FESTA

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Festa

Amanda

- O que achou de Liza, Ben?

- Muito cedo para ter uma conclusão. E difícil dizer, já que ela está sem memória.

- Queria tanto poder ajudá-la – Amanda sentou na cama, sentindo-se desolada.

- Eu sei querida, não fique assim. Nós estamos aqui não estamos? Vamos dar tempo ao tempo.

- Pelo visto, não temos escolha – recostou sua testa na barriga de Ben, que estava de pé a sua frente e acariciava seus cabelos – E o Ethan? Argh! Acho que terei problemas em manter a comida no estômago durante esse jantar.

- Pelo menos, ele viaja hoje à noite. Você tinha razão sobre ele, a forma que nos olhou quando entrou em casa, chegou a ser meio assustadora.

- Precisamos tirar Liza daqui. Olhe para esse lugar? Todo em couro, mogno e mármore, estou com medo de quebrar alguma coisa.

- Concordo Amanda, mas vamos com calma. Promete que não vai tentar nenhuma besteira? Não vim aqui para me estressar.

Amanda olhou para Ben e considerou se deveria fazer a promessa que não cumpriria.

- Prometo, Ben. Vamos com calma.

- Fico feliz. Agora vamos, hora de tentar manter a comida no estômago – disse Ben piscando e sacudindo no ar uma embalagem de sal de frutas. Amanda soltou uma risada e respirou fundo.

***

Liza

Ignorei as vozes vindo da orquídea da janela. Pareciam sussurros de socorro. Coloquei um vestido que encontrei em uma de minhas malas ainda fechada. Era deslumbrante, suas pedras subiam do pé até o longo decote em v, onde diminuíam gradativamente. A seda azul reluziu quando o estendi a minha frente e de repente meu estômago se contorceu de dor. Meus poros se arrepiaram quando os calafrios percorreram a espinha. Entendi como uma reação de meu corpo à uma lembrança, que minha mente não conseguia encontrar. A saudade que senti foi desesperadora.

- Foi você quem me deu, dono dos olhos verdes?

Perguntei às paredes antes de deixar meu quarto. Não me importava mais se parecia louca falando sozinha. Havia decidido que iria aceitar a falta de sentido até minha memória voltar, ficar me lamentando, não ajudaria em nada afinal.

Bati na porta do quarto de hóspedes, os dois saíram de mãos dadas. Meu sorriso foi uma reação espontânea ao vê-los juntos e felizes. Mais uma vez, minha mente não localizou o motivo. Acho que tê-los por perto me afetava mais do que eu havia imaginado. Amanda sorriu para mim:

- Liza, você está linda! Adoro esse vestido!

- Já me viu usando-o antes? – fiquei cheia de expectativa, eles poderiam me contar histórias do passado, da minha vida.

- Somente uma vez, quando você voltou do jantar no Pallais, o restaurante em Winterhill.

- Amanda, é tão bom poder ouvir histórias minhas do passado, por favor, me fale sobre este dia.

- Claro Liz, foi no dia que me contou sobre ele – Ben a interrompeu ao limpar a garganta e apertar a mão de Amanda. Ela pareceu indecisa um instante e depois seu ânimo murchou.

- Ele quem? O homem dos olhos verdes? – insisti.

Amanda tinha os olhos cheios de lágrimas, provavelmente por me ver assim, implorando por uma memória. Pareceu-me que ia me falar alguma coisa, mas fomos interrompidos.

- Todos prontos? Espero que gostem do jantar.

Sorrimos em resposta e seguimos Ethan até o sedan preto que nos esperava na portaria. Raquel já estava no carro, com um visual de milhares de dólares. Como poderíamos ser tão diferentes? Ela vinha se comportando como um animal de estimação de Ethan, a perfeita primeira dama. Eu achava isso cada vez mais suspeito. Assim que chegamos ao nosso destino, um sinal de alerta vermelho pareceu ganhar vida dentro de mim.

Simplesmente parecia errado.

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Amoressss, fiquei sem internet ontem =/ Peço desculpas pelo atraso.

Por isso, postei em dose dupla! Tem mais um capítulo a seguir! \o/

O Templo - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora