LXXI

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Oii bonitas 💚
Nossa história de ogrinhos está quase no fim. Só mais umas duas ou três atts.
Xero 😘😘

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Após prestar o meu depoimento, pedimos um Uber e voltamos para casa. Quando eu saí da sala em que estava com o delegado, o Alexandre estava me esperando encostado próximo a parede, perto da porta.

Olhei para ele sentindo um aperto no peito, porque sei o que virá a seguir. Sei que ao chegarmos em casa não vou ter como fugir da verdade. Não vou ter mais como escondê-la dele.

Saímos do carro que estacionou na calçada da nossa casa e ele se adianta para abrir a porta da frente, segurando-a para que eu passe e depois a fechando atrás de si. A casa está silenciosa e presumo que todos já estejam dormindo. Deixo minha bolsa no sofá da sala e vou em direção a cozinha para beber um copo d'água.

Ele me segue. Senta-se próximo ao balcão e me examina em silêncio com os braços cruzados sobre o peito.

– Giovanna... - sua voz soa grave quando ele interrompe o silêncio que se formou entre nós dois. - Eu tô esperando! Eu tô esperando, Giovanna! Tô esperando desde que saímos daqui com a polícia.

Me encosto no balcão próximo a ele e coloco o meu copo com água quase cheio próximo a ele. Ele não bebe a água.

– Eu vou te contar tudo o que eu contei pra o delegado. Eu não fiz nada de errado, amor. Nada legalmente errado.

– Nada legalmente errado?! - ele pergunta levantando as sobrancelhas. Formando várias rugas em sua testa.

– A única coisa que eu fiz de errado... foi mentir - falo a última frase com pesar.

– Mentiu pra polícia?!

– Não... pra você - olho para ele que parece se espantar com a minha resposta.

Oxi, bonita! Deixe de conversa! Desde quando isso?! Eu te conheço melhor que ninguém, tu não ia conseguir mentir pra mim. E tu também me conhece, sabe que eu não gosto de mentira - ele ri. Um riso nervoso.

Me sento próximo a ele e tento me concentrar no que eu vou falar.

– Você lembra o dia do meu aniversário?! Há dois anos?! Quando você fez uma festa de noivado e aniversário?!

– Lembro.

– O José Filho me enviou uma mensagem, em tom de ameaça. Eu não me lembro muito bem o que ele disse, mas eu lembro de ter apagado a mensagem por ter ficado com raiva. Por ter ficado com medo. Eu não me lembro bem.

– Por que tu apagou a mensagem?! Por que não me mostrou?!

Dou de ombros.

– Não sei! Nós estávamos felizes! Eu estava feliz! Você estava comigo e naquele momento eu não queria pensar em nada que me tirasse essa felicidade. Mas aí veio a Alice.

– O que tem Alice?!

– Alexandre, você não ouviu?! O delegado disse que o José Filho mandou ir buscar a Bianca e ela. E se ele fez isso porque achou que isso nos afastaria?! Que isso pudesse abalar nossa relação e nos separar?! Depois do que eu fiz com a empresa do pai dele, ele só queria acabar com a minha felicidade. E ele sabia que só estando ao seu lado eu seria feliz. Alguém que trabalhou contigo na construtora conheceu a Bianca? Quando você morava em Recife?

– Claro. Sempre tinha eventos e reuniões em que a gente podia levar alguém. Eu a levava. Mas como ele sabia que Alice era minha filha?!

Coço a garganta e me remexo na cadeira. Minhas mãos suam.

DonaWhere stories live. Discover now