Capitulo 19

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- Você vai levar só isso?
- Pergunto olhando a mala pequena da Duda que ela acabou de fechar.

- Ayla eu vou passar só alguns dias, não é um ano não. - Do de ombros e termino de arrumar minha terceira mala, tento levar elas pra fora do quarto, mas estão pesadas. - Vou chamar alguém, perai.

Ela sai e eu sento em uma mala enquanto mando mensagens pro grupo dos meus amigos avisando que irei viajar, dizendo para eles não sentirem saudades.

- Com licença. - Olho pra cima e vejo Mário e Henrique pegando minhas malas.

Levanto e passo por eles descendo as escadas e vejo meus pais conversando, vou até eles e os abraço.

- Não vejo a hora de está naquela praia, faz quase um ano que não vamos pra lá.
- Mamãe fala.

- Estou louca pra pegar um bronzeado. - Digo e eles sorriem. Saímos em direção ao carro.

Meu pai sai pra falar alguma coisa com o Mário. Entro no carro ficando ao lado da janela, Duda entra ficando no meio e Henrique do outro lado, pelo menos eu fiquei longe dele.

- Já se despediu da sua namoradinha Henrique?
- Pergunto não conseguindo me conter, ele me fuzila com o olhar.

- Está namorando querido? - Mamãe pregunta olhando ele, que parece se sentir desconfortável.

- Ainda não. - Ele responde. encerrando o assunto.

Como assim " Ainda não " , quer dizer que vão namorar, só se for por cima do meu cadáver. Duda ta me olhando, com certeza ela entendeu também. Papai entra ligando o motor e saindo rumo ao aeroporto de Goiânia.

Chegamos e pegamos um carrinho pra colocar nossas malas, até que não está muito lotado, poucas pessoas viajando. Entramos no aeroporto e procuramos o balcão de embarque, fazemos o Check-in. Em seguida entregamos nossas malas, fico com minha mala de mão. Depois vamos para o salão de embarque do nosso vôo, passamos pelo detector de metais e sentamos aguardando. Henrique e a Duda não param de conversar, apenas coloco os fones e mando minha últimas mensagens.

Nosso vôo é anunciado e vamos para o avião, pelo menos o papai me escutou e escolheu primeira classe. Vejo no meu cartão de embarque o meu assento e sento ao lado da janela, quando dou por mim Henrique senta ao meu lado.

- Ei você tem que sentar no lugar certo. - Ele mostra o cartão e eu bufo, o lugar dele é ao meu lado.

Coloco meus fones e ligo meu notebook colocando o vídeo do Henrique bêbado que havia salvado de propósito. No vídeo ele ta dançando com várias mulheres.

- Eu nunca vou te perdoar por isso. - Ele fala olhando tristemente pro vídeo.

- Desapega Henrique, você tem que parar de me amar.
- Digo abaixando a tela do notebook encarando ele.

- Eu te amar? Eu não sinto nada por você.

- Veremos. - Mumurro.

A moça passa com um carrinho e pego uns chocolates, ela pergunta se eu desejo mais alguma coisa.

- Eu quero um champanhe.
- Digo e ela parece me analisar. - Algum problema?

- Ela é de menor não pode beber. - Henrique fala e eu encaro ele incrédula. A moça sai e provavelmente não vai trazer o que eu pedi.

- Idiota. - Bato no braço dele.

- Isso é agressão sabia? - Fala e bufo virando pro lado.

Após o avião decolar, depois de um tempo o avião começa a ter turbulência, Henrique me encara. Uma voz no altofalante pede calma, que apenas estamos passando por uma pressão de ar. Sinto uma mão agarrar a minha fortemente, e vejo que é o Henrique, ele está assutado.

- Ta com medo Henrique?
- Pergunto com deboche, ele revira os olhos.

-Da pra parar?

Enrolo meu braço no dele encostando minha cabeça no seu ombro, ele encosta a sua na minha e assim ficamos. Quando percebi a turbulência já havia passado e faríamos uma escala em Brasília. Eu só fiquei perto dele por que senti pena desse coitado que tem medo da morte, vou precisar tomar um belo banho para tirar os vestígios dele de mim.
Dormi a viajem toda e acordo com Henrique me cutucando, tiro meus fones e vejo todos saindo do avião, então levanto ajeitando minha malinha e saio junto com eles.

Pegamos nossas malas e contratamos um táxi, está dando uma hora da tarde e estou morrendo de fome. Já estamos em Copacabana, entramos no grande e lindo Arena hotel, várias pessoas passando de um lado pro outro vestidas elegantemente.

- Ayla eu pedi pra escolher um hotel barato.- Papai resmunga.

Ele anda até a recepção e eu fico admirando aquele lugar incrível, escolhi um dos melhores hotéis de Copacabana.

- Aqui.

- Por que só dois cartões pai? - Pergunto estranhando, já que eu havia reservado 4 quartos.

- Acha mesmo que vamos ficar cada um em um quarto Ayla? Por favor minha filha, já não basta ter escolhido esse hotel caríssimo.

- Eu não acredito pai, eu não vou ficar com o Henrique e a Duda no mesmo quarto.
- Cruzo os braços, isso é impossível.

- São seus irmãos, e fim de conversa. - Me senti incomodada por ele falar que o Henrique é meu irmão, nunca teria o mesmo sangue que ele.

Entramos no elevador e ele pressiona o botão 3, assim que as portas se abrem saio em desparada, ouço Henrique e Duda conversando animadamente atrás de mim.

- Estamos aqui no quarto ao lado... - Ouço minha mãe falar, apartir daí nem escuto mais, apenas passo o cartão rapidamente fazendo a porta do quarto se abrir.

Estava anciosa para ver o que me aguardava lá dentro e como esperado, era coisa de outro mundo. Andei calmamente até o meio do ambiente e fiquei no meio da sala, olhando tudo ao redor. A sala da suíte era espaçosa com sofás brancos com detalhes de madeira, cortinas grandes que balançavam com a brisa la fora. Duda sai pra varanda para admirar a vista. Tudo era incrível, os lustres, quadros, espelhos e molduras espetaculares.

Vi Henrique pegando as malas, fui em direção a porta e abri me deparando com uma banheiro incrível. Vi outra porta e abri revelando uma cama enorme de casal, nossa aqui é simplesmente incrível. Do um pulo e me jogo nela afundando meu rosto nos travesseiros macios, estou no paraíso.

- Nossa aqui é muito lindo.
- Duda sorri admirada com tudo.

- Onde vocês vão dormir?

- Na cama?!-Ela responde como se fosse óbvio e eu solto uma gargalhada sarcástica.

- A cama é minha queridos, saiam fora vocês dois.- Digo e Henrique revira os olhos, Duda sai, provavelmente indo atrás da mamãe.

Fico de joelhos na cama observando o Henrique mexendo na sua mala. Acho que essa viagem vai ser melhor do que eu esperava. Vou pegar dois coelhos com uma cajadada só, pego o Henrique, Sofia vai saber e dar uma de revoltada, pronto, assim ela aprende a não mexer nunca mais comigo.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now