Capítulo 23

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Leon



Assim que amanheceu eu me espregruicei ,e sorri ao lembrar daquele ruivinha. Coloquei-me de pé, e segui até o banheiro. Me arrumei após um banho longo e me apressei para seguir até a lanchonete. Essa semana eu só tinha que me preocupar em trabalhar ao lado do meu pai,Já que as aulas na escola de música só aconteceria na outra semana. Assim que cheguei na frente da loja,a destranquei e a abri. Comecei arrumando as mesas,passando em cima delas um pano com álcool em gel. Depois varri o chão e aguardei o outro funcionário chegar. Assim que ele chegou dividi as tarefas com ele,que não gostou muito de ter que lavar os banheiros. Me sentei por um momento em uma das cadeiras de ferro e puxei meu celular do bolso da minha calça. Abri a galeria de fotos e sorri ao admirar uma foto onde a Pérola aparecia e como estava linda.

— Já vi que está apaixonado!
— Susurrou o meu Pai,me dando um pequeno susto que me desconcertou. Imediatamente, fechei a galeria e devolvi o meu celular ao bolso de minha calça azul ,que fazia parte do meu uniforme. Eu me virei e o vi parado, sorrindo.

— Pai, está parado aí a muito tempo?
— Coloquei-me de pé, e puxei a vassoura a levando comigo para atrás do balcão. A guardei e me coloquei a postos. Meu pai me seguiu,e se colocou ao meu lado. E ali ficamos, os dois encostado no balcão olhando para a porta de vidro que separava o estabelecimento da Rua.

— Estou tempo suficiente para notar que você está encantado com essa moça! — Confessou-me e eu pude sentir minhas bochechas queimarem. Não é que eu tenha vergonha de admitir, eu admito. E só, que eu não quero dar esperanças para meu coroa de algo impossível de acontecer, já que a moça já tem alguém dentro de seu coração.

— Ela não me olha da mesma forma que eu a olho. — Confessei com um aperto no peito e ele riu.

— Por acaso ela é casada? — Eu neguei e ele sorriu.  — Então...

— Então o que? — Murmurei,sem olha-lo.

— Então, você ainda tem uma chance!
— Deu uma leve batida em meu ombro antes de se virar para ir de encontro a porta que o levava a cozinha. — Filho... — Chamou- me antes de entrar no cômodo. Eu o olhei. — A única coisa impossível de se reverter é a morte, para o resto, sempre há uma oportunidade de conseguir, mudar e conquistar. É só batalhar, e não perder as chances que a vida nos dar. — Piscou o olho para mim e se foi. Me pai tinha toda a razão do mundo e era chegada a hora deu de ir a luta e mostrar que não quero apenas ser alguém que gosta de conversar com ela, mais que quero algo além disso tudo. Algo além da minha da amizade, eu também quero espaço dentro de seu coração.





Pérola




Assim que eu acordei, me espreguiçei. Coloquei-me de pé  e segui de forma lenta até  a cozinha. Tomei cuidado para não cair das escadas e me apoiei no corrimão. Minha mãe  estava linda dentro de um dos seus vestidos floridos, que não dava pra distinguir se era branco com vermelho ou vermelho com branco,já  que as cores se mesclavam. Ela estava de costas, passando manteiga nas torradas,enquanto olhava pro forno que exalava um cheiro gostoso de bolo de laranja.

— Bom dia ,mãe? — Cumprimentei assim que me aproximei dela. Beijei sua bochecha e ela retribuiu. Me virei e fui em direção  a geladeira. A abri e puxei uma garrafa  pequena de água. Desenrosquei a tampa e tomei um gole.

— Bom dia Filha. — Me disse,meu pai. Assim que passou pela porta,trazendo consigo sua pasta em mãos. Beijou minha testa rapidamente e se aproximou da mãe, que abria o forno. Ele a ajudou a tirar o tabuleiro do bolo ,e o colocou em cima da mesa.
— Bom dia,meu amor. — A cumprimentou  com um beijo nos lábios e ela o abraçou. Os observei enquanto terminava de beber a minha água. Eles pareciam tão  apaixonados ainda. Tanto cuidado um com o outro,que eu me enchia de orgulho,ao vê-los.

— Mãe, cadê  o Miguel que ainda não  apareceu aqui? — Enchi a garrafa com a água  do filtro e a devolvi para a geladeira.

— Dormiu na casa do seu avô.
— Me disse. Puxei uma cadeira e me sentei. Meu pai se sentou ao meu lado e passou seus braços  por minhas costas. Apoiei minha cabeça em seu ombro,e ele encostou a sua na minha.  — Filha, aproveita e vai na casa do seu avô. Ele precisa se sentir Amado.  É muito duro perder quem mais amamos. — Me disse. Ela  sabia  o peso que isso significa ,e o estrago que faz dentro do peito.

— Eu vou passar na casa dele depois.
— Sorri e minha mãe, colocou algumas coisas sobre  a mesa.

— Vamos tomar café. — Meu pai beijou o topo da minha cabeça  e eu me estiquei para cortar  um pedaço  de bolo. — Fê,quer que eu te deixe  na  loja?

— Seria ótimo. — Meu pai sorriu, e ela passou a jarra de café  para ele,que logo a pegou.





Luan




Abri meus olhos um pouco incomodado. Eu ainda tinha sono,mais não  conseguia voltar a dormir. Me sentei na cama,respirei fundo e olhei pela janela. O sol já  brilhava forte lá  fora. Eu ainda estava com o coração  agoniado por não  conseguir falar com a Pérola. Peguei meu celular que estava embaixo do meu travesseiro, disque o número do telefone residencial dos Garcia. Aguardei enquanto ouvia a o toque eclodi no meu ouvido. Eu estava agitado,e movimentava um dos meus pés com rapidez,pelo meu nervosismo. Meu coração  disparou ,assim que ouvi a sua voz do outro lado da linha.

— Alô? —  Eu respirei fundo mais uma vez,e tomei coragem para finalmente falar com ela. Eu tinha receio que ela rejeitasse a minha ligação. — Alô? — Disse novamente num tom de irritação.

— Pérola? — Falei seu nome,finalmente. Me ajeitei na cama e aguardei alguma resposta em troca de sua parte. 
— Pérola ,você  ainda está  ai? — Insisti. — Eu sinto a sua falta. — Confessei, não havia o porque de não confessar. Era a pura realidade, e eu sei que apesar de ainda continuar calada ela iria ficar feliz em saber.

— Você volta quando? — Quebrou nosso pequeno silencio constragedor.

— Eu não faço idéia. —  Respirei fundo e foquei meus olhos no porta retrato em cima da cômoda. Era a foto da minha família. — Meu pai ainda precisa de mim aqui. Ele quer que eu aprenda a ser fazendeiro. — Eu soltei uma risada por está  completamente perdido,e sem graça. — Pérola... eu sinto muito,eu não  queria te magoar. Eu sou um tolo,eu sei que você  merece alguém que te faça  feliz.
— Desembestei a falar. — Eu só  te trago tristezas. Eu me odio por isso.
— Constatei.— Me desculpe. —  Pedi.

— Luan... — Me cortou e eu me calei.
— Eu vou desligar, preciso ir... — Me disse. — Nos falamos depois...
—  Pediu.

— Tá, okay. — Cocei a  minha cabeça  rapidamente. — Eu também  tenho que ir. — Até  depois, então.

— Tchau. — E desligou,me impedindo de ter coragem de dizer que eu a amava.

— Que droga! — E lá se foi tudo o que estava em cima da cômoda em direção ao chão. Tudo ficou espalhado e os porta retrados quebrados e o vídeo estilhaçado em vários pedaços. Aquilo era o reflexo do meu "eu" interior. Aquilo era o que eu era, por causa das minhas frustrações da vida. Fugi do passado, mais ele ainda vive dentro de mim, tenho medo de fazer quem amo sofrer,e o pior. Tenho convicção de que isso já  acontece. Eu tô  a quilômetros  de distância e ainda assim, destruí tudo o que conquistei quando à vi, naquele almoço na casa da dona Fernanda! Eu estou a cada dia afundando  o meu relacionamento com ela, talvez não haverá um futuro, já não há mais um presente. Como eu pude deixar as coisas chegarem a esse ponto? Como eu fui me paralisar no tempo e esperar que ela fosse me entender , se eu mesmo não me entendo.

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