v i n t e e d o i s

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jared

Acelerei a moto, sentindo Carter se apertar contra mim. Eu já comentei que essa garota não me engana?
Mas eu sei, que o que a espera em casa não é nada fácil. Se estou me culpando? Não.

O que um não quer, dois não fazem.
Quando transamos hoje, ela ficou realmente envergonhada com seu corpo, e com o fato de ser virgem.
Eu já sabia sobre a virgindade, certas coisas são óbvias, até pela forma de agir da mulher em questão. Por isso eu sempre fugia tendo que me aliviar com outras mais tarde.
Ridículo é ela ter vergonha de seu corpo, sendo que é tão bonita, e minha.
Da minha forma, gosto dela, eu devo admitir. Gosto mais do que queria, gosto mais do que poderia gostar.
Parei perto de uma árvore a uns 80 metros da sua casa, o bairro de classe média alta já era iluminado pelos postes, e felizmente não havia movimento na casa da mesma.

Ela desceu da moto, tirou o capacete e o estendeu para mim.

- Tenho que ir, acho que hoje a dona Vanessa me mata - Ela falou pesarosa, sorri ao ouvir ela chamar a mãe de "dona Vanessa".

Ainda sobre a moto a puxei levemente pela cintura e colei seus lábios nos meus, num beijo quente, bruto.
Cortei o beijo com algumas mordidas, e sorri contra seus lábios.

- Melhor ir, está liberta do seu sequestro - Brinquei.

- Eu não estava sequestrada, afinal você prometeu que se eu quisesse vir embora, você me traria, Cretino! - Falou sorrindo contra minha bochecha.

- Contra fatos, não há controvérsias. - Constatei e ela riu, antes de me beijar novamente, longamente, e por fim, eu a soltei.

Ela sibilou um "tchau" um tanto sem graça, parecendo estar se sentindo mal, envergonhada. Sussurrei um "a gente se vê". Ela sorriu levemente.
Fiquei alí vendo a mesma caminhar até a porta de sua casa, liguei a moto, e fui embora dali.

Carter ao me dizer tchau, estava sem graça, como se tivesse me dizendo um adeus. Seria o certo a fazer, dar adeus a ela. Ela é jovem, e é uma garota que com certeza, merece coisa melhor, eu não sei o que fazer, não tenho planos de ter um relacionamento água com açúcar.

Mas também não quero deixar de vê-la... Não por enquanto. Uma hora ou outra terei de me afastar, certas coisas em minha vida não podem chegar até ela. Eu não sou bom para pretendente e ela não demorará para perceber isso.

carter

Assim que adentrei em casa, uma onda de medo me invadiu. Para a minha surpresa, minha mãe estava na sala de TV, com um balde de pipoca no colo e nem olhou em minha direção.
Será que Kate inventou alguma mentira?

Fui rapidamente para o meu quarto. E assim que fechei a porta, certo alívio me invadiu.  Caminhei até o banheiro e me olhei no espelho, meu cabelo parecia um ninho de ratos, mas eu me sentia bem, mesmo com incertezas.
Sempre imaginei que minha primeira vez fosse ser com Crash, e isso me deixava apavorada. Mas com Jared, me pareceu tão certo. Foi incrível, mesmo eu estando um pouco dolorida ainda, foi muito bom.

Mas agora eu me pergunto? Vai ter um depois?

Não que eu espere que ele venha e peça a minha mãe para me namorar, nem algo do gênero. Isso não faz em nada o estilo do Cretino! Mas tenho medo de depois de transarmos que ele desapareça ou me ignore. Isso acontece. Já vi amigas minhas passarem por isso com rapazes da nossa idade. Imagina Jared, que pode ter a mulher que quiser... Para que ficar com uma garotinha?

Mesmo assim não consigo me arrepender do que fizemos hoje. Foi algo novo, diferente, o sentir me completando, sendo meu.
Tomei um banho demorado, relaxando todos os meus músculos. Assim que sai do banho enrolada em meu robe, avistei uma bandeja  com suco e um sanduíche de ricota e presunto sobre minha mesinha de cabeceira, fui até a minha bolsa pegar o meu celular.
Mas... Ele não estava lá. Será que eu o esqueci na praia? Não, eu me lembro de o colocar em minha bolsa. Olhei sobre minha cama, e na minha mochila do colégio. Nada.

Caminhei até a porta do meu quarto, e quando fui abrir. Trancada. Meu notebook e meu Ipod também não estavam ali.

Até a porta da sacada estava trancada.
Ela foi longe demais dessa vez.

- VANESSA! ME TIRA DAQUI! EU VOU GRITAR PARA TODOS OS VIZINHOS SABEREM QUE VOCÊ ME TRANCOU NO QUARTO! QUE ÓDIO! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO! ABRE ESSA PORTA! - Continuei gritando sem obter resposta. Só sei de uma coisa, tenho que dar um jeito, e sair daqui.
Me encostei contra a porta e deixei as lágrimas de frustração caírem.

_________

Essa mãe da Carter... Complicado é muito pouco.

o dono do bar.Where stories live. Discover now