t r i n t a e u m

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carter

Assim que o táxi parou atrás da casa de Kate, (na frente haveria a possibilidade de minha mãe me ver) ela estava parada ali, para me emprestar o dinheiro da corrida, e assim que ela pagou, seguimos para dentro.

- Sabe o quanto eu fiquei preocupada, sua louca? - Ela perguntou.

Tia Gina me abraçou em seguida. Eu a amava muito, a conheço desde que nasci, e ela sempre foi como uma mãe para mim.

- Não deveria ter sumido assim menina, ficamos preocupadas. - Ela disse me dando um beijo na bochecha. A abracei de volta.

- Onde está seu er... Namorado? - Perguntou, curiosa.

- Nós terminamos - Respondi a ela, dando uma desculpa. Kate me lançou um olhar tipo "vai ter que me contar tudo".

- Foi algo sério? Esta tão abatida. - Tia Gina perguntou, preocupada.
Tentei sorrir levemente para deixa-la tranquila.

- Eu gosto muito dele, e ele quis terminar, acho que é isso, ele deve ter outra - Respondi tentando soar convincente. Rasgando por dentro.

Ela sorriu sem mais perguntas, mesmo com a feição de quem não tinha acreditado totalmente na lorota.

Kate fez sinal para eu a seguir.

Fomos até seu quarto em silêncio, entramos e trancamos a porta, ela se sentou em sua cama e eu repeti o ato.

- Pode começar a falar! - Kate falou em prontidão.

Se eu iria ficar ali, nada mais justo do que ela saber.

E eu contei, tudo.

Tudo, mesmo.

- Carter, eu sabia que ele era meio bad boy, mas isso...Você foi sequestrada, passou por mil e uma coisas e ainda teve que matar um cara para salvar a vida dele! MATAR! Matar uma pessoa, não um mosquito chato sobrevoando sua cabeça, e sim uma pessoa, mesmo que fosse um bandido, ou melhor, seu ex quase cunhado psicopata. ISSO É... A PROVA MAIS OBSUCURA DE AMOR. E ele ainda te chuta de lá assim? Que cretino! Cara, parece inacreditável. Você é muito forte, eu teria evacuado dessa missão a muito tempo. - Ela falou absorta, ainda sem crer em tudo.

- Se eu estivesse vendo de fora também acharia isso, mas foi isso que aconteceu. E eu cansei, se Jared não me quer, se não sou o suficiente, azar o dele - Falei mais para mim do que para ela, evitando deixar as lágrimas dos olhos marejados caírem.

- Assim é que se fala! - Disse e me abraçou.

- Me promete uma coisa? - Perguntei, pois eu precisava que tudo o que contei fosse guardado em segredo. Pois isso não era fofoca entre colegiais, tinham muitas coisas em risco.

- O que? - Perguntou, se levantando.

- Não conte isso para ninguém. Nunca! - Pedi.

- Não precisava nem pedir né sua louca - Disse e me jogou uma almofada.

Joguei outra que estava ao meu lado, nela.

- E como vai você e o Alex? - Perguntei, para mudar de assunto e me distrair.

- Nem te conto...- Disse rindo maliciosa.

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Durante a noite, tia Gina saiu para jogar poker com as amigas (a alegria das senhoras do bairro) e ficamos apenas eu e Kate em casa.

Já era por volta das 11, e segundo Kate as "tias", viravam a noite.

Eu fazia um brigadeiro, porque iríamos assistir um filme.

Não deixei Kate me ajudar nem com o brigadeiro e a pipoca, decidi que se vou ficar ali, vou ajudar em tudo o que puder, mesmo elas tendo empregados e essas mordomias, eu realmente não queria me sentir um estorvo.

Eu estava chegando na sala com as "guloseimas", quando ouço Kate me gritar que nem uma louca.

Deixei as coisas sobre uma mesinha,e corri rumo a sala.

- O que foi? Meu Deus...- Falei exasperada.

- Caralho para de falar e olha isso...- Disse apontando para TV onde passava um jornal local.

Meu coração acelerou ao ver a reportagem.

" (...) O suspeito, tem duas passagens pela polícia e estava em processo judiciário devido a uma outra morte, de Taylor Johnson, que foi encontrado com dois tiros na cabeça perto do pub do acusado, e nesse mesmo dia, testemunhas contam sobre uma possível discussão entre os mesmos.

Não se sabe muito sobre a morte de Dylan Ravieri, a testemunha conta que viu o acusado entrar nesse milharal por volta de uma hora antes do assassinato.

Dylan Scott Ravieri e Jared Ethan Ravieri, eram meio irmãos paternos, e brigavam judicialmente por um lote imensurável de ações na bolsa de valores, tendo os dois fortunas pessoais.

O que nos leva a ter um ponto inicial para as investigações do caso.

Jared Ethan foi pego numa pista particular em Norfolk, Virgínia, o jatinho sairia de forma ilegal, e partiria daqui para Suíça.

O que nos leva a crer, que ele seja o culpado... (...)

Haviam fotos de Jared sendo preso, e saindo da pista algemado enquanto o colocavam na viatura. E algumas dos peritos tirando o corpo de Dylan, totalmente coberto, do milharal. Me fazendo contorcer por dentro, havia sido eu, eu era a maldita assassina, acho que a ficha só está caindo agora, eu matei um homem, eu...não queria.

Me sentei no sofá e coloquei as mãos dentre os cabelos, aos prantos.

- Ai Carter, dessa vez ele não escapa, deu ruim. - Kate disse meio atônita, preocupada. Ela sabia que a morte de Dylan, não tinha sido exatamente obra de Jared.

Respirei fundo.

- Não deu ruim, deu péssimo - Falei pesarosa, com várias coisas passando em minha cabeça, me deixando em estado de ebulição.

Ah Jared! Como você apronta mais uma dessas?

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Nem um minuto de paz tem essas crianças.

o dono do bar.Where stories live. Discover now