Trem-Bala?

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Depois daquilo tudo eu saio pro lado de fora e pego em meu celular, estava tentando ligar para Luiza mas a única coisa que pude escutar foi:

Você tem trinta centavos.
Não foi possível completar a sua chamada.

— Aí, é óbvio que os créditos iam acabar agora! — Digo revirando os olhos e logo escuto umas vozes, me viro e vejo Tom se gabando para umas garotas.

— É mentira. O pessoal fala que dói, mas eu achei bem suave. — Diz Tom se referindo a tatuagem de um leme que tinha feito em sua mão. Eu acho que vocês deviam todos fazer. A próxima que eu quero fazer é nós dedos. "06 20." É irado, né? Não fica?

Eu me aproximo do mesmo quando escuto o mesmo falando aquilo eu solto uma risadinha.

— Por que você não tatua "bad boy" na lombar logo? Com um olhinho de cada lado, hein? — Kaulitz olha para mim e eu logo olha para as garotas que ele estava conversando. — Eu preciso falar com você. Sobre a Luiza.

— Não, esquece. — Diz Tom pegando em sua mochila saindo rapidamente dali e eu sem pensar duas vezes vou atrás do mesmo.

— Eu preciso falar com ela. Pelo menos me empresta seu celular? — Pergunto para ele que apenas tira uma lata de spray para fazer grafite eu suponho. — Meus créditos acabaram.

— Não adianta, ela não vai atender. Não converso com sua irmã desde o aniversário dela. Ela não atende meus telefonemas, não responde o MSN, e também não aceitou meu depoimento no Orkut pra ela.

— Ih, pesado. — Digo olhando para Tom que concorda balançando a cabeça mas logo me olha com um sorrisinho de canto.

— Mas quer saber? Foda-se. Se ela não quer, eu também não quero. — Diz Kaulitz que logo se aproxima da parede e começa a grafitar alguma coisa.

— Ah, e por isso você decidiu investir nessa imagem de revoltado? Tatuagem, pichação. Novas músicas com a banda. — Digo sorrindo levemente enquanto admirava o mesmo.

— Ficou todo esse tempo sem conversar comigo pra vir me dar sermão agora? — Diz Kaulitz dando uma rápida olhada em mim e eu logo o olho com uma sobrancelha arqueada.

— Não, eu não sou a sua mãe. É que eu acho que tem outras maneiras de lidar com isso. Sei lá, conversar com um amigo. Eu sei que o Eduardo não é o melhor ouvinte, mas...

— Eu não falo com o Eduardo desde que ele foi expulso, Anitta. — Diz Tom depois de escrever a frase: Liebe fickt gerne herzen.

O Eduardo foi expulso? — Pergunto levemente surpresa. — Então é por isso que eu não tô ouvindo aquela risadinha agradável pelo pátio. — Digo revirando os olhos e logo escutamos a diretora Beth dando sermão em alguém.

Tom rapidamente pega em minha mão e nos escondemos atrás de um caixote do lixo. Para ela não ver que Tom tinha grafitado a parede da escola.
A gente se abaixa ficando com os rostos bem perto de um do outro.

— Eu acho melhor a gente... — Kaulitz não me deixa terminar a minha frase e ele apenas coloca o seu dedo indicador no meio de nossas bocas me impedindo de continuar falando.

Eu olho em seus olhos castanhos e Tom olha com atenção para o meu rosto, como se estivesse me admirando. E quando olha para os meus lábios ele brinca com o seu piercing.

𝐃𝐞 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐚𝐨𝐬 𝟏𝟓 ll Tom Kaulitz. Onde histórias criam vida. Descubra agora