v i n t e e s e i s

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jared

Assim que Carter saiu não me vi com humor nem vontade de manter aquele bar aberto e expulsei aqueles seres dali a patadas.

E bem... Me tranquei com minhas garrafas de whisky no meu flat e bebi como se o mundo fosse acabar.

O por que de ter deixado Carter ir sem relutância?

Não foi premeditado a presença de Meredith no meu escritório, ela costuma fazer isso as vezes.

Mas daí quando vi Carter ali, eu levei um choque.

Seus olhos cheios de lágrimas fizeram uma culpa descomunal cair sobre mim.

Ela era uma garota.
Em um bar qualquer, com um homem sujo que deve, é perseguido, tem pecados em todos os cantos.

E meu passado sempre voltava para me assombrar, pra me lembrar que minha mãe ter sido amante de um magnata e engravidado deste, era o motivo de todo esse ódio.

De toda disputa por uma herança milionária.

E verdade seja dita, por pior que eu seja... Ninguém é doente como Dylan Ravieri.

E não era justo suja-la dessa forma, sem que ela tivesse culpa.

Então só aproveitei a deixa, e a deixei ir.

Por gostar mais dela do que devia, deixei meu egoísmo uma única vez em minha vida de lado.

E agora estou fazendo o que melhor sei fazer, fumando meu marlboro e enchendo a cara.

Mas a insistência do telefone não me deixa em paz de forma alguma.

Me levantei com raiva e o atendi da mesma forma.

- QUEM É? - Literalmente rosnei, já sabendo a resposta.

- Jared Ravieri? Ou melhor, Ethan? Quantas identidades você tem mesmo? Quanto tempo! - Soltou, cínico.

- Dylan, vá direto ao ponto. - Frisei.

- Descobriu rápido não? Achou que poderia fugir de mim para sempre seu resto de aborto. - Disse, me fazendo revirar os olhos. Eu não tinha tempo para isso.

- Não fugiria antes de te matar. - Deixei claro. Isso não teria fim, até que acabassemos um com o outro.

-Sinto muito mas não vai dar. Mas um outro alguém pode morrer sabe...

Ouvi um barulho e uns chiados.

- OLHA JARED TEMOS UMA BELEZINHA AQUI! - Disse altivo, então ouvi um estalo, de um tapa.
E um grito estridente... De uma voz conhecida. Meu sangue congelou.

CARTER.

- Fala com ele lindinha! - Mandou.

- Ja-red... - Ela sussurrou engasgada r assustada. Eu estava atônito.

- Carter? Você... está bem? - Perguntei em um fio de voz.

- Vou ficar se você... Não venha atrás de mim vão matar você, foge! Por favor! - Pediu, chorando e ouvi um baque e lamurias de dor vindo dela.

- CARTER? - A chamei, dentro de mim tudo se contorcia em ódio.

- Ela é importante Jared? - Dylan debochou do outro lado da linha. E continuou.
- Eu vou devolver a liberdade a ela sabe. Se você cooperar eu não a mato, obviamente ela será diversão minha e dos meus homens antes se você não for um cara legal! - Senti uma raiva descomunal me atingir.

- Qual é a condição? - Perguntei entre-dentes.

- A sua cabeça, pela dela! Mas se ela não for importante. Fuja como sempre fez! Sabe onde me encontrar.

Antes que eu pudesse falar algo ele simplesmente desligou.

Um ódio fora do comum me atingiu e atirei tudo que estava sobre minha mesa no chão.

Eu poderia deixar Carter? Sei que Dylan não blefa.

Eu sou procurado no país por um crime que não cometi, e perdi tudo uma vez por culpa dele.

Carter... Eu nunca conseguiria viver em paz, se é que um dia tive isso, se algo acontecesse com ela.

O QUE EU FAÇO?

Bebi uma golada grande do meu whisky direto do gargalo.
Me sentei no chão, num canto do escritório, olhei a minha volta e me vi perdido.

O que eu fui fazer?

Se Carter não tivesse saído do bar e...
NÃO! Eu não poderia nem ter me aproximado dela. Não quero nem pensar em alguém a machucando.

Que ódio de mim.

Ódio por ter sido fraco.

Ódio por ter vacilado.

Era para ser só sexo.

Era só para brincar um pouquinho.

Que ódio.

Eu não queria... Mas foi mais forte.

Eu sempre preferi não ter sentimentos.

Eu podia não ter a ajudado aquele dia que ela desmaiou no bar.

Ela é só uma menina.

Que eu estou acabando com a vida.

Esta agora sofrendo sabe- se lá o que.

Sendo que podia estar com a mãe, amigos e com um cara legal.

Eu odeio imagina-la com outro.

Odeio. Porque seria melhor para ela.

Mas não consegui.

E agora minha vida está essa bagunça, eu não podia...

Sentimentos deixam as pessoas fracas, vulneráveis.

Eu podia simplesmente fugir como sempre fiz.

Mas não posso. A minha vida é uma merda, não quero isso para a dela.

Porque eu odeio.

Odeio.

Odeio.

Odeio e odeio.

Estar apaixonado por uma garotinha.

E odeio estar disposto, se preciso for, a dar a minha cabeça pela dela.

____________

Precisou de um sequestro pra ele admitir que é boiolinha pela Carter.

o dono do bar.Where stories live. Discover now