d o z e

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carter

Enquanto voltávamos pra casa, minha mãe dirigindo com uma atenção que te daria até medo, eu estava com aquela história do Jared na cabeça.
Ele tem um jeito um tanto sagaz.
Mas ele...Oh meu Deus, ele... Eu não acredito que ele possa ser um assassino.

Eu sei que conheci ele a pouco.
Mas eu não conseguia acreditar.
Eu não quero acreditar.

Eu não conseguia pregar os olhos...
Fiquei revirando na cama a noite inteira. Não sei porque isso com Jared me intrigou tanto. Não tem nem um mês que eu conheço aquele homem, mas eu vou descobrir se ele fez isso, mesmo sabendo que eu posso me dar mal com essa história, mas seria pior não saber.

Fiquei a manhã toda pensando naquilo, remoendo.
Eu tinha que falar com Jared ou enlouqueceria, mas não queria ir lá a noite, pois particularmente não gosto daquele lugar a noite. Mas eu não sei se devo ir lá, se ele foi capaz de matar alguém mesmo. Não. Se ele fosse... Não teria me ajudado, mesmo que daquele jeito dele, aquela vez.

Não seria tão mais fácil se eu não estivesse tão curiosa?

(...)

Eu sei que eu posso me arrepender seriamente do que estou fazendo. Mas...

Toquei o interfone do lugar já que o bar estava fechado, passado alguns bons minutos quando eu já estava quase indo embora ouço a porta sendo aberta.

Consegui ver a surpresa no olhar de Jared assim que me viu, ele estava com uma calça de moletom cinza, uma camiseta branca marcando seus músculos e mostrando suas tatuagens,os cabelos bagunçados, e os olhos inchados de sono. Uma verdadeira tentação, não acredito que esse homem estava dormindo até essa hora.
E o pior, como alguém consegue ser tão sexy acordando?

- O que faz aqui ? - Perguntou se espreguiçando. Acho que eu nem me lembro mais, que homem é esse?

Respira fundo Carter e guarda pra você essa vontade de jogar esse homem na parede.
- Eu preciso te perguntar uma coisa - Falei, ainda com meu resto de coragem.

- O que é?  - Perguntou se encostando no batente da porta.

- É complicado - Falei crispando os lábios.

Ele me cedeu espaço e adentramos no bar. "Pode ser no escritório?" Perguntou, e desde quando ele se importa com o que eu acho?

Apenas concordei com ele.

O acompanhei até o escritório, ele deu a volta, abriu o frigobar, pegou uma cerveja e se sentou em sua poltrona. Ele acabou de acordar e já vai beber?
Me sentei em uma poltrona a sua frente.

Ele deu aquele sorrisinho de lado que me arrepia por inteiro e perguntou.
- Pra você, uma patricinha, vir bater na minha porta e interromper meu
sono de porre, deve ter um bom motivo. Então que pergunta importante você tem que me fazer?  - Perguntou com descaso.

Respira Carter.
Coragem.

Se arrependimento matasse.
Cristo. O que eu estou fazendo aqui? Que ridícula que eu estou me sentindo, e é claro, ele perguntou de novo agora demonstrando mais interesse.

- O que tem que me perguntar, Carter? - Ouvir meu nome sair de seus lábios e ao som de sua voz grave e rouca me fez engolir em seco.

Mas eu sei que se eu não perguntasse eu não sossegaria.

- Fiquei sabendo de umas coisas, eu nem sei o que eu estou fazendo aqui na verdade... Foi besteira eu ter vindo - Falei me levantando, fugindo da loucura que ia fazer.

- Não. Se você veio até aqui, você vai me perguntar. Sente-se. - Disse autoritário. O encarei feio e ele revirou os olhos. Respirei fundo, temerosa, e ele levantou as sobrancelhas me encorajando.

Coragem.

Eu quero fugir daqui. Mas se estou na chuva, é pra me molhar, não é mesmo?

- Bem... Hm... Foi você que matou aquele cara na divisa de Norfolk?

Ele arregalou os olhos e vi suas pupilas dilatarem.

Agora a burrada já estava feita...

_________

Essa Carter, tem cada ideia...

o dono do bar.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora