JUNGKOOK
Minha mãe e eu estamos jantando há dez minutos, em silêncio.
Eu ainda não consegui dizer uma palavra do que eu havia ensaiado — mentalmente — sobre o colégio Dallas.
Puxa.
Cheguei em casa há mais de uma hora e, desde então, meu coração está acelerado de nervosismo. Passei o resto das aulas pensando em tudo que preciso falar, cada um dos meus receios, medos, vontades; tudo que eu estou sentindo.
A cada segundo, fica mais difícil guardar esses sentimentos — mas mais difícil ainda, é colocá-los para fora de mim.
Puxa vida. Por que eu estou tão receoso? Mamãe é tão compreensiva... e eu estou tão bem preparado. Até cheguei a escrever o que quero dizer — como Seokjin me aconselhou a fazer. No ônibus, ele me disse que um "roteiro" me ajudaria a lembrar de todos os pontos importantes sobre a minha decisão de não ir para o colégio Dallas no ano que vem, e foi o que eu fiz.
Estou segurando esse roteiro agora, embaixo da mesa, e olhando discretamente para ele a cada cinco segundos. Mas mesmo que ele tenha tudo que mais me incentiva a dizer, a me abrir com minha mãe e falar como me sinto, ainda não consegui dizer nada.
Puxa. Por que estou tão inseguro? É porque Juna disse um monte de besteiras essa manhã? E no fim de semana? Ela não sabe de nada, e é uma idiota maldosa... então por que ela continua me causando isso?
Respiro fundo. Mamãe está colocando mais queijo ralado em seu espaguete — ela já fez uma montanha de queijo, mas não para de colocar mais — e não me percebe olhando-a com atenção.
Sinto minha boca tremer. Abro-a uma, duas, três vezes. Nada sai...
Até que...
— Mãe? — chamo. Finalmente.
Minha mãe solta o queijo ralado.
— Sim, querido?
Normalmente, mamãe e eu trocamos poucas palavras no jantar. Conversamos bastante enquanto cozinhamos, mas quando comemos, ficamos mais silenciosos — papai diz que é porque gostamos de nos concentrar no sabor da comida. Quando meu pai está presente, falamos mais porque ele é tagarela.
Agora que somos apenas eu e a minha mãe na maioria dos dias, o silêncio é comum nas refeições — o que só torna mais difícil começar o assunto sobre o colégio Dallas, puxa...
Minha mãe continua me olhando, esperando que eu diga alguma coisa. Noto que ela parou de enrolar o macarrão no talher, e sinto que preciso falar algo logo. Rápido. De uma vez.
— Mãe... eu... — Inspiro fortemente. — Eu queria falar sobre... — Olho para o papel sob a mesa de novo, voltando rapidamente para minha mãe. — Sobre o... colégio D-Dallas.
Apesar do meu aparente nervosismo, mamãe continua calma e paciente, olhando para mim com carinho.
Quando não falo nada por longos segundos, ela me encoraja:
— E sobre o que você quer falar, meu bem?
Engulo em seco, olhando para o meu prato. Puxa. Preciso começar...
— Bem... eu... não consegui comentar com vocês hoje de manhã que eu não quero... não quero estudar no colégio Dallas. Nem me mudar daqui. — Não consigo olhá-la. Ainda não. — E-eu... eu sei que é uma oportunidade incrível, mas... não consigo gostar da ideia. Me sinto muito assustado com isso e não... não me vejo fazendo nada parecido...
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Ele é Como Rheya {jikook}
FanfictionÉ o começo do primeiro dia de aula depois das férias de verão quando Jeon Jeongguk sente que o ano letivo de 1983 será como qualquer outro. Ou seja: comum e muito chato. O que depois de alguns minutos ele descobre ser um completo engano, já que um g...