Capítulo 19

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Pérola




Os dias estavam passando bem rápidos , mesmo assim , parece que essa dor nunca vai embora. Minha família tenta ser forte,mais sempre os encontro tristes em algum canto da casa. Já peguei minha mãe olhando um porta- retrato da família e na certa seu peito se apertou ao perceber que por mais que amamos os "nossos" vai chegar a hora de cada um partir. Ela havia aprendido a amar a Marina como se fosse a mãe que ela não eve oportunidade de aprofundar seus conhecimentos. Meu avô anda abatido, quase não vem aqui em casa ,mais  o Miguel sempre está junto dele para lhe fazer companhia. Minha mãe o liberou  todas as tardes para ficar com ele. Eu sei que o vó gosta da companhia daquele moleque metido.

— Filha? — A ouço me chamar,mais não me movo e fico aguardando ela aparecer na porta do meu quarto. É não demora muito ,para que ela faça isso.

— Filha quer ir comigo para a  floricultura? — Fez uma pausa breve. — Sabe ,será bom sair um pouco ,respirar um pouco de  ar puro.— Tentou convecer-me. — Tem dias que você não sai de casa.
— Constatou.

— Eu tô ocupada! —  Minha voz saiu um pouco seca.

— Ocupada? — Murmurou.
— Filha,você poderá levar seu caderno para a loja,leve seu laptop também.Sabia que abriram uma loja de música bem na frente da floricultura? —  Eu parei de escrever no meu caderno e foquei a minha atenção para ela. —  Então ,o que acha? — Pensei por um momento,não é que eu não goste da companhia da minha mãe eu só não gosto de ficar presa dentro da loja o tempo todo. 

—A senhora vai me deixar sair a hora que eu quiser  de lá? — Ela assentiu.
— Eu vou poder tomar aquele Milk Shake da lanchonete de lá perto?
— Ela assentiu. — Mais eu vou querer o maior de todos,com muita calda,sorvete e tudo o que couber lá dentro. — Ela assentiu.

— Hoje você poderá tudo, mais...
—Sempre existe um "mais".Eu bufei.— Você só vai tomar o que couber dentro da sua barriga. — Acabamos rindo juntas e eu assenti.Levantei-me da mesa do computador onde eu estava com o meu laptop ligado e com  o meu caderninho em mãos escrevendo uma nova letra para as minhas canções. Observação:Ainda serei uma estrela do Rock,ou quem sabe, poderei  ver as minhas canções ganharem vidas em outras vozes famosas. Sai dos meus pensamentos e voltei a minha atenção para o que eu estava fazendo e logo desliguei o meu computador portátil com rapidez  e o guardei na minha bolsa transversal ,junto do  meu caderno e o meu estojo. Calcei em seguida os meus tênis ,e passei as mãos sobre o meu vestido tomará que caia  vermelho com desenhos de caveiras na cor preta para desamassa-lo. Ao terminar esse breve ritual ,peguei a minha bolsa que estava sobre a mesa do computador e á ajeitei sobre os meus ombros e sigui até a minha mãe que ainda permanecia parada na batente da porta do meu quarto me observando atentamente.

— Vamos? —  Ela me sorri e seguimos para o seu quarto.Minha mãe  pegou a  sua bolsa na cor marfim  rapidamente , e só então seguimos para a Floricultura.



→Algumas horas  depois

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— Mãe é verdade que você enganou mesmo o pai Nico com o "Copo de Leite"? — Ela riu alto.

— Sim filha, ele achou que iria morrer !  — Afirmou toda sorridente enquanto arrumava um lindo vaso para uma cliente.

— Boa tarde,quanto  custa as rosas?
—Perguntou-me aquele menino de aproximadamente uns doze anos,ele ajeitou o seu óculos de grau e logo voltou a sua atenção para mim que permanecia atrás do balcão da floricultura. Olhei rapidamente para a minha mãe  e ela sorriu.

— Bom... — Engatou a dona Fernanda para responder  antes de mim ,o seu mais novo cliente. Respirei aliviada por isso. Eu estava perdida. —As dúzias de rosas nacionais saem por volta de uns cinquenta e cinco. — O olho do menino  arregalou - se.
— Mais se quiser comprar apenas uma única rosa,cada unidade custa por volta de cinco reais. — O  rostinho do menino se iluminou e minha mãe sorriu para ele.

— Então a senhora pode preparar um arranjo pequeno de umas três rosas por favor? — Disse o menino cheio de si,e eu acabei rindo de forma contida.

— Claro! —Afirmou a minha mãe lhe devolvendo um sorriso aberto .

— Mãe ,deixa que eu mesma me encarrego de ajeitar o tal arranjo do pequeno Shakespeare ai.

— Como? — Indagou-me o menino sem entender o tal apelido.

— Deixa pra lá. —Revirei os olhos para ele enquanto engatava em outros risos contidos.

— Filha,use o nosso mais belo plástico,  e a mais bela fita para o embrulho desse rapaz. — Eu assenti e segui para o outro lado da sala ,onde ficavam os tais enfeites.Assim que cheguei na bancada vi que haviam tantos materiais que me perdi um pouco ,em por onde começar. Olhei para o outro lado da mesa e vi que havia um plástico transparente cheio de corações ,e junto havia um laço semi pronto na cor vermelha. Os peguei e comecei a monta-los.Tantas vezes eu vi a minha mãe fazer aqueles arranjos,e até que consegui arruma-lo de forma decente .Assim que o aprontei ,levei até o menino agoniado. Ele me sorriu ao ver que havia ficado uma belezura ,agradeceu a nós duas e após pagar ,virou-se e levou o embrulho consigo e se foi.

— Mãe,vou lá comprar aquele Milk Shake de chocolate,vai querer um?
— Ela negou e voltou a arrumar o vaso de uma outra cliente e eu segui para fora da floricultura.Olhei para direção em que  o tal menino seguia. Ele andava apressadamente e passava suas mãos sobre sua roupa para desamassa-la,apesar de pra mim ele estar muito bem vestido e engomado ,com sua roupa social e seus sapatos muito bem engraxados. O segui na curiosidade de saber para quem ele iria dar aquele arranjo feito por mim.Depois de uns quinze minutos andando atrás dele e tendo o cuidado para que ele não me visse o vejo se aproximar de uma menina que era claramente muito mais velha que ele.Me escondo apressadamente  atrás de uma lixeira grande que havia ali na calçada e continuo os observando com cuidado. Ele entregou as flores para a menina ,ela o agradeceu mais logo levantou-se furiosa e jogou o arranjo que  eu  fiz com tanto amor no chão e o   pisoteou. Aquilo me deixou injuriada e furiosa.Quem ela pensa que é ,para maltratar aquelas flores ? E ainda por cima ser desalmada à esse ponto, para ferir o coração daquele pobre pré adolescente.Eu não me contive , e sigui como um furacão até eles.

— Sua desalmada o que pensa que está fazendo? — Meu tom de voz saiu alterado e minha postura estava ereta , lhe mostrando minha alto confiança para intimida-la enquanto me aproximava daqueles dois.

— Eu que lhe pergunto,o que pensa que você está fazendo? — Me devolveu a mesma pergunta que eu acabará de lhe fazer. Mais que petulante,pensei comigo.

— Defendendo esse pobre rapaz de uma sem coração como você!
— Ela riu,e o garoto nós olhou com espanto ,mais continuou imóvel e sem pronunciar nenhuma palavra se quer.

— Tá vendo o porque deu não sair com você! — Disse ela ao menino.
— Um moleque nunca servirá para mim. Você  fede a leite. Maldita hora em que minha tia me fez andar com você. Me deixe em paz. — Gritou.  E logo  cuspiu em direção aos  nossos pés e saiu com aquele nariz apontado para o céu.

— Eu só espero que ela pise num monte de bosta,só para abaixar aquela crista de galinha que ela tem.
— Sussurro comigo mesma ,enquanto olhava aquela maluca sumir de nossas vistas.

— Natacha! —Gritou desesperado o menino para a jovem,mais ela o ignorou. — Você ainda vai ser minha.— Murmurou e eu me contive para não frusta-lo ainda mais. 

 Um Pedacinho de nós Dois ✔Où les histoires vivent. Découvrez maintenant