Dona

XXXXI

Oi bonitas 💚
Essa att tá cheia de reencontros e declarações. Espero que a escrita não tenha ficado enfadonha.
Tá cheia de significado e sentimentos.
Aguardo ansiosa os comentários de vocês!!!
Dicas sempre são bem vindas!
Obrigada pelo carinho de sempre 😍
Xero 😘😘

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Seguro ele no colo, como se minha vida dependesse disso. Me agarro a ele chorando. Não me importo com os que estão ao meu redor. Não escuto o que eles falam. Não enxergo ninguém, pois fecho meus olhos com a mesma intensidade em que o abraço.

Me afasto olhando o seu rosto para constatar que é ele mesmo, para ter certeza de que não estou sonhando, de que ele está realmente em meus braços.

- Tia, eu não vou mais fazer isso. Juro de mindinho! - Ele levanta o dedinho para mim. - Eu fiquei com muito medo. O celular da senhora descarregou e eu não sabia mais voltar pra casa. Pensei que não ia ver a senhora nunca mais. A tia Erika ficou comigo… - Ele aponta para a moça, me recordo da sua fisionomia. 

- Obrigada! - Falo para ela que me observa de longe. Ela apenas sorri e enxuga algumas lágrimas emotivas. - Obrigada!

Zelha se aproxima de nós e também compartilha o mesmo abraço conosco. 

- Que susto você deu na gente, criatura! Sua tia quase tem um treco de preocupação! 

- D-desculpa! Eu não vou fazer mais…

Alguém traz uma cadeira para que eu me sente. Coloco ele sentado no meu colo e tento acalmar minha respiração enquanto olho para ele. Passo as minhas mãos pelos seus cabelos, braços, mãos, ombros; constatando que não há nada fora do lugar.

Que não há nada de errado! 

Que ele voltou inteiro para mim!

Cheiro seu cabelo e fecho os olhos. Detendo-me ali por alguns minutos. Minhas lágrimas não dão trégua e continuam descendo pelo meu rosto, incansavelmente. 

- Tá tudo bem, Tia! Não aconteceu nada! - Ele dá de ombros. 

- Mas poderia ter acontecido, Pietro. 

- Eu tô de castigo?! 

- Pra sempre! Você tá de castigo pra sempre! Não vai sair de perto de mim nunca mais… 

- Pra sempre é quanto tempo?! - Dou risada. 

- Engraçadinho! É muito, muito tempo!

- Ah, não! Mas hoje é meu aniversário, hoje eu tô liberado do castigo. Olha lá! - Ele aponta o dedo para mim. - A senhora disse ontem que ia abrir uma “seção”, eu ouvi. 

Todos ao meu redor começam a rir. 

Agradeço ao pessoal da padaria, à equipe de policiais, ao delegado, ao motorista do Uber e à todos que se preocuparam e nos ajudaram. Meu celular está descarregado, mas o da Zelha não pára de chegar mensagens de pessoas, amigos e familiares; perguntando, consolando, oferecendo palavras de ânimo e encorajamento, querendo saber em que podem nos ajudar ou serem úteis. 

Me lembro de alguém que está faltando aqui, nesse momento. 

Nosso reencontro está incompleto! 

- Zelha… o Alexandre, ele veio pra cá, não… ele foi para o cemitério… - Olho para o Pietro. - Pietro, você ainda quer visitar seus pais?!