18. Ele é como um Anjinho da guarda

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JUNGKOOK

Eu estou definitivamente nervoso e triste.

— Ela vem... terça-feira? — perguntei, tentando soar calmo e comum (mesmo que, de certa forma, eu esteja praticamente surtando dentro da minha cabeça).

— Sim, querido — minha mãe respondeu, enquanto parava no sinal. É, agora eu estou bem triste. — Ela deve chegar de madrugada, para falar a verdade. Ainda não sei se aquela amiga dela vem junto, mas se vier, já sabe, né?

Sim... eu já sei. Se a amiga dela vier, vão dormir no meu quarto, porque é maior e melhor para as duas; já eu, vou para o antigo quarto da Juna.

Juna. A minha irmã mais velha.

— Sim, mãe... — eu falei.

E eu não gosto nem um pouco dela. Puxa...

Não é pra menos. Eu gostaria de dizer que esse desgosto que sinto por ela é só mais uma implicância que existe entre irmãos, mas não é bem assim. Na verdade, não é nem um pouco assim. Até porque, antes de dormir, eu peço para o universo fazer com que ela não possa chegar perto de mim nunca mais para que eu possa viver feliz. Feliz e longe dela para todo, todo, tooodo o sempre.

Eu gostaria que isso pudesse acontecer, puxa... Eu queria de verdade.

Bom. Hoje é sábado, e ontem foi o último dia de aula antes das férias de duas semanas. Estou no carro com minha mãe, e estamos passando pelo centro, porque vamos buscar meu pai antes de irmos para a reunião que vai ter na minha escola. Pais e mestres, e boletins, e toda essa baboseira...

Só que uma coisa aconteceu também. E essa coisa vai destruir todas as minhas férias de duas semanas. Essa coisa se chama Juna, que ficará quase uma semana, também, sem aula. Ela estará livre. E vai passar todo esse tempo em casa, vindo lá da capital, de onde ela nunca deveria sair, já que é uma bruxa ambulante odiosa que adora me fazer sentir mal com tudo que eu faço, até quando respiro e tiro 0,2 a menos em uma prova da escola.

Puxa. Só de pensar em vê-la, já fico gelado de um jeito ruim e desanimado para a vida. Isso é realmente muito desgastante...

Veja bem, eu não gosto nem de pensar nela... como estou fazendo agora. Porque não gosto de me lembrar dela. Ainda mais depois dos últimos anos que tivemos antes dela ir embora para estudar na capital...

Basicamente... a minha irmã me odeia muito.

E apesar de todo esse tempo, eu nunca cheguei a entender o porquê disso — embora eu tenha muitas suposições.

Ela me perseguiu a minha vida inteira. Colocava a culpa em mim quando eu ainda era pequeno demais para retrucar, e seu passatempo favorito se baseia em bagunçar e estragar minhas coisas para me ver triste e enfurecido. Isso sempre me deixou magoado, porque eu nunca consigo contar para os nossos pais que ela está me machucando e me deixando triste. A única vez que cheguei a dedurar minha irmã, foi quando ela me trancou no sótão — eu fui fui parar lá porque ela disse que brincaria comigo se eu entrasse lá primeiro. Eu acreditei, e fiquei muito feliz, porque naquela época eu ainda gostava dela e queria que ela gostasse de mim também...

Mas no fim, ela fechou a porta assim que eu estava dentro, trancou e não voltou por muito tempo. Foi assustador e ela não chegou a me tirar lá depois. Meu pai me encontrou depois de eu fazer muito estardalhaço, e eu coloquei a culpa nela pela primeira vez...

Ela já implicava comigo antes, mas eu nunca a dedurava. Mesmo que  pudesse o fazer, eu sempre... sempre sentia que, se deixasse ela escapar, Juna se sentiria agradecida e começaria a ser amável comigo, como eu queria que ela fosse.

Ele é Como Rheya {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora