Capitulo 10

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Henrique...

Quando chegamos na praça a primeira coisa que me veio em mente foi arrependimento. Não sei por que entrei na onda da Ayla mas ela conseguiu me convencer a ficar. De repente ela pega minhas mãos e põe em sua cintura, isso me deixa um tanto perplexo e confuso, não tive reação, apenas sorrí. Era totalmente estranho mas não me senti mal. Me deixei levar pelo momento e quando me vi estava ali no meio daquelas pessoas dançando, posso até dizer que estava me divertindo. Ayla dança provocante de costas em minha frente, seu corpo bem próximo ao meu, ela se movimenta mechendo um tanto comigo, o que me estranha e por ser perigoso nós dois sem muita distância, me afasto um pouco. Logo ela se vira e diz que vai pegar bebidas, não espera que eu negue ou concorde, ela sai. Logo volta com dois copos e claro, eu não concordo, devemos ir embora. Novamente ela me convence com o velho drama, eu não devia deixar mas mesmo assim viro o copo quase todo de uma vez. Não tenho o costume de beber mas um copo não faria mal. Sinto Ayla me abraçar por trás se movimentando enquanto passa as mãos em meu peito, me viro rapidamente e a encaro, ela estava linda e provocante, sou homem e não sou de ferro, quem resistiria a ela naquele momento? Eu me deixei levar. Me senti leve, flutuando, esqueci do mundo, a música me movimentava, não eu. Ayla está com o celular nas mãos mas isso não me importa, tem varias mulheres ao meu redor, elas dançam pra mim, algumas me beijam, me sinto animado, o cara mais feliz do mundo. Horas depois se passam, eu não sei ao certo.

— Vem! vamos ali. — Algumas das garotas saem me puxando para um local mais escondido.

Estamos em um canto escuro. Elas me beijam e passam as mãos em meu corpo começando a tirar minha roupa. Ajudo e tiro algumas peças delas. Não sei direito onde estou, por que estou ali e nem como fui parar ali, só sei que estou me divertindo...

Abro os olhos piscando várias vezes seguidas sentindo uma ardência nós mesmo, volto a fecha-los.

— Você tem certeza? — Ouço alguém perguntar.

— Tenho pai. Era exatamente em uma festa dessas. Eu vi no video. — Ouço uma voz feminina, mas próxima.

— Aquele carro! É o nosso. Me ajude a achar sua irmã e o Henrique. — Ao ouvir meu nome, saio do meu transe abrindo minhas pálpebras.

— Que isso uai? Onde eu to?

Percebo que estou deitado semi nú. Algumas garotas tambem semi nuas do meu lado. Minha cabeça doi, me sinto cansado e tento me lembrar das coisas enquanto me visto mas tenho apenas vagas memórias. Me vem vários flashs e acho que estava com a Ayla e depois em uma festa e... Nesse momento minhas lembranças são interrompidas. Apesar do escuro da noite consigo definir alguém com a iluminação de um celular parado me encarando.

— Henrique?! — Diz uma voz feminina em um tom de surpresa como se duvidasse de algo. Eu conheço essa voz. Mas ela tambem tá aqui?

— Duda?! — Me aproximo tentando exergar melhor.

— Henrique? O que você ta fazendo ai? Cadê a Ayla?!
— Outra voz conhecida. Mas dessa vez é masculina e em tom de reprovação e preocupação.

— O que você tava fazendo com elas? — Ela me olha com os olhos lacrimejados.

— Seu Marcelo! Eu..e..eu..s.. — Não sei o que dizer, não sei direito onde estou muito menos me explicar.

— Depois! Agora vamos encontrar a Ayla! — Seu Marcelo me interrompe e eu assinto com a cabeça seguindo os dois. Duda parecia segurar um choro, me sinto mal por ela.

Não me lembro direito sobre a festa mas me lembro bem da nossa conversa. Não lembro direito o que aconteceu comigo e aquelas garotas mas posso imaginar. Tenho raiva de mim mesmo por ter feito aquilo e por magoar ela. Nos continuamos procurando a Ayla e nesse momento ecoa o som das sirenes de carro da polícia. Sim, é a polícia. Agora temos dois, ou melhor, grandes problemas. Temos que achar a Ayla e fazer com que a polícia não nós veja, sem contar com o que pode acontecer comigo e com ela depois disso. A feição do seu marcelo não está das melhores.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now