Capítulo 7

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Ayla...

— Eu não gostei e pronto Ayla.

Desde que chegamos no restaurante que se localiza no centro de Goiânia Lucas só sabe reclamar da minha aproximação com Henrique. Eu neguei e tentei mudar de assunto, mas ele insiste em desconfiar de algo, e sinceramente já estou ficando irritada.

— E ai parceiro — Um menino acompanhado de outros comprimenta Lucas. — Amanhã de tarde terá uma festinha na praça, topa?

— Com certeza. — Todos sorriem. — Posso levar minha namorada?

Eles olham pra mim com um sorriso malicioso — Claro, pode levar sim. Eu posso dizer que ela é linda?

— Pode não! Sai logo.— Eles saem rindo. — Você vai amor?

— Vou sim, só tenho que conversar com meu pai. — Termino de comer — O que vocês estavam falando antes de eu chegar?

—  Conversa de homem. — Ergo minhas sobrancelhas — Ta, ok. Ele só queria conversar com meu pai e perguntou se ele estaria em casa amanhã.

Lucas foi pagar a conta, e fiquei me perguntando por que meu pai quer conversar com o seu Araújo. Isso é estranho, afinal os dois nunca se falaram ou tiveram um contato se quer.

Saio dos meus pensamentos quando Lucas chega entrelaçando sua mão a minha me conduzindo para fora do restaurante. Fazemos compras, e horas depois encontramos nosso amigo.

— Olha quem eu encontro Brasil! — Caio aparece. Nós abraçamos. — O casal mais lindo de todos. E aí vocês vão pra festinha de amanhã na praça da cidade?

— Não sei, talvez a gente vá.

— Hum, e tão fazendo o que aqui?

— Vim comprar umas coisas e dar uma volta.

— Isso. Inclusive ja vamos embora. — Digo exausta por ja termos andando bastante.

— Ja? — Lucas me pergunta como quem quisesse ficar.

— Claro que sim! Ja fizemos tudo e to super cansada.

— Mas... — Interrompo ele.

— Mas nada. Vamos logo.

— Nossa, hoje você ta terrivel. Mas é de chata. — Caio diz rindo. Nos despedimos e voltamos pra fazenda.

(...)

Ao chegar na fazenda, ando em direção as escadas, passando pelo escritório. Mas ouço meus pais conversando algo estranho, então paro e ouço.

— Então é isso que ta te preocupando? — Minha mãe pergunta.

— Mais que isso. Lembra quem me deve um favor? Não tenho contato com ele a um tempo e também não sei se pode ajudar a gente porque ele teria que vir pra cá e você sabe que tem o Henrique, não sei se seria uma boa ideia. — Diz meu pai em tom de preocupação.

— Mas e se for a unica opção? E isso mais cedo ou mais tarde irá acontecer. — Minha mãe também me parece preocupada. O que estranho mais ainda.

— Não sei. Temos que achar uma solução. Ayla ja chegou?

— Não sei. Vou ver agora.

Me afasto rapidamente da porta e caminho em direção à escada.

— Ah, você chegou? — Minha mãe pergunta. Não sei pra que.. Se ela está me vendo é lógico que cheguei.

— Sim, vou tomar banho. To super hiper mega exausta. Beijos — Digo enquanto subo as escadas.

— Tudo bem. Desce para o jantar! — Ela fala mais alto.

Entro em meu quarto. Duda não está. Sento na cama e começo a me perguntar. O que será que ta acontecendo?... Quem será essa pessoa e o que tem a ver o Henrique?... Será que é sobre sua família?...

— Tenho que descobrir!
— Digo em voz alta.

— Descobrir o que? — Duda me surpreende ao entrar no quarto.

— Nada! — Levanto rapidamente e vou para o banheiro.

Depois de tomar um banho desço para o jantar. Nada tão fora do comum como meu pai com seus sermões, exaltando Duda e Henrique, minha mãe me defendendo, Henrique enchendo minha paciência.. Enfim, o de sempre. Após jantar vou para a varanda de baixo, sento e paro pra pensar, olhar as estrelas, pegar uma brisa fria com cheiro de mato e barro.. Eu gosto disso, apesar dos meus defeitos...Nesse momento alguém senta em outra cadeira ao meu lado.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now