Capítulo 16

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Depois daquele beijo, as coisas ficaram um pouco quentes. Mãos rolaram pelo corpo todinho e talvez a canga tenha sido utilizada. Mesmo assim, isso não impediu de entrar areia na minha calcinha. Mas, calma, não chegamos nos finalmentes.

Na volta para o hotel, nós estávamos meio altos por causa das misturas de bebidas que rolou durante a noite. Talvez eu estivesse mais do que ele, para falar a verdade. Ou pelo menos, o Morgado disfarçava muito bem.

Foi uma luta tentar tirar a areia úmida da maresia que grudou por toda parte. O Morgado até tentou ajudar, mas logo desistimos. Voltamos a nos beijar novamente, agora encostados na porta da limusine.

O beijo dele era fresco e decisivo. Meu Deus! Ele sabia muito bem o que fazer com a língua. Só não sei o que era melhor, quando seus lábios estavam na minha boca ou brincando pelo meu pescoço.

- Precisamos ir... - minha voz saiu mais como um gemido do que qualquer outra coisa. - Amanhã é segunda... Trabalho... - Estava difícil formar um frase completa. Ele me calou com os seu lábios e lá fomos nós para mais cinco minutos de beijos intensos.

- Sério... Morgado.

Parecia que eu tinha usado uma palavra mágica, porque ele parou em um segundo. Ficou me olhando com o rosto completamente vazio. Se afastou para eu poder sair de frente da porta e a abriu para eu entrar.

Dentro da limusine o silêncio reinou e desejei que pudessemos voltar para quando estávamos nos pegando.

Essa coisa de não pensar traz muitos problemas. Tipo essa situação onde eu não sei o que fazer. Não é como se tivéssemos uma relação onde agora seria super pertinente eu encostar a cabeça em seu ombro.

Sem contar que eu tinha tempo para pensar, enquanto estávamos fazendo vários nadas dentro da limusine, e a ficha foi caindo. O quanto tudo aquilo parecia muito errado de muitas formas que eu não conseguia nem enumerar.

Espiei pelo canto de olho e Morgado estava fitando a paisagem pela janela com a mesma cara inexpressiva. Isso fez com que todo o calor do meu corpo sumisse, um calafrio correu a minha espinha.

Como uma menininha, eu larguei minha mão direita no meio do banco. Sim, na esperança de que ele pagasse. Eu precisava sentir aquela corrente elétrica pelo meu corpo de novo. Estava muito frio ali dentro, e não estou falando da temperatura do ar.

Minha mão fechou sozinha como uma flor murchando quando a limusine parou na frente do hotel.

Antes de irmos cada um para o seu quarto. O celular do Morgado tocou. Fiquei impressionada ao perceber que ele estava o tempo inteiro com o aparelho e não pegou nem por um segundo durante esse tempo todo.

Ficamos parados um de frente para o outro. Ele olhando para o celular pensando Deus sabe no que e eu esperando novas instruções.

Tudo aquilo tinha acabado assim? Ou era eu que estava criando uma fantasia na minha cabeça que não existia? Afinal, foram só uns beijos...

- Eu preciso atender - ele finalmente disse, ainda sem olhar para mim.

- Okay. E agora? - dizer aquilo fez ele olhar imediatamente para mim, aparentemente ele achou que eu queria discutir a nossa não-relação agora. - Eu quero dizer, que horas vamos embora?

O celular continuava a piscar, mas eu não consegui ver quem estava ligando.

- Meia hora está bom para você? - apesar de estar com o celular na mão, ele olhou no relógio analógico no seu pulso esquerdo.

Eu apenas acenti com a cabeça e me afastei em direção ao meu quarto para juntar as minhas coisas e tirar a areia grudenta do meu corpo. E quem sabe, esfregando bastante, eu não tirasse também o cheiro dele que parecia estar em toda parte.

Eu Escolho VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora