Capítulo 38

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Ayla narrando:

A Duda está batendo na porta e acho que essa cena não lhe causaria uma boa impressão, eu de roupa íntima trancada no quarto com o Henrique. Mas acho que esse não é o problema, o problema  é ela me ver aqui com ele. E desde quando eu me importo com o que ela pensa?  Nossa, as vezes eu mesma não me reconheço mais.

— Já se vestiu? — Perguntei para o Henrique.

— Já, cê não vai se vestir? — Ele perguntou com a voz nervosa. — Se veste logo uai!

Suspirei e me virei,  fiquei passando as mãos na cama até encontrar o lençol,  quando encontrei, o envolvi em meu corpo e sair caminhando.

— O que cê tá fazendo? — Ignorei o Henrique.

E tocando nas coisas cheguei até a porta. A Duda ainda chamava.

— Espera!

— Ayla... Não.. — Henrique  falou atrás de mim.

Toquei minhas mãos na parede e sorri,  fui passando a mãos até chegar no trinco da porta. Apenas rolei a chave e abrir a porta, e ja posso até imaginar a reação da Duda.

— Henrique... — Senti surpresa na sua voz. Talvez misturada com decepção.

— Duda é que...

— O que foi? — Perguntei, interrompendo o Henrique.

— Ayla!

— É que seu pai...ele acabou de chegar. — Ela explicou ainda com sua voz abalada.

— Eu... — Henrique fez uma pausa. — Já estou descendo.

— Tudo bem... Eu vou... É, estou indo. — Duda disse e ouvir passos apressados se distânciando, fechei a porta.

— Henrique? — Indaguei e ele não falou nada, arrisquei da uns passos para frente e me choquei com seu corpo. — Fica calmo e não surta.

— Você nunca vai mudar, não é? — Coloquei meus dedos em seus lábios.

— Isso não importa, seu pai estar lá em baixo.

— Não sei se quero vê-lo, ele nunca me quis.

— Você sabe que é ele que está ajudando a pagar meu tratamento? — Perguntei e abaixei minha mão pousando ela em seu peito. — Você vai descer lá em baixo, vai mostrar a ótima pessoa que você se tornou sem a ajuda dele, e quero você com a cabeça erguida, como sempre foi!

Sentir ele me puxar para os seus braços e me abraçar fortemente.  Eu respirei fundo e retribuo o abraço. Eu sei que o pai do Henrique é rico e me interessa muito que os dois se entendam, mas também quero que o Henrique mostre aquele otário o quanto ele está bem sem ele.

— Irei lá. — Ele segura meu rosto e beija suavemente meus lábios e se afasta, ouvir o barulho da porta e me sinto vazia, agora estou sozinha.

Henrique narrando :

Ouvir isso me deixou melhor diante da situação. Não sou mais um menino, e apesar de tudo, vivi bem sem ele.

Ao chegar na sala vejo o seu Marcelo conversando com ele, e algo chama minha atenção. No dia que estava no Rio de janeiro o seu Marcelo olhou para um homem e depois disso ele ficou estranho, e agora o mesmo homem está aqui na sala e ele é meu pai.

— Henrique? — O seu Marcelo chama minha atenção, eu o olhei.

Os dois levantam do sofá e eu me aproximo.

— Esse é o....— Ele fez uma pausa—  ...seu pai.

Eu desviei meu olha, até então nossos olhares não haviam se cruzado, mas agora encaro seus olhos verdes iguais aos meus e sou capaz de encontrar algumas semelhanças. E algo me vem em mente, aquelas fotos que encontrei com a Ayla, era ele... Era meu... Pai na foto.

Armadilhas Da VidaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang