8. Ele é como uma Criança

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JIMIN

Eu nunca tinha atravessado o pátio por meio das flores do jardim. A oportunidade não tinha se apresentado e, se tivesse, teria parecido uma má ideia. Mas eu estava tentando, a todo custo, aproveitar aquela presença ali. E por um motivo esquisito, eu confiava muito nele para não aceitar a ideia sem sentido.

A situação não era lá muito comum.

— Estamos chegando? — pergunto ao rapaz, afinal, a ventania não me deixa ver muita coisa e o chuvisco embaçou completamente o meu óculos.

Ainda posso minimamente ver quando Jeongguk vira para mim, balançando a cabeça em afirmativa.

— Sim. Vai por mim, é muito mais rápido por aqui, e é melhor que ninguém nos veja indo para esse prédio.

— Por que não podemos ir na enfermaria do nosso? — indago, quase cansado. Deslizo os pés sobre a grama molhada e quase caio.

— Aqui. — Ele ergue a mão em minha direção, e sem pensar duas vezes, eu a seguro. — Eu te explico quando chegarmos lá. Desculpa por isso.

Balanço a cabeça em negação, mostrando um meio sorriso. Quando ele me pede desculpa, não consigo ficar impaciente ou duvidoso.

— Tudo bem. Vamos de uma vez.

Prendo meus dedos aos seus e o caminho encurta consideravelmente quando decido seguir seus passos. Com certeza seria mais rápido se fôssemos assim desde o começo.

Logo estávamos subindo as escadinhas do prédio 3 e, é, eu nunca vim aqui antes. É onde fica a quadra e o auditório. É um prédio grande e silencioso. Chego a ficar surpreso quando noto que o silêncio reina aqui, dado que o prédio 1 é o mais barulhento de todos, até quando todos estão em aula.

De alguma forma, aquilo me acalma.

Estava quente do lado de dentro. Na verdade, o aquecedor estava tão forte que as vidraças ficaram embaçadas. Os cheiros predominantes eram de desinfetante de chão e perfume de cozinha, havia um toque de ordem ali.

— Eu estava pensando bem e percebi que não te mostrei quase nada no seu primeiro dia. Você mal conheceu todos os prédios — disse Jungkook, ao meu lado, passando a mão no cabelo liso onduladinho.

— Você mostrou o necessário. — Sorrio minimamente. — Aqui é vazio. Estamos aqui para você me mostrar o resto da escola?

— Não, não. Estamos aqui porque não tem ninguém — explicou, depois deu um sorrisinho. — Só tem os clubes aqui, e as salas dos cursinhos. Ou seja, só usam esse prédio nos finais de semana e, vez ou outra, à noite, para organizar algumas coisas.

— Uau! E nós podemos ficar aqui?

— Bem, você acha que eu faria você atravessar o jardim se pudéssemos?

Olho para Jungkook e sorrio abertamente consigo. Chocante.

— Ok. Isso é muito legal — eu disse, risonho. Jeongguk é tão surpreendente. — Mas você ainda não respondeu nenhuma das minhas perguntas... — relembrei, fitando-o.

É claro que o questionei. Não é como se alguém viesse correndo como um louco na minha direção todos os dias, então eu fiquei muito curioso. Mas ele disse-me que explicaria depois.

E é claro que eu cobrei.

— Então... — Pareceu pensativo, passando a caminhar. O segui de imediato. — Primeiro... eu estava correndo muito porque pensei que você estava encrencado.

— Encrencado?

— É! Talvez na sala da orientadora, ou do diretor, ou com aquele idiota. Pensei que seria bom se uma terceira pessoa dissesse o que realmente aconteceu. Ou ajudasse. Eu não queria que você se desse mal. — Coçou a nuca atrapalhadamente. — O que é um pouco irônico vindo de mim...

Ele é Como Rheya {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora