¹⁴ Felicidade

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— Antes de ler, lembre-se que essa fanfic foi feita no intuito de entreter e agradar os fãs. Caso não goste do shipp, apenas não leia.

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Capítulo 14

Quando Charlie saiu da sala para atender o telefone, todos entraram em um silêncio mortal.

Tudo o que conseguiam ouvir era a voz fraca da princesa e o som da televisão que Adam deixou ligada. Um pouco de estática preenchia o ar e causava calafrios, mas ninguém ousou abrir a boca enquanto Charlie não voltasse.

Minutos que pareciam horas estenderam-se. Lucifer tremia e transpirava, sentindo-se fraco e amedrontado de repente. Ele olhou para Alastor, cuja mantinha a expressão pacífica de sempre, e tentou achar o mínimo de conforto, mas o demônio retribuiu com um olhar repleto de dúvida, como se perguntasse silenciosamente "para que se preocupar com isso?"

Lucifer mordeu o lábio. Ele perdeu a fome de repente, mas deveria esperar por Charlie.

E, quando ela finalmente apareceu, os olhos ansiosos do rei procuraram qualquer notícia boa em sua expressão, mas a princesa estava tensa e desconfortável.

— Minha mãe... Lilith  — Ela pigarreou. — Vai vir ao hotel em uma semana.

O som de estática aumentou. Adam não aguentou mais e alcançou o controle para desligar a TV, mas o clima não parecia melhor.

— ...Isso é bom, certo? — Vaggie perguntou, sendo a primeira a conseguir falar, mesmo que receosa. — Digo, você sempre quis que isso acontecesse...

— Óbvio! — Charlie tentou demonstrar felicidade. — Mas... Digo... — Seus ombros caíram. Ela não sabia o que responder. — Ela sumiu por tanto tempo, e agora aparece do nada...

— Ela disse mais alguma coisa na ligação? — Angel forçou-se a perguntar.

A princesa manteve um curto silêncio, mas trocou olhares com Lucifer.

— Que precisava conversar sobre algo sério com meu pai. — Respondeu.

Lucifer não aguentou mais. Ele se levantou abruptamente da cadeira, assustando a todos.

— Estou satisfeito. — Disse, mesmo mal tendo tocado nas panquecas que a princesa preparou. — Vou me retirar agora.

Quando ele saiu, a sala caiu em outro silêncio assustador.

Ninguém tentou impedi-lo, pois estavam todos atônitos demais para pensar em qualquer outra reação senão completo choque.

Mas Lucifer ainda esperou...

Ele ainda pensou, que ao menos aquela pessoa o seguiria.

× × ×

Talvez Lucifer fosse alérgico à felicidade.

Talvez ser o rei do inferno arrancou dele todas as chances de ser minimamente feliz por mais de um dia.

Ele estava bem, estava REALMENTE bem. Ele tinha reatado com a filha, encontrado uma família e até alguém para amar. Lucifer havia conquistado tudo que desejou durante anos em alguns meses, e definitivamente não poderia pedir por mais.

Mas, se Lilith voltasse, o rei temia o que ela poderia tirar dele.

Lilith nunca foi fácil. Ela tinha personalidade forte, autoritária e sempre dava um jeito de estragar os momentos bons que eles tinham em família. E, mesmo com isso tudo, Lucifer se prendeu a ela, amou-a e dedicou-a tudo que poderia. Ele esperou por sua volta todos os dias, esperançoso que, se acontecesse, eles poderiam alterar as coisas, recomeçar e dar a Charlie uma família feliz de verdade.

Corações Partidos | RadioappleWhere stories live. Discover now