Capitulo 25

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Henrique:

-Quero falar com você.
- Digo me aproximando dela.

- Não to af...

- Não quero saber, cê vai me ouvir e é agora! - Ela me encara enquanto dou umas bofetadas nela com o olhar.
- Vamos pra minha casa!

- O que?! Ir para o seu chiqueiro?! Ta doido? Pode falar aqui mesmo.

- Não to brincando Ayla! - Altero a voz. - Vai por bem ou por mal. O que cê prefere?

- Eu vou. Mas se você me atacar lá e...

- Cala a boca e vamos logo! - Interrompo ela novamente, eu não estava me reconhecendo mais. Saímos para o puxado que durmo e chamo de casa, lá me sinto totalmente a vontade. Entramos e tranco a porta.

- Por que ta trancando a porta?

- Por nada, precaução.

-Precaução de que? De você sair correndo de mim? Só pode. - Ela diz sarcástica.

- Cê acha que é pode tudo né? Que todo mundo te quer, todo mundo te ama, todo mundo faz tudo por você, que cê é melhor que todos, superior..

- Não, eu não acho nada, tenho certeza, eu sou. - A maneira como ela fala me irrita.

- Cala a boca! - Grito. - Só eu falo! Só eu! - Grito bem próximo a ela. Ela me encara pouco assustada mas tenta demonstrar que não se importa. - Quantas coisas eu já aguentei de você ? Tem noção? Já se pôs no meu lugar alguma vez? Não! Com certeza não! Por que? Porque cê é um poço de defeito! Em todos os seus anos de idade eu não conseguir observar uma qualidade sua! Egoísta! Prepotente! Doente! Cê é doente! Já parou pra pensar nas coisas que você faz, que cê diz? Eu lembro de tudo! De cada palavra, cada vez que cê mentiu e pôs a culpa em mim, armações, joguinho barato pra me usar, eu lembro de tudo! Cê esqueceu né? Claro, não tem importância pra você! Mas eu me importo! - Já estou gritando com ela e pra minha surpresa ela ouve calada mas as lágrimas escorrem do seu rosto. Ela permanece séria, mas nao me olha. - Olha pra mim! Olha! - Ela não olha, o que me deixa mais irritado. - Olha Ayla! - Então ela levanta lentamente o olhar em minha direção. -- Ta tudo aqui! Tudo! Eu não esqueci nada, e cê faz questão de lembrar tudo todos os dias! - Esmurro a parede. Não seguro as lágrimas de ressentimento que me escorrem, todo o rancor que guardo a anos.

- Já acabou?!

- Não, não acabei! Por que cê tem que se meter na minha vida? Me provocar? Mecher com alguém que não tem nada a ver? Ela não tem culpa se cê me odeia! Se quiser fazer, faz comigo mas deixa ela fora disso! Essa palhaçada que é minha vida! Eu só não fui embora ainda por consideração ao seu Marcelo, se não eu já estaria longe daqui, longe de você, como cê tanto quer, sozinho, em paz, deixar tudo isso pra trás, todo inferno que você faz da minha vida aqui. Eu não sou feliz! Porque cê não deixa eu ser! Você tira as coisas boas com sua perseguição! Quando eu penso que to em paz cê vem e estraga! Eu não consigo amar! Até esse direito você me tira! Porque eu não posso ser feliz com ninguém? Nem sozinho! Por que você tem que ta no meio? No meio de tudo!! Tudo! Estraga tudo! Eu não aguento mais! Eu penso em desistir da vida por sua causa! E se eu não tivesse aqui amanhã pra você atormentar? Me erra Ayla! Me erra caralho!! Sabe o que eu queria fazer agora? Sumir! Sumir daqui! - Não contenho mais e choro desesperadamente. Chuto uma cadeira. Parece que meu estômago ta embrulhando, meu peito ta sendo apertado, me sinto destruído por dentro, parece que minha vida não tem sentido, só a Ayla precisa de mim pra fazer as babaquices dela - Sai daqui! - Vou até a porta e abro. Ela levanta e vai saindo de uma vez, sem dizer nada. - Espera! - Ela para - Não deixe ninguém saber disso! Muito menos o seu Marcelo, não quero dar mais problemas á ele. Finja, isso você sabe fazer! Agora Some! - Ela sai e eu bato a porta com tudo. Só consigo chorar.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now