Capítulo 1

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Piiii-piiii-piii.

Mais uma manhã não tão gloriosa. Meu antigo despertador, daqueles estilo rádio relógio com um barulho ensurdecedor, infelizmente, era a única coisa nessa face da terra que conseguia me acordar.

Piiii-piiii-piii.

Eu já tentei usar o celular como despertador com diversas musiquinhas, mas eles erraram no propósito ao criar a função soneca. Você vai apertando mais 10 minutos, mais 10 minutos. De 10 em 10, vira meia hora e lá se foi o tempo para comer alguma coisa antes de sair de casa.

Piiii-piiii-piii.

Por isso, apesar de estabelecer essa relação de amor e ódio com o meu rádio relógio, ele ainda é muito eficiente. E, aprimorei sua eficiência colocando ele em cima da cômoda, o que me obriga a levantar para desligar.

BOM!

Loraine, minha colega de apartamento, jogou algum objeto sólido na parede como um alerta para eu "desligar essa merda", traduzindo para o português claro.

Bem, acho que é hora de levantar mesmo. E como parte do meu ritual matinal, eu sempre arrumo a cama. Parece que o estado em que a deixo, reflete diretamente no meu dia. Uma vez, época em que fui aconselhada a passar a usar o despertador do celular...

Pika-pika.

A vozinha do Pikachu, isso mesmo o Pokemón, soa no meu celular. É o Red, meu amigo. Sim, que nem o personagem do videogame.

Red: Super bom dia, Roxanne!

Eu conheço o Red desde a época da escola. Estudamos no mesmo colégio desde a quinta série, mas só no baile de formatura que a gente virou amigo.

Nesse dia eu tive uma super briga com o meu namoradinho da época. Engraçado como nossas paixões são tão intensas nessa idade.

Resumidamente, o Red estava num canto jogando Pokemón, pra variar, e me viu chorando. Ele foi super fofo e desde aquele dia nos falamos todos os dias há, o que, uns sete anos? Já perdi a conta.

Pika-Pika.

Red: Acorda antes que a Loraine quebre a parede do seu quarto!!

Anne: Já acordei! E não me chama de Roxanne

Red: Sorry, Anne. Quais os planos para hoje? Ainda tá saindo com o Júlio?

Ele faz isso de propósito, só para me irritar. Ele sabe que parei de sair com o Júlio há meses. Simplesmente, as coisas não deram certo entre a gente. Ele tinha algumas manias irritantes, como ficar pigarreando como se tivesse sempre alguma coisa entalada na garganta. Além de ser bastante egocêntrico.

Já li muitos livros da Sophie Kinsella para saber que esses carinhas não dão futuro, vai por mim. Preciso de alguém que realmente se importe comigo e me valorize.

Pika-pika.

Red:*Smile com óculos-escuros*

Anne: Tenho mais o que fazer, Red. *Smile beijinho*

Corro para cozinha e preparo o meu chá. Um hábito que adquiri com o meu pai que é meio inglês meio irlandês nascido nos Estados Unidos. O grande responsável por me batizar como Roxanne. Como-eu-odeio-o-meu-nome!

Ele conheceu a minha mãe de maneira bem clichê, para falar a verdade. Num carnaval carioca. E eu fui literalmente produto de um "acidente" de carnaval. Eles nunca desenvolveram um relacionamento sério, mas mesmo o meu pai morando na terra do tio Sam, ele foi bastante presente. Sempre que podia, ele vinha me visitar ou eu ia para lá. Confesso que não tenho do que reclamar da dupla cidadania.

Eu Escolho VocêWhere stories live. Discover now