TRAMAS

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TRAMAS

Adrian

Ele voou até Gaia enfurecido. Ela o aguardava sentada em uma das me- sinhas vermelhas de alumínio, na calçada da Times Square.

— Por que você não fez nada?! Como pôde ficar parada assistindo? — exigiu bruscamente uma resposta. Sentou-se de frente a ela e bateu com força uma mão na mesa.

— Não grite, virtuoso. Não estou aqui para cuidar da garota. Nem você. Preciso te lembrar disso?

— Não me venha com suas crises de ciúmes. Estou sem saco pra isso! — Adrian sentia raiva de si mesmo. — E, por falar nisso, andou se afeiçoando ao anjinho de olhos verdes?

— Querido, sabe que é do seu âmbar brilhante e caramelado que mais sinto falta. Justamente por isso, desejo nos livrar dessa cor púrpura amaldiçoada. Gaia falou sedutoramente. Contornou a mesa em passos lentos e sentou sobre as pernas dele. Adrian cruzou os braços para afastá-la, mas habitualmente cedia as suas provocações. Ela mordiscava seu pescoço e o inebriava com o toque de sua pele ardente e macia, ele já sentia o muro se desfazer. Não, dessa

vez ela não iria distraí-lo!
Com esforço, ele se levantou e a afastou:
— Não pense que não vi seu sorrisinho quando o panaca me acertou

um soco.
— Esqueceu que estamos jogando, Adrian? Ele precisa acreditar que

estou do lado dele. E você? O que andou fazendo? Eu vi você beijando a garota! — Apontou o dedo acusatório em seu peito.

— Lhe dou a mesma resposta, Gaia. Ela precisa acreditar que estou do lado dela.

— A beijando à força?

— Ela gostou do beijo. E alimentar sentimentos dela por mim ajuda a enfraquecer a união dos dois. — Adrian cruzou os braços, satisfeito com a res- posta inventada.

— Garoto esperto. Agora me deixou até orgulhosa — o dedo acusatório deixou seu peito e a mão deslizou para o pescoço, puxando-o para um beijo.

— Preciso ir, Gaia. Se atenha ao plano e não me irrite mais — Adrian in- terrompeu a mão de Gaia ao perceber a intenção daquele gesto, disse a si mesmo que não a beijaria apenas por estar com muita, muita raiva naquele momento.

— Idem — ela o fuzilou amargurada antes de desaparecer.

Adrian ruminou suas justificativas e as reforçou: tudo que fizera até en- tão tinha o objetivo de ofertar a alma dourada à Ivanka, para assim se libertarem do Estigma Púrpura. E ele e Gaia experimentariam a vida juntos e livres.

O momento de sua decisão se aproximava e ele precisaria ser honesto com si mesmo. Pois, de tempo em tempo, nem mesmo uma Virtude fica imune a própria mentira.

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GENNNNTE, vocês esperavam por essa? =O

Beijosss e amanhã teremos dose dupla! \o/ 

O Templo - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora