d e z e s s e i s

93.8K 7.9K 3.2K
                                    

jared

Caminhei com Carter abraçada a mim até o lado de fora daquela casa. Ela estava muito assustada e tremia em meus braços. Minha vontade era voltar e acabar com a vida daquele idiota. Carter chorava baixinho e não me soltou. Se eu sabia o porque de estar a protegendo? Não. Mas não ia deixar ninguém a machucar.
Eu estava a esperando na porta de casa, quando vi ela saindo com a loirinha, a segui para tentar falar com ela sobre o que houve no bar. E ao chegar na festa, pensei que seria mais fácil ter uma deixa, mas não foi.

- Carter? Ele te machucou? - Perguntei assim que paramos em frente a minha moto, que estava estacionada perto de uma árvore.

- Não. - Falou. Levantei seu rosto com o polegar e vi uma marca roxa em sua têmpora.

- Como assim ele não te machucou? O seu rosto...- Falei, olhando a marca arroxeada em sua têmpora e fui cortado.

- Não está pior que meu orgulho. - Ela completou, e senti algo dentro de mim se rasgar. O que será? Nunca me senti assim por nenhuma mulher, e agora, essa garota vem e bagunça tudo. Passei o polegar devagar por sua têmpora.

- Você está bem mesmo? Podemos ir ao hospital. - Disse.

- Eu só quero ir pra casa - Falou chorosa e vi lágrimas se formarem em seus olhos. A apertei contra mim, e senti que seu coração batia descompassado. - Olha pra mim - Pedi. Ela olhou.

- Ele não vai mais ter fazer mal, okay? - Ela assentiu, mas logo depois arregalou os olhos.

- Você não vai... - Ela começou a falar assustada, mas eu a cortei.

- Não, não vou mata-lo, por mais que vontade não me falte nesse momento, mas... Eu vou proteger você.

- Por que? - Perguntou. Esta aí uma coisa quem nem eu mesmo sei.

carter

Ele me olhou inexpressivo.
- Carter, quando eu descobrir, eu te conto - Falou.

Eu assenti. Nem eu mesma sabia o que acontecia comigo. Mas naquele momento a única coisa que eu queria era continuar em seus braços.
Ele me abraçou por bastante tempo, me acolhendo até eu me sentir calma e protegida.

- Eu quero ir pra casa - Sibilei quando estava bem perto dele.

- Eu te levo, vamos -  Ele pegou um capacete e me estendeu. Arregalei os olhos. Ele sorriu. Olhei pra moto a minha frente, eu nunca havia andado em uma, muito menos numa moto que parece a do motoqueiro fantasma.

- Você sabe que se eu montar de um lado, eu vou cair do outro, não sabe? - Perguntei e ele gargalhou. Esse era o melhor som do mundo.
Ele aproximou seu rosto do meu e falou no pé do meu ouvido.

- Eu não deixaria você cair - E deu um leve sopro naquela região, me fazendo engolir em seco. Em uma noite gelada, nunca imaginei me sentir tão quente por causa de assopro.
O olhei receosa.

- Nada vai acontecer com você - Ele falou e montou na moto e colocou o capacete. Coloquei o capacete e montei com minha total falta de coordenação motora.

- Se segura - Falou. Guiei minhas mãos até sua cintura.

- Eu não vou cair, não é? - Perguntei.

- Não vai, mas só se você segurar direito. Passe os braços em volta de mim, está frio - Falou. Respirei fundo e fiz, senti seu cheiro amadeirado invadir meu sistema olfatório. Acho que toda mulher pelo menos uma vez na vida deve ter o direito de abraçar um homem com um cheiro desses.

Ele engatou a moto, e eu me apertei mais contra ele.

A sensação, mesmo estando frio, de estar em cima de uma moto não é tão ruim quanto eu pensava. Me apertava cada vez mais contra Jared. Se eu estava com medo? Não. Eu não consigo ficar com medo perto dele. Mas não faz mal eu me apertar contra ele por causa do meu medo de velocidade? Não é mesmo?

Eu nem reparei na hora em que ele estacionou perto da minha casa. Opa! Eu não disse meu endereço pra ele. Como ele sabe isso?
Desci da moto e tirei o capacete.

- Como sabe meu endereço? - Perguntei o encarando.
Ele também retirou o capacete, aí meu Deus, porque distribuir tanta beleza pra uma pessoa só?

- Sei tudo o que me interessa - Falou.

- E isso te interessa? - Perguntei.
Ele sorriu vacilante.

- Você não faz idéia das coisas que me interessam. - Falou descendo da moto.

- Tenho certeza que as prostitutas que se oferecem e dão para trás com certeza não te interessam - Fui irônica, ao lembrar do que ele me disse da ultima vez que fui ao bar.

- Eu queria falar sobre isso, te liguei e tentei te contatar para falar. Eu estava frustrado, você saiu invadindo minha intimidade, me questionando coisas das quais não vou falar com você. Eu queria aquilo, mas quando você me empurrou e vi o que estava acontecendo, só achei necessário te afastar, então te falar algo que ferisse seu orgulho a ponto de você não querer me ver mais me pareceu uma boa opção. Eu não penso isso de você, eu te acho bem ingênua na verdade. E eu não queria e nem quero ninguém vasculhando a minha vida. Me desculpe. - Ele falou, pausadamente, me surpreendendo, sem deboche algum, aparentemente a coisa mais sincera que ele já me disse. E eu não sei se estava feliz ou surpresa dele se abrir comigo.

- Eu fiquei sabendo pelo delegado, ele namora a minha mãe e eu fiquei curiosa, eu não vou mais chegar perto de você se é o que quer ... - Deixei isso no ar, eu não queria isso, mas também não iria ficar correndo atrás dele.

- Não! - Ele disse chegando muito perto de mim. Perto mesmo, colado.

- Não? - Perguntei muito perto da sua boca.

- Não. - Ele me puxou pela cintura e colocou nossos lábios de forma intensa, ele me beijava com possessão, fazendo nossas línguas travarem uma guerra, ele me apertou mais contra seu corpo, e minhas mãos que estavam geladas foram parar em sua nuca, eu senti quando a mesma se arrepiou com meu toque, ele mordiscou meu lábio inferior. E parou o beijo com alguns lânguidos.

- Acho melhor você entrar - Sussurrou. Assenti, minha mãe ou algum vizinho poderiam nos ver já que não era tão tarde assim.

- Obrigado pela carona - Agradeci, ele fez muito por mim.

- Isso não foi nada... Só te peço que fique longe daquele idiota - Pediu.
- Você não precisa nem me pedir algo assim - Completei.

- Tchau! - Falei mais uma vez e me virei caminhando pelo jardim rumo ao portão da minha casa.
Mas fui surpreendida por uma mão no meu braço, que me puxou fazendo meu corpo ir contra o seu, e logo senti certos lábios sobre os meus.
Nos beijamos por mais um tempo.

- Agora eu posso ir embora. Se cuida. - Pediu e caminhou rumo a moto, e montou na mesma.

- Até, Cretino! - Me despedi e ele sorriu, colocou o capacete, ligou a moto e saiu em disparada cantando pneu pela minha rua. Imprudente. Eu não consigui deixar de sorrir. Jared...Ele mexe comigo.

Entrei em casa, e fui caminhando devagarinho.
Mas...
Minha mãe estava na sala de TV como um gavião. Ferrou.
Ela se virou pra mim.

- QUEM ERA AQUELE HOMEM QUE VOCÊ ESTAVA SE AGARRANDO LÁ FORA? ME DIGA AGORA CARTER!

_____________

pontos de vista de ambos nesse capítulo, se eu amo?

o dono do bar.Where stories live. Discover now