Capitulo 18

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Henrique...

Estou acordado, isso não significa que levantei. Estou meia hora encarando o teto. Eu quase não dormi pra ser sincero. Tudo que aconteceu ontem me deixou mexido, mexido de um jeito que eu não sei o que estou sentindo. Eu e a Ayla, a gente tem uma química muito louca, coisa de prazer, de desejo... É como se eu fosse o combustível e ela o skeiro. Não podemos chegar perto demais, se passar do limite queima. E Foi isso que aconteceu aqui. Brincamos com fogo e agora estou aqui queimado, esse incêndio incendiou minha mente, minha cabeça ta virada, eu não paro de pensar no que aconteceu. De repente esse fogo todo encontra a água, que apaga o fogo mas não os vestígios do que foi queimado. A Sofia me trás paz, ela é a calmaria no meio de tantos sentimentos conturbados entre mim e a Ayla. Eu gosto muito da Sofia, estar com ela é uma das melhores partes do meu dia. O beijo dela me acalma, fez eu me sentir melhor, o seu olhar me transmite algo bom que eu não sei explicar. Eu gostei de ficar com ela. E aqui estou eu com o coração divido. Razão e emoção disputam pra ocupar lugar na minha mente. Sinceramente não sei como vai ser daqui pra frente. Talvez eu deva me envolver com a Sofia, mas tenho medo de ferir seus sentimentos... Espera aí! Isso da uma musica. Levanto, pego um papel e uma caneta e o meu violão. Anoto e depois vou tomar banho. Visto uma blusa rosa claro e uma bermuda jeans, vou a cozinha onde Maria, Mário e o filho deles tomam café. Me sento á mesa e tomamos café juntos.

— Veio ajudar hoje ou somente atrapalhar mesmo? — Rio perguntando a Vitor, filho do Mário.

— Vim ajudar. — Ele ri.

— Então tá.

Terminamos o café. Seu Marcelo, dona Flávia e Duda ja haviam descido e tomado café. Como sempre quem acorda mais tarde é Ayla, ela chega com cara de sono e o ar pesa imediatamente. O clima fica estranho, uma raiva me invade, saio da cozinha rapidamente.

Seu Marcelo me chama e vou até ele.

— Estou saindo para trabalhar, alguém virá pegar uns gados que vendi. A nossa situação não ta muito boa Henrique. Não sei o que fazer. Enfim, você e o Mário, entreguem os gados que ele separou e receba o dinheiro. Quando eu chegar você me entrega.

— Tudo bem!

— Ah e não esqueça de ir no centro comprar a ração.
O dinheiro ta no lugar de sempre.

— Ok! Mas é pra ir no Hillux ou no carro da dona Flávia?

— Vai no Hillux mesmo.

— Ta bom então. Até mais tarde!

— Até! — Ele diz e sai.

Vou no meu quarto pegar uns livros pra estudar enquanto o tal comprador não vem. Pego e vou pra varanda. Hoje não tem muita coisa pra fazer aqui na fazenda. Estou com o dia quase todo livre.

Estudo umas 2 horas e meia e o Vitor me chama.

— Henrique o pai ta chamando você! O cara que vai comprar os gados ta aí.

— Beleza, to indo. — Digo, ele assente e sai. Vou até lá e recebo o pagamento.

— O gado de vocês é nelore não é? É muito bom!

— Sim — Respondo. — São muito bem tratados e cuidados.

— Que bom! Foi um prazer!
— Nos cumprimentamos e ele vai embora levando alguns gados.

— Agora deixa eu ir comprar a ração. —Digo ao Mário.

— Vai lá que eu vou olhar aquela égua que ta perto de parir.

Saio, pego o dinheiro da ração e o carro e vou até o centro. Ao sair da fazenda, Sofia me vê e eu paro pra falar com ela. Digo onde estou indo e ela pede pra me acompanhar. Vamos juntos ao centro e lá a gente fica de novo. Voltamos e quando estamos chegando a Ayla nos vê e segue o carro. Ao descemos ela se aproxima.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now