d o i s

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carter

Assim que cheguei em casa, minha mãe veio até mim me pedindo várias explicações e eu disse unicamente "mãe depois a gente conversa". Eu não estava com vontade de dar milhões de explicações a ela, eu conheço bem a mãe que tenho, e sei que não vou ter sossego até que eu conte tudo o que aconteceu. E eu estava com a cabeça tão cheia, que acabaria sendo grossa.

Entrei no meu quarto, joguei minha bolsa em cima da cama, e quando olhei para a mesinha de cabeceira e vi uma foto minha e de Crash, meu peito se apertou, e acho que pela primeira vez vou poder chorar em paz, tentar lançar para fora aquele turbilhão de coisas que estava sentindo.

Aquela foto... Uma raiva me preencheu, uma impotência carregada de rancor, aquela revolta por ter sido traída, por ter confiado seus sentimentos em alguém e ser apunhalado pelas costas, e quando vi já tinha jogado a foto contra parede, quebrando o porta retrato, em uma tentativa idiota de me desfazer das lembranças.

Me sentei no tapete e me encostei contra uma das pernas de minha cama. Não sei quanto tempo fiquei ali chorando, remoendo tudo, olhando no meu celular as várias chamadas perdidas de Crash, incluindo as várias mensagens no Whats App, das quais não fiz questão de ler.
Eu simplesmente apaguei o contato. Como eu queria fazer com a existência dele.

Depois de um banho do qual me livrou vagamente das tenções, tomar um remédio pra ressaca, eu me senti um pouquinho melhor, a ponto de contar pra minha mãe super protetora o que houve. Ela ficou revoltada e usou aquelas frases chatas de mães super protetoras do tipo "eu bem que te avisei" "você podia ter me ouvido" "eu nunca confiei nesse garoto" e esse monte de coisas.

E cá estou eu debaixo das cobertas encarando o nada, sem vontade de ver a luz sol ou qualquer coisa do gênero. Já não sinto vontade de chorar, acho que se eu não fui boa o bastante pra ele, ele não é bom pra mim, e restou apenas a apatia.

Não que eu não esteja sentindo nada, é que... Crash me provou que ele não vale a pena.
Ouvi meu celular vibrar.
Uma mensagem da Kate, minha melhor amiga, desde sempre.
Ela deve estar preocupada, não dou notícia desde ontem, e eu tinha marcado de fazermos as unhas juntas, como sempre fazemos.

Kat

Onde você se meteu?

Caaaarteer?

Ta com o Crash, é? Para ter sumido desse jeito deve ser. Ele nem é interessante assim para você não me responder.

Carter?

Sua vaca, você viva?

to indo distribuir sua foto como desaparecida.

CADÊ VOCÊ?

Eu

Estou aqui, desculpa, é que eu tive alguns problemas que eu preciso te contar, é meio que urgente.

Kat

O que é? Fala logo, fiquei curiosa.

Eu:

Você pode vir aqui em casa?

Kat

Sério mesmo? Estou com tanta preguiça. É tão importante assim?

Eu

É sim. Por favor Kate. É um dia ruim.

Kat

Hm, aposto que brigou com o Crash.

Eu

Vem aqui que eu te conto tudo.

Kat

Ta bom. Ok! Programa sorvete e filme triste sendo acionado. :)

pra não falar que eu não sou boa amiga... Cruzando a rua agora.

Eu

É por isso que eu amo você! ❤

Kat

Na verdade é que eu sou/estou curiosa mesmo, você sabe não é?

Eu

Vai se ferrar! Mas vai depois que agora eu preciso de você.

Esperei por Kate, mesmo no momento não estando com vontade de conversar com ninguém... Seria bom poder desabafar com alguem que eu confio.
Espero que ela possa me ajudar, ou simplesmente tomar sorvete e assistir filmes de foça comigo, como Um amor pra Recordar ou Simplesmente Acontece. Seria de grande ajuda no momento, e eu definitivamente precisava contar para ela sobre aquele homem que conheci naquele bar.

Isso, ela iria com toda certeza, adorar saber.

_____

OIE ❤ Esse capítulo se chama enrolação, adoro como a Carter é desapegada, mas logo a Kate vai aparecer, sinto que gostarão dela.

E eu achei super engraçado, pois me perguntaram se Carter era nome de menino. Ele é... Unissex nos EUA.

Então, é isso.

Beijos.

- cris

o dono do bar.Where stories live. Discover now