Capitulo 15

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- Iremos para o Rio.

- Rio de Janeiro?

- Sim Henrique.

- Ah.. Mas que dia vamos?
- Pergunto ao seu Marcelo.

- Esse fim de semana.

- Ah, é... Eu tenho que ir mesmo? - Ás vezes não me sinto a vontade com a familia deles.

- Claro! É uma viajem em familia. - Ele diz sorrindo.

- Tudo bem. - Sorrio - É só isso?

- Sim, pode ir. -Sorrio e saio.

É legal que a gente viaje, me animo por ir conhecer o Rio mas seria melhor sem a presença da Ayla. Lá eu não tenho como escapar das frescuras dela. Ou aturo ou aturo. Volto para onde deixei Sofia e Duda conversando.

- E aí? - Digo me aproximando. As duas sorriem pra mim.

- Ja vou indo. Prazer! - Duda se despede.

- Igualmente - As duas se abraçam e ela sai.

- Espero que se dêem bem. Ela é uma garota muito legal e especial.

- Também espero. Ela realmente é diferente da irmã.

- Sim... Bom, como eu não tenho nada pra fazer agora, a gente podia ir cavalgar.
- Proponho.

- Só se for agora! - Ela sorri animada com a idéia.

Mas antes que eu pudesse ir buscar os cavalos alguém chama pela Sofia.

- SOFIA! VEM AQUI AGORA! - Uma voz masculina grita. É um cara que deve ter mais ou menos minha idade e sua expressão não está das melhores.

- JA VOU! - Sofia grita de volta. - Saco! Esse é o meu irmão. Somos gêmeos, ele tem a péssima mania de me fazer passar vergonha. Mas enfim, vou lá saber o que ele quer. Deixa pra próxima o passeio - Ela sorri constrangida.

- Tudo bem - Sorrio e nós nos abraçamos enquanto beijo seu rosto.

Ela sai e eu fico observando ela ir. Ela é muito cheirosa e muito bonita. Muito bonita mesmo! Dos pés a cabeça. É inteligente, é gente boa, me entende, concordamos em quase tudo. Somos bem parecidos. Eu diria que ela combina comigo. Já que ela não vai comigo calvagar comigo, eu irei sozinho. Celo meu cavalo e saio para cavalgar. Depois de um tempo, em um campo próximo vejo algo muito estranho. Não pode ser o que eu estou pensando... Se bem que pode, dele eu espero qualquer coisa. Desço do cavalo e de longe, sem que me vejam, observo Lucas e Bia. Eles estão bem próximos e intimos, mas do que deveriam. Ela olha pra todos os lados, parece estar preocupada em alguem ver os dois alí. Já ele, não parece nada preocupado. O que eu temia, aliás, não temia, porque não me importo com o namoro dos dois. Mas apesar do jeito nada legal da Ayla eu me importo com ela e também não acho certo o que estão fazendo. O Lucas trai a Ayla. O pior de tudo é que eu devia contar, mas não posso, ou não quero... Não sei como falar. Pego meu cavalo e volto pra fazenda.

Entro em casa para comer algo, chamo a casa deles como se fosse minha pelo costume.

- Maria, o que que tem de diferente hoje em?

- De difereeente não tem nada não. Mas eu vou fazer um bolo de cenoura com chocolate pra você agora.
- Ela sorri.m docemente.

- Eba! - Rio - Maria, você ja viu os novos vizinhos?

- Já por que? - Conversamos enquanto ela faz o bolo.

- Você ja falou com eles? Tipo, cê acha que eles são legais?

- Falar não falei não mas sabe a Fernanda, minha amiga aqui da frente?

- Sei.

- Então, ela me disse que conhece eles, não muito, mas conhece.

- Sério? E aí?

- E aí que ela diz que eles são legais

- Uai, legal como?

- Aí já não sei né! Cada um acha de um jeito. Mas eles parecem ser pessoas de bem.

- Hum, e o que cê acha da filha deles?

- Qual delas? Eita, você já ta de olho na filha alheia?
- Maria ri.

- Ah, deixa de besteira! - Rio. - Mas me diz, o que você achou?

- Ah Henrique não sei! Não conheço a garota né, mas parece ser simpática e é muito bonita.

- Concordo com você!
- Sorrio.

- Não achei! Se tiverem falando da azeda, não achei ela essas coisas, sou muito mais eu, ela quis me bater você sabia Maria? Bem agressiva ela - Ayla chega na cozinha e diz enquanto coloca água pra beber. Ela se senta.
Eu não acredito que vou ter que discutir com ela hoje, justo hoje que eu quero paz pra minha mente.

- Não. Mas por que ela faria isso? - Maria pergunta.

- Você não sabia porque é mentira Maria. Ela não ia bater na Ayla, mas a Ayla bem que pediu, você conhece ela. E quanto á você Ayla, já disse pra não falar dela na minha frente.

- Mentira? Mentira sua! Não fiz nada e ela ja veio pra cima de mim, agora você vai ficar defendendo essazinha que acabou de conhecer? Me polpe!

- Defendo sim! Ao contrario de você, ela merece! Na verdade, ela é bem diferente de você! Ela é bem melhor! Eu jurava que podia passar um dia, UM DIA AYLA, sem me estressar com você mas é impossível! - Digo e ela me encara calada.

- Parem agora! Parecem gato e rato. Só vivem em pé de guerra.Assim até o bolo sai ruim! - Maria se altera.

- Eu não sou bem melhor que ela mesmo, eu sou muito, mas muito melhor! Eu vou te provar! - Ela me encara e logo bebe um gole da água.

- Ta bom Ayla, ta bom. - Eu diria que é meio impossível ela ser melhor que a Sofia. Mas se um dia eu ver essa garota mudar pra melhor tem que ser criada uma data internacional pra marcar esse dia histórico.

- Que bolo que você ta fazendo "Meury" ? - Ayla e seu portuglês.

- Cenoura com chocolate.

- MENTIRA! Ai que tudo! Faz tempo que eu não comia.

- Sai fora uai, o bolo é pra mim! - Digo.

- Pra você? - Ela da gargalhada. - Querido, o bolo e pra "co-mer" então fique na sua!

- Claro que não fico, o bolo é meu e se eu não quiser você não come uai! Maria, diz pra ela que o bolo é meu!

- Claro que não é seu! Sai!

Começamos a brigar pelo bolo também. Pelo que a gente não briga mesmo? Eu empurro ela pra fora da cozinha. Ela volta e tenta me empurrar. Maria ri da gente. Ela tenta, tenta, tenta e não consegue, logicamente porque sou mais forte mas ela também tem muita força. Chega o momento em que estamos próximos demais, nossos rostos a cinco centímetros um do outro, nossos corpos bem colados... Como sempre não temos reação a não ser se encarar. Parece que o ódio brinca com a gente nessa hora. Esse é o momento que eu perco o raciocínio, a memória, a raiva, a cabeça... Perco até juizo. É o momento que eu esqueço quem ela é, esqueço os defeitos, as mágoas... O momento mais errado e contraditório da minha vida.

- Que isso gente?! To vendo isso mesmo? Para tudo!
- Duda aparece e diz perplexa com a cena. Eu e Ayla nós soltamos. Maria continua entretida fazendo o bolo.

- Que cheiro é esse? Ta fazendo bolo Maria? - Duda pergunta.

- Sim, cenoura com chocolate.

- NÃAAO! Sério? Eu quero!

- Nãaao! Você não quer! Nem vem que esse bolo é pequeno demais pra eu e você comer. - Diz a Ayla se achando a dona do bolo.

- Opa! Pra nós três comer! E quem decide quem vai comer esse bolo sou eu! O bolo é meu, e foi feito especialmente pra mim! - Digo. E estamos parecendo aquelas criancinhas de anos atrás brigando pelo brinquedo, três irmãos normais.

- Mas o que?! Você é o dono do bolo por acaso? Quero ver se eu não como esse ele.
- Duda teima.

- Já disse pra pararem de briga! Tem bolo pra todo mundo! - Maria fala, mas não nós importamos.

E assim continua a disputa pelo meu bolo, MEU BOLO.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now