t r i n t a

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carter

Jared atendeu o telefone e sua expressão ficou tensa, ele se retirou do quarto, e me deixou ali sem entender nada.

Eu estava amedrontada. Será mais algum problema?

Eu peguei uma boxer e uma camisa dele e vesti, esperando ele retornar, já que eu não tinha roupas ali.

Depois de alguns minutos ele retornou ao quarto com uma cara nada boa.

- Jared, o que foi? - Perguntei.

- Carter, alguém, não faço idéia de quem seja, me viu entrando no milharal e contatou a polícia, eles estão fazendo uma busca por lá! - Ele falou se jogando na cama e passando a mão dentre os cabelos, num ato nervoso. Senti meu corpo se arrepiar, vão achar o corpo de Dylan e...

- E agora? O que iremos fazer? - Perguntei assustada.

- Eu tenho uma idéia. Mas eu não sei, é... - Ele parou, respirou fundo e continuou.

- O que é? - Perguntei.

- Eu vou sumir. - Quando ele disse isso senti meu sangue gelar.

- Sumir? Como assim, sumir? E eu? Como fico? - Perguntei estupefata.

- Você vai voltar pra casa e viver como se nada tivesse acontecido. - Falou.

- E você acha que é simples assim, eu mato o seu meio irmão para te salvar e você vai simplesmente sumir e me deixar? - Perguntei.

- Sim, e eu não tenho tempo, vou hoje mesmo, não posso sair de carro e não posso usar um táxi aério, eu não sei como vou fazer, só sei que vou fazer SOZINHO! Agora peço que volte pra casa, fale pra sua mãe que te sequestrei ou algo do gênero e siga em frente, você não vai se sujar assim! - Ele falou de pé me encarando.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Eu o abracei forte e sussurrei um "não vou te deixar, não faz assim, sabe que eu te amo".

Ele me empurrou para o lado me fazendo cair de qualquer jeito sobre a cama.

- MAS EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI, NEM NA MINHA VIDA! VOCÊ É SÓ UMA GAROTINHA TOLA! VAI EMBORA DAQUI, EU NÃO TE QUERO MAIS! FODA SE ESSE SENTIMENTALISMO BARATO, E FODA- SE O QUE VOCÊ SENTE SOBRE ISSO, VOCÊ É TÃO POUCO PRA MIM! - Bradou, olhando nos meus olhos e pegando no meu queixo, o apertando.

Me desvencilhei dele aos prantos e dei um tapa em seu rosto, querendo ferir aquele rosto bonito, arranhar até não sobrar nada, comecei a socar seu peito com raiva, ele me segurou e me jogou sobre a cama novamente e saiu do quarto batendo a porta, me deixando ali arrasada, peguei minha roupa suja e me tranquei no banheiro para me vestir, encostei minhas costas sobre a porta e chorei como uma louca. Ele não me quer mais? Eu sou pouco pra ele?
Eu fiz e larguei tudo por ele.

Sai daquele banheiro com raiva e vi que Jared não se encontrava mais no no flat, e possivelmente nem na minha vida.

Eu estava tremendo então desci as escadas devagar.

- JARED? - Chamei por ele. Nada.

- EU TE ODEIO, EU ODEIO AMAR VOCÊ, E SE FAZ TUDO ISSO POR NÃO QUERER ME SUJAR, EU JÁ ESTOU SUJA, DESDE O DIA QUE MINHA VIDA CRUZOU COM A SUA - Gritei me segurando para não soluçar no meio da frase.

Pedi um táxi com o telefone do bar e a lista telefônica que tinha por ali, e em seguida sai do mesmo e esperei pelo taxi que não demorou muito a aparecer ali, assim que entrei no taxi, dei uma última olhada no bar, em seguida o vendo ficar para trás, deixando meu coração e meu orgulho ali dentro.

Ao olhar para estrada, me toquei que eu não sabia bem para onde ir, nem como pagaria a corrida.

Pedi o taxista que me emprestasse o celular dele, e felizmente ele emprestou vendo meu estado de nervos, tentei me lembrar do numero de Kate, e assim que o fiz, liguei a cobrar para ela, fui atendida no segundo toque, com ela perguntando quem estava ligando pra ela a cobrar, mas quando ela ouviu que era eu e que eu estava desesperada, ela sossegou. Perguntei se ela e sua mãe se importariam, se eu ficasse lá por uns dias, até tentar me ajeitar.
Kate me deu uma bronca dizendo que aquilo não era pergunta e que era óbvio que eu podia ficar com elas o tempo em que eu precisasse. Agradeci, era menos uma preocupação no momento.

Tentei tirar as palavras de Jared da minha cabeça, porém, enquanto mais eu tentava, pior era, e as lágrimas vieram, o taxista me olhou de esguelha pelo retrovisor, mas não perguntou nada, melhor assim.

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Problemas e mais problemas.

o dono do bar.Where stories live. Discover now