Capitulo 8

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Ayla...

- Nossa, até aqui, so pode gostar de me olhar. - Digo quebrando o silêncio.

- Só pra cê saber, não vim por sua causa. - Henrique nega, mas eu sei que foi.

- Tudo bem. E com tanto lugar nessa fazenda você vem parar aqui do meu lado. Conta outra. - Sorrio

- Oh garota chata, eu não te devo satisfações, mas se ocê é cega, eu venho aqui quase todos os dias, não vai ser por ocê que eu vou deixar de vim.

Ele está certo. Sempre vem aqui. Não que eu repare nele ou o no que ele faz, mas não posso me recusar a ver certas coisas. Se ele não vai deixar de vim, muito menos eu de ficar aqui, então.. Lembro da conversa dos meus pais. Talvez eu devia perguntar algo a ele, mas melhor não. Primeiro eu descubro essa história direito. Quem sabe não me favoreça em algo...

- Eu podia cegar mesmo, pra não ter que olhar pra sua cara. - Digo sem olhar pra ele mantendo meu olhar sobre o céu.

- Cuidado com o que cê diz. Cuidado com o que ocê deseja! - Ele me avisa. Era só o que me faltava. Esse cowboyzinho mequetrefe me dizendo com o que devo ter cuidado.

- Por falar nisso, se enxerga! Se põe no seu lugar. Você não é ninguém pra dar conselhos - rio - Tenho pena de você! Não vai dar pra ficar aqui tendo que sentir seu cheiro e olhar pra sua cara. - Digo e levanto entrando em casa.

Henrique....

Ela só pode ser louca. O que eu fiz pra essa garota? É uma futil, não sabe nada da vida e não tem o direito de me jugar.

- Não preciso te responder. Não vou gastar minha saliva. Ocê não merece. - Digo enquanto ela levanta e sai.

Fico ali. Olhando aquele céu bonito, estrelado, a lua tão bonita, deixando o céu tão brilhante e cheio de vida.. Mas todo aquele brilho precisa do anoitecer.. Do escuro, do adormecer.. O sol se esconde, se deita e é solidário. Queria emprestado um pouco da sua luz, irradiante, o centro do universo, ele vai lá, desce um pouco á nossas vistas e deixa a lua iluminar, deixa ela aparecer, acompanhada das estrelas, enfeitatam a noite.. Todo dia tem festa lá. Talvez assim seja a vida.. a gente precisa do anoitecer, do escuro, pra saber o que é brilhar.. Pra tirar o brilho das coisas tão claras e grandiosas e iluminar o que precisa de luz, aquele momento, aquelas coisas simples... acho que é assim que acontece comigo. Eu vivo no meio de tanta grandeza, quem sabe eu brilho e irei brilhar no necessário, no tempo certo.. Quem sabe.

- Sozinho? - Saio de meus devaneios quando me deparo com Duda sentada ao meu lado. - Desculpa, não queria atrapalhar.

- Tudo bem, só tava pensando na vida.

- E-Eu...Eu...Quero T-Te...dizer - Ela tenta falar mais guagueja. Então desiste e leva aos mãos aos cabelos afundando sua cabeça nos joelhos.

- O que foi ?

Ela levanta seu rosto pra me olhar e vejo seus olhos marejados. Rapidamente envolvo meu braço em suas costas me aproximando e perguntando o que ta acontecendo, estou começando a me preocupar. Ela soluça e olha pra cima piscando várias vezes seguidas deixando algumas lagrimas cairem. Eu não entendo, a Duda nunca foi de chorar assim, sempre foi tão forte, me surpreende isto está acontecendo agora.

- Duda deixa eu te ajudar.- Peço já bastante preocupado com ela.

Ela engole seco e funga tentando conter as lágrimas que insistiam em cair. Eu preciso que ela me diga o que está acontecendo e talvez possa ajudar.

- Então... Eu gosto de você. Não! Eu sou apaixonada por você Henrique, sempre fui. - Ela confessa.

Eu ergo minhas sobrancelhas surpreso desviando meu olhar do dela, eu não sei o que dizer. Isso me pegou desprevenido, eu nunca pensei que ela....Ah não! Não quero que ela sofra.

- É... Já entendi.- Ela levanta e faço o mesmo em seguida e nós mantemos nossos olhares um no outro. - Você não sente o mesmo por mim, não se preocupe Henrique. Eu entendo de verdade!

- Duda é que eu... - Tento falar mas na verdade não sei o que dizer. Ela balança a cabeça negativamente e sorri fraco, sai entrando em sua casa.

Eu não sinto o mesmo que ela, sempre foi minha amiga e não posso magoá-la e não vou. Ela sabe que esse sentimento não é recíproco então espero que ela esqueça isso e veja que não passou de um engano.

Entro na minha casa que fica aos fundos da fazenda. Ela é bem pequena, possui somente uma cozinha, sala, quarto e um banheiro, todos os cômodos são pequenos mas bastante aconchegante. Queria fazer minhas refeições aqui, só que o seu Marcelo insiste que seja na casa dele com todos juntos.

Tomo um banho quente e desligo o chuveiro saindo enrolado na toalha. Pego uma calça de pijama junto com uma cueca. Me visto e deito na cama olhando pro teto e um rosto se forma na minha mente: Ayla.

Ela não me merece, é só uma garota mimada e que não se importa com ninguém. Tem muito o que aprender, só espero que a vida não seja dura com ela, pois aprendemos quando superamos os obstáculos que aparecem em nosso caminho. Eu não irei mais pensar nela, com certeza Ayla não merece o carinho todo que posso lhe oferecer.

Ola meus amiguinhos e amiguinhas queria agradecer pelos votos e comentários, fico muito feliz que estejam gostando. Mas ne digam o que acharam dessa revelação da Duda para o Henrique? :o😱

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now