¹ Maldito...!

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— Antes de ler, lembre-se que essa fanfic foi feita no intuito de entreter e agradar os fãs. Caso não goste do shipp, apenas não leia.

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CAPÍTULO 1

Lucifer nunca havia se importado com um extermínio antes.

Ele sempre viu o povo do inferno como pecadores imperdoáveis, almas podres e sombrias que tiveram sua chance na terra e a desperdiçaram, e agora iriam sofrer nas chamas aterradoras até morrerem de vez. Era simples.

Mas quando Charlie lhe mostrou uma visão do Hazbin Hotel, e ele pôde conhecer as pessoas que ali viviam, Lucifer percebeu que seu olhar para o próprio reino era distorcido, baseado em uma frase infame que seus irmãos, os anjos, um dia lhe disseram:

"O inferno é para sempre. Eles tiveram sua chance e agora pagarão por isso."

Isso não era mais correto. Charlie provou a ele que existem almas boas no inferno, e elas mais do que tudo mereciam uma chance de conhecer os portões perolados do céu.

Como Sir Pentious...

Charlie contou a Lucifer que aquele projeto de cobra não fazia mal a ninguém, e era apenas um pouco sonhador e dramático. Ele agia de forma maléfica pois era assim que todos no inferno eram, e atacar prédios, procurar briga com Angel e Cherry Bomb, irritar Alastor e ser usado pelos Vees foi apenas Pentious tentando se encaixar. Mas ele não pertencia ao inferno.

E quando o extermínio sanguinário acabou e todos do Hazbin se deram conta que Pentious havia se sacrificado por eles, a realidade caiu sobre Lucifer e ele se sentiu extremamente miserável.

Seu próprio povo. Eles eram seu povo.

E estavam morrendo para alguns anjos que achavam que tinham algum senso de justiça, quando na verdade apenas queriam brincar de matar sem serem julgados.

Adam era o mais podre e irreversível. O primeiro homem não passava de uma falsificação barata do que deveria ser a pura luz... Como alguém do calibre dele viveu no céu, e não no inferno, Lucifer não sabia.

Mas o desastre estava feito. Centenas de canibais haviam morrido na pequena guerra, o hotel que Charlie tanto gostava havia sido destruído, e um de seus fiéis companheiros, Dazzle, havia perecido. Ele havia visto aquela pequena criaturinha crescer e a criou junto de Charlie, e agora Razzle estava sozinho, sem o irmão.

Malditos sejam os anjos exorcistas. Malditos seja o reino do céu.

Maldito seja Lucifer por perceber tudo tarde demais.

Maldito seja Lucifer por chegar na guerra quando o desastre já havia ocorrido.

Maldito. Maldito. Maldito.

PORRA!

Ele ajudou Charlie a reconstruir o hotel e achou que estaria bem assim. Todos estavam descansando e comemorando uma pequena vitória, mas ele se restringiu à culpa.

Ele sumiu quando sua filha mais precisou. Quando seus amigos mais precisaram... Maldito seja ele mesmo! Maldito seja Lucifer!

O rei virou uma garrafa inteira de álcool e sentiu seu corpo queimar com o líquido. Ele estava sozinho no bar reconstruído de Husk, aproveitando o que quer que fosse seu momento solitário e mórbido. Seu rosto estava contorcido em uma expressão rancorosa, raivosa... e, principalmente, culposa.

Lucifer bateu a garrafa com força no balcão, sentindo todas as juntas de sua mão apertando o vidro prestes a rachar. Ele não se importaria com um arranhão ou dois nesse estado, então foda-se os cacos.

Corações Partidos | RadioappleWo Geschichten leben. Entdecke jetzt