¹⁰ Paixão...?

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— Antes de ler, lembre-se que essa fanfic foi feita no intuito de entreter e agradar os fãs. Caso não goste do shipp, apenas não leia.

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Capítulo 10

— Qual o motivo de tamanho fascínio por patos, Majestade?

Alastor estava arrumando o barco enquanto Lucifer tirava algumas fotos, fazendo o possível para capturar toda a beleza da embarcação, que possuía a cabeça de um pato gigante esculpido na frente dela.

— Precisa ter motivos para gostar de algo tão lindo e fofo? — Lucifer tirou uma selfie dele e da cabeça de pato.

— Gostar não se encaixa no seu vocabulário. — O demônio zombou.

Lucifer rolou os olhos, pulando dentro do barco quando ele foi colocado no lago.

— Alguns animais da terra foram invenção minha, quando eu ainda estava no paraíso. — Disse, vendo Alastor subir na embarcação e sentar-se de frente para ele. No mesmo momento, Lucifer usou seus poderes para fazer ele se mover sozinho. — Não é exatamente o caso do pato, mas foi um irmão próximo a mim quem fez.

— Hmmm. — Alastor parecia interessado, olhando para Lucifer ansioso pelo resto da história.

O soberano ficou um pouco desconcertado, mas continuou.

— No dia da invenção, pediram para a gente fazer alguns protótipos do que seria um bom pato. — Lucifer começou a se lembrar de seus dias no céu. — Eu fiz um cinza, um pouco diferente de como é hoje. Dediquei horas do meu dia naquilo, e fiquei muito satisfeito com o resultado. Era um dos meus trabalhos que mais apreciei.

— Mas não foi aprovado? — Alastor ergueu uma sobrancelha. Ele entrelaçou os dedos e apoiou o queixo nas mãos.

— Não. O meu irmão acabou fazendo um mais bonito. Ele era mais novo que eu, e havia sido sua primeira vez tendo um animal aprovado. — Lucifer sorriu, meio inseguro. — Eu fiquei muito feliz por ele, de verdade...

O rei sentiu um aperto em seu coração. Ele queria continuar falando tranquilamente, mas espinhos pareciam estar cortando sua garganta por dentro.

Lembrar-se do paraíso e dos anjos que costumava gostar era sempre uma faca de dois gumes.

— E o que aconteceu com seu animal? — Alastor insistiu.

Lucifer suspirou, olhando para o extenso lago. Aquele era bem maior que aquele que visitou com Alastor alguns dias antes.

— Joguei fora. Ele não era mais útil. Nunca foi. — Sua voz era um pouco trêmula, mas Lucifer não queria que o Overlord percebesse. — Eu ajudei meu irmão a dar vida ao pato dele, e desde então tenho os admirado todos os dias.

— Como uma forma de se lembrar do anjo?

Lucifer se surpreendeu com aquela pergunta, encarando Alastor em choque. Ele ficou calado por alguns segundos, mas assentiu logo depois.

— Ele foi um dos únicos que tentou me defender até o final. — O rei odiava se lembrar disso. Era doloroso... — Perdemos o contato depois disso.

Alastor franziu as sobrancelhas. Lucifer não entendeu o porquê, mas suspirou fundo, tentando se recompor.

— Mas isso já faz, tipo, mais de dez mil anos. Não é como se eu realmente sentisse saudades ou coisa parecida. — O rei riu, mas era claramente forçado.

Corações Partidos | RadioappleWhere stories live. Discover now