiota do mundo!

Seu coração estava em pedacinhos e os seus sentimentos deteriorados. Como ele poderia viver sem ser ao lado dela, a garota que ele mais amou na vida?!

Mesmo com tantas evidências da negação, ele tinha a esperança de que ela fosse aceitar, por isso esperou que ela alcançasse uma idade maior... Mas não.

Ela continuava o odiando, e ele se sentia tão, mas tão burro por ter agido como um idiota ao longo dos anos!

Os seus mais belos sonhos agora estavam despedaçados.

Seus pais saem da cozinha, pois haviam assistido toda a cena, e vão consolar o filho desolado.

- Sinto muito, filho. - O pai se sensibiliza tocando o seu ombro.

- Eu não acredito que ela pôde fazer isso. Essa Phillipa sempre foi assim indecisa, perdida, nunca soube o que quer de verdade! - Sra Gordon pragueja. - Não sabe aproveitar as oportunidades que lhe aparecem na vida! O casamento de vocês seria um ótimo e lucrativo investimento!

- Mãe, eu não queria casar com ela por causa de negócios, é porque eu realmente a amava... Amo. - Ele explica, de coração partido.

- Não se preocupe, querido, existem outras garotas para você aqui em Lingre. - Ela fala abraçando-o, sentindo muita raiva de Phillipa por ter partido o coração de seu filho.

- Mas eu só quero ela... - John choraminga no ombro da mãe.

Phillipa só conseguiu chegar em casa e ir direto para o quarto. Deu graças a Deus por Sthephany e William não estarem lá e a sua família tê-la deixado a sós, mesmo que preocupada e desconfiada. Sua cabeça já estava muito cheia com a quantidade de acontecimentos daquele dia.

Ela não consegue dormir apenas pensando em quão dilacerado estavam os sentimentos de John naquela noite. Ela não queira ter de machucá-lo, mas não tinha outro jeito...

Mesmo com a alegria de Steve, seu peito doía pela tristeza de John.

Mas ao mesmo tempo ela sentia alívio por ter, enfim, recusado o pedido e impedi-lo de uma vez por todas de pensar em possibilidades irreais de uma vida em conjunto com a dela.

Essa fatídica situação trouxera péssimos sentimentos à Phillipa. Um dia que começou com tanta alegria terminara, agora, com tristeza.

𝐒𝐮𝐛𝐥𝐢𝐦𝐞 𝐀𝐦𝐨𝐫 - 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐝𝐞 é𝐩𝐨𝐜𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora