14. Ele é como um Filme cheio de cor

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JUNGKOOK

Naquela segunda-feira, meu despertador me acordou às cinco da manhã. Lippy estava dormindo na porta do banheiro enquanto eu escutava, deitado no carpete do quarto, a fita que fiz na noite passada.

Na verdade, eu não fiz, fiz. Somente passei todas as músicas do disco que Jimin me deu para a fita, porque queria ouvir as músicas a todo momento, inclusive no ônibus e na escola.

Ai, ai... Puxa, Jimin...

Às vezes eu me pergunto como isso pode ser possível. Puxa, eu conheci Jimin esse ano e ele me deu um vinil de uma banda que, baseado nas fitas que lhe emprestei, ele achou que eu gostaria. Então me deu de presente, mesmo que não fosse meu aniversário, e quando escutei, tive certeza de que Aztec Camera já tinha um lugar reservado em meu coração.

Ele acertou em cheio. Isso me deixa muito surpreso...

Enquanto escutava a fita, me levantei e me deitei na cama novamente. Coloquei os pés na parede e fiquei de cabeça para baixo, deixando o sangue se concentrar em meu cérebro.

De olhos fechados, eu não podia escutar nada em lugar algum que não fosse em meu fone de ouvido, sonolento com a melodia de The Bugle Sounds Again. Eu acho que essa é definitivamente minha música favorita do disco. Ela me faz sentir... Entorpecido.

Quando os acordes da seguinte faixa começaram, minha mente viajou para outra galáxia... Apertei os lençóis, prestes a ficar com dor de cabeça quando, involuntariamente, pensei em Jimin.

Talvez seja bobo, ou até mesmo pretensioso dizer que pensar nele é involuntário. Acho que a palavra certa seria automático, porque não importa qual música esteja tocando, eu estou sempre me lembrando e... Bem, deixando-me pensar em Jimin.

Eu não conseguia mais. Eu não conseguia não pensar em Jimin.

Eu sorri pequeno enquanto os instrumentos preenchiam minha mente, porque hoje é segunda e eu vou ver Jimin no colégio. E então, começarei a vê-lo todos os dias da semana...

De todas as formas, o fato de que ele está lá me faz querer frequentar o colégio. Não porque eu gosto das aulas ou preciso passar de ano. Apenas porque Jimin estará lá.

Jimin vai estar lá... Hoje eu irei ver Jimin...

Meus dedos se fecharam ainda mais, o tecido pinicando minhas mãos. Agora minha cabeça inteira estava quente. Quando abri os olhos, estava tontinho e via pontos flutuantes em meu quarto. Lippy me olhava com a cabeça tombada para o lado, como se perguntasse se sou louco.

— Acho que sim — eu respondi, rindo, grogue de sono e tontura. — Mas é por causa dele.

Um segundo depois, minha mãe abriu a porta do quarto com tanta fúria que me assustei.

Ai meu Deus!

Deixei-me cair de cabeça no chão, despencando da cama.

Tirei os fones e chutei o walkman para debaixo da cama, ficando de pé. Cambaleei antes de dizer:

— Bom dia!

Minha mãe, ou... Pelo menos uma alucinação dela, me olhou com desconfiança e bravura.

— Você caiu da cama?

— Não! Eu só desci.

— Aham, sei! Deve ter dado pra ouvir o barulho da sua cabeça batendo no chão lá do vizinho!

Sutilmente, massageei minha cabeça. Acontece que, se minha mãe me pegasse escutando música antes de me levantar, tomar banho, escovar os dentes e fazer essas coisas, ela me daria um cascudo! E eu ainda estava de cabeça para baixo, ela detesta quando faço isso porque acha que eu vou morrer, ou sei lá o quê...

Ele é Como Rheya {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora