Capítulo 24

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Leon





Enquanto  as horas passavam e a lanchonete ia enchendo de gente faminta, fiquei pensando em uma forma de conquistar a Pérola. O que seria um bom começo  para uma menina que gosta de música,  é  doce, as  vezes se esgota fácil,  tem um temperamento difícil  e não  gosta de ser contrariada? Eu a observei nessas semanas ,mais ainda me sinto inseguro com o que lhe dar. O que poderia deixa-la sem palavras? O que iria emociona-la? O que demonstraria que eu sinto por ela ? Eu sou divertido, sou um cara Boa pinta , sou inteligente, trabalhador, entre muitas outras qualidades. Quem em sã consciência  não  iria gostar de me ter como genro?  Eu desde o princípio  me dei bem com a família  dela, eu gosto do jeito  esplhalhafatoso  da dona Fernanda. A Pérola  lembra muito ela, o seu Erick é  um cara bastante sábio.  Eu gostei de conversar com ele, ele me deu bastante conselho sobre a vida. Eu tenho vontade de saber mais sobre a Pérola.  Fiquei muitíssimo  curioso sobre o outro pai que ela tem, sobre a madrasta ou boadrastra, tia Gi, como ela diz. Seu irmão  Miguel, o menino pequeno em tamanho, mais grande em coração.  Ela me disse que apesar de implicar muito com o irmão,  ela tem orgulho  dele e o ama incondicionalmente como todo o resto de sua grandiosa  família. Ela me falou sobre o bombeiro  aposentado  que tem como avô. O homem que só  com o olhar e a presença  deixa todas as pessoas  a sua volta intimidados. Espero que ele goste de mim quando eu tiver  a oportunidade  de conhecê- lo.
Pérola,minha doce menina arteira, pequena em tamanho e grandiosa em atitudes. Linda menina ruiva , RocKeira de corpo  e romântica  de alma. Essa é  uma ótima  definição  para aquela menina  que invadiu  meu coração  e a cada dia cresce e se aposa  de todo o meu ser.

— Já  sei... — Pensei alto comigo mesmo  enquanto  servia um lanche a um cliente no balcão. O cabra me olhou estranho, acho que pensou  que sou maluco. Mais eu estou maluco , eu sou um maluco apaixonado. — Eu vou fazer uma serenata, ou será  que ela deva achar que estou passando dos limites?

— Oi? — Murmurou o  senhor franzindo a testa para mim. — Falou comigo? — Indagou-me, puxando seu lanche do prato e o levando a boca.

— O que o senhor  acha deu dar flores, fazer serenata ou até  mesmo.— Pensei melhor. —  Já  sei...
— Murmurei.  — Vou compor uma música! —  Ele mordeu  seu lanche  e me ignorou. — Eu desisto... — Lhe Disse já  não  sabendo mais o que fazer. Perdido em minhas suposições. — Como agir com alguém  que não  sente o mesmo que você? — Me indaguei e o homem arregalou seus olhos escuros pra mim. —  Diacho, ela já  é  comprometida! — Respondi a mim mesmo e o homem achou graca. — Onde fui amarrar  meu barquinho? — Agora foi o fim da linha. O cara levantou-se com o prato do lanche e o copo de suco nas mãos  e seguiu  para uma das mesas vazias bem no final do salão.

— Você  precisa de análise.
— Murmurou enquanto ia pra outra mesa.

— Leon, o que deu em você?
— Questionou  o meu pai,  ao me ver ali,todo agitado.

— Eu pensei no que o senhor falou.
— Ele prestoj atenção no aue eu dizia. — Resolvi agir, mas não  tenho ideia de por onde começar. — Afoguei o meu rosto no balcão  e por pouco eu não  me sujei  com o ketchup  que estava derramado sobre ele.

— Filho, se acalme! — Pediu-me. Eu  respirei fundo e o olhei.

— Impossível  ter calma. — Confessei.  — Eu estou andando  de escada rolante  , mais a minha não  me leva ao topo, só  me leva para trás.
— Deduzi  e ele riu.

— Que tal começar sendo mais presente. — Eu bufei. — A leve para conversar. Tome sorvete com ela, a deixe falar mais sobre si. Coisas simples, ganham mais  espaço do que coisas mirabolantes.

— Isso eu já  faço! — Contei.

— Continuei  assim, uma hora você  consegue! — Me disse,e eu assenti inconformado. — Ninguém  força ninguém a ama-lo. As coisas tem que fluir. Pra isso,tem que ter paciência.
—  Eu assenti e ele se foi pro outro  lado do salão e eu puxei do meu avental um pano para limpar o balcão e tentar não  pensar muito em como fazê-la me amar. 








Pérola









Assim que desliguei o telefone,me escorrei na parede e fiquei  tentando entender o que aquela ligação  significava.  Ele finalmente disse que eu fazia falta na vida dele,eu queria ter dito que também sentia o mesmo,mais me calei. Eu tinha receio de que se dissesse,acabaria me enfiando ainda mais em um mundo de tristeza e desilusão. Ele estava mudado,estava estranho. Na verdade ele sempre foi estanho ,eu que sempre nutri sentimentos que pra ele não  significam muito. Eu não  sabia quando receberia  outra ligação  dele,isso se ele ainda fosse  lembrar que eu existo. Confesso que meu coração só  faltou pular do peito quando eu ouvi a sua voz. Voz rouca,de  quem na certa havia acabado de acordar.  Voz do homem que amo, ou amei... Ando tão  confusa com o que sinto, ando tão  longe e mesmo assim o queria aqui, ao meu lado. Nem que seja para brigar com ele, nem que seja para implorar uma atenção  se quer. Não  me vejam como uma pessoa dura, eu não  sou. Só  estou colocando um alarme no meu ser,  e ele apita. PERIGO, PERIGO. Em alto e bom som. Meu coração  começou  a fechar as portas, e o meu amor está  começando  a desfalecer. Como tudo isso aconteceu, assim , tão  rápido?Tão  sem sentir? Uma hora estávamos juntos, na minha casa pedindo aprovação  para os meus pais. Na outra, estávamos separados e distante. Imagino que mesmo se estivéssemos  ao lado um do outro. Mesmo assim, ainda estaríamos  distantes. Acho que só  há  uma única  forma deu ter a plena certeza de que o que sinto está  destruturado. O olhando, olho a olho. Sei que meu coração  ficará  na boca, mais é  preciso. Eu não  sei viver assim, sufocada por dentro e sorrindo por fora. Meu interior vence a guerra do mais forte, eu já  não  sei lidar com mais nada. Eu só  quero ser a menina que sonha, briga com o irmão e ama a família  acima de tudo. Eu não  gosto  de ficar alheia das coisas porque ando triste, minha vó se foi...O Luan, acabou indo junto... Eu não  quero ir também,  por causa dele,essa era a pura verdade  que tento esconder e fingi que está  tudo bem.

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