13. Ele é como o Sol

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JIMIN

— Não, senhor. Não sou maior de idade.

Eu acho que nunca vi tantos idosos assim antes. É engraçado e fofo, e também é estranho, porque todos eles estão mexendo em mim ao mesmo tempo.

Ok. Tenho certeza de que é estranhamente engraçado.

— E o que é esse seu cabelo? — o mesmo senhor de antes indagou, completamente surpreso com minha aparência. Engoli em seco.

— É meio que... O meu cabelo...?

— Você pintou sem a supervisão de seus pais? Rapazinho... — A senhora fez aquela cara de quem iria repreender.

— Não! Não, não, senhora, ele é assim mesmo. É de nascença — eu disse, fazendo todos se espantarem. — Minha mãe é estrangeira e meu pai coreano, então eu meio que sou assim. Assim mesmo.

O senhorzinho afirmou com a cabeça, e as outras duas senhoras também. Depois sorriram.

— Que bom que és um bom garoto!

— Sim!

— Se é assim, por que não fica? Está muito frio lá fora!

— Verdade!

— Você vai almoçar com a gente? — Eles pareciam super ansiosos para isso.

Por isso, eu dei um sorriso meio triste. Poxa...

— Não, é... eu tenho que encontrar meu amigo... — eu disse, olhando para as portas do local.

Eu nem cheguei a entrar definitivamente no asilo e esses velhinhos me cercaram por causa da minha aparência. Já faz um bom tempo e eu só consigo pensar em Jeongguk porque é claro que ele deve estar preocupado. Eu sumi do nada, mas... Não pude evitar.

Foi uma emergência.

— Mas você volta um dia? — a velhinha perguntou, com as mãos enrugadas verdadeiramente ansiosas. Era adorável e triste como todos eles pareciam ansiar por minha presença quando eu era, basicamente, um desconhecido.

Já ouvi histórias sobre asilo e velhinhos abandonados por suas famílias antes, e estar aqui me deixa todo balançado. De certa forma, sei o que está acontecendo e sei como é triste. Não sei se perdoaria algum familiar meu se colocassem minha vózinha no asilo. Felizmente, ela sempre viveu conosco, em casa.

— Se quiserem, eu posso voltar sim! — Dei um sorriso nervoso e tímido, vendo as senhoras ficarem felizes.

— Vou cozinhar para você! Você parece gostar de comer, está tão fortinho! — Ah, ela me chamou de gordo na língua das avós.

— É, mas ainda precisa se alimentar mais! — a outra retrucou, e minhas bochechas arderam.

Eram iguaizinhas à minha vó. Amam engordar todo mundo.

— Se é assim, eu volto muito em breve!

Elas ficaram tão felizes com minha afirmação que senti meu coração apertar. Eram tão fofas, e os senhores estavam tão quietinhos. Fiquei melancólico quando me despedi e saí pela porta.

Só pude me concentrar e me distrair quando lembrei de Jungkook e sua provável preocupação, já que sumi do nada...

Parece confuso. Mas é porque realmente é. Logo depois que eu desci do ônibus, me deparei com uma cena um tanto quanto desesperadora e que, querendo ou não, não consegui ignorar de jeito nenhum.

Tinha um vovô de óculos escuros e bengala acenando para o nada e pedindo ajuda para chegar em um certo lugar. Era cego. Quando me aproximei, perguntando se ele estava bem, ele começou a dizer para eu, pelo amor de Deus, o levar de volta ao asilo, pois ele havia se perdido e precisava voltar. Me disse o nome do lugar e depois de perguntar à uma moça, ela me disse que ficava logo do outro lado da rua. Aquele velhinho era provavelmente doidinho da cachola, mas eu o ajudei a atravessar de imediato porque ele estava muito desesperado e choroso, além de tremer, então eu nem mesmo pude esperar Jeongguk. Só o levei até ali e, depois de falar com a moça da recepção, descobri que não era a primeira vez que ele estava fugindo. Sim, ele fugia, e depois não sabia exatamente para onde ir, então queria voltar. Mas nunca sabia como...

Ele é Como Rheya {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora