15. Ele é como um Gatinho

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JUNGKOOK

Às vezes eu tenho a sensação de que ainda sou um bebê.

E não é por nada não. Eu tenho mais motivos do que gostaria para sentir isso... sinto que sou um bebê principalmente por causa de...

De...

— Ai...

Disso.

Eu ainda sinto medo de fazer exame de sangue.

A culpa não é minha se meu coração aperta sempre que eu vejo a agulha vindo na minha direção. Na maioria das vezes, fico com o pé batendo no chão e o rosto suando frio enquanto a médica realiza sua sessão de tortura. E sempre, sempre que saio de lá, tenho que me segurar, pois sinto vontade de sair correndo e gritando para todos os lados. Simplesmente expulsando todo o nervosismo que tomou conta de mim enquanto ainda estava na sala do exame.

Puxa vida... É um horror. A sensação da agulha é simplesmente... Ugh. Horrível!

— A gente pode comer agora? — perguntei, amuado. A única coisa que me interessava depois daquele transtorno era comer.

Comer muito. Bastante. Tô faminto.

— Não se saciou com o pirulito, garotão? — meu pai brincou, dirigindo com cautela.

Fiz uma careta. Realmente, sempre que eu fazia os exames anuais, ganhava um doce por me comportar bem, da doutora. Como se eu ainda fosse uma criança. Uma vez a atendente me perguntou se eu tinha oito "aninhos", e foi bem constrangedor.

Eu realmente pareço tão novo assim?

— Não foi o suficiente... — eu disse, carrancudo. Ainda dói.

Estamos no carro: eu e meus pais. Faz um tempinho que saímos do médico e enquanto aperto o braço o qual tomei injeção, eles riem baixo da situação, lá dos bancos da frente.

— O que você quer comer, então? — minha mãe me pergunta, e dou um suspiro baixo ao dizer:

— Qualquer coisa que tenha massa...

Ela deu um sorriso, acariciando minha cabeça antes de afirmar que, então, vamos ir para um rodízio. Pelo menos isso...

— Tem um naquele Shopping de rua — meu pai disse, enquanto procuro o walkman na minha mochila.

Também tem esse detalhe. Meus pais trocaram a folga do domingo para terça-feira — que é hoje —, mas eu tenho uma prova mais tarde, então eles vão me deixar na escola depois que almoçarmos juntos. Eu vou chegar mais tarde, de novo.

— Ah, mas se formos lá, que seja pra comprar as roupas do Jungkook de uma vez — minha mãe disse.

— Ah, não — eu rebati, porque não quero comprar roupas.

Minha mãe me fitou, repreensiva. Ela sempre fica incomodada com a minha escolha de roupas. Os casacos, e os tons escuros... Ela acha que eu fico melhor com cores vivas.

Não sei não.

— Já faz um tempo que você não compra roupas novas — ela disse.

— Mas... — Mordi o lábio, incomodado.

— Jungkook, eu já te disse um monte de vezes que você fica bem mais bonito sem esse amontoado de roupas. — Ela se virou para me olhar, e o assunto em si me deixa tão constrangido que não posso evitar. Abaixo a cabeça. — Você já deu uma engordadinha do começo do ano pra cá.

— Mãe! — exclamei, morrendo de vergonha.

— Vai que a gente acha uma jaqueta igual aquela que você gosta, hein? — Ela tentou me animar, ignorando meu protesto anterior.

Ele é Como Rheya {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora