Capítulo 62

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Pérola





Eu estava com as malas prontas. Olhava meu quarto,e o coração já começava a apertar. Ele tinha perdido a vida. E eu a levava comigo até o meu mais novo quarto. Eu iria dividi-lo com uma outra universitária. Me disseram que ela se chamava Alycia Castro,do curso de administração.

— Filha,tá na hora.— Gritou meu pai. Eu respirei fundo,e fechei a porta do meu quarto e sai pelo corredor sem pressa. O Miguel me seguiu assim que me viu sair. Passou os braços por meu pescoço, e desse jeito descemos as escadas. — Pai me da só mais um minuto?

— Vou te esperar no carro. — Eu assenti. O Miguel foi com ele. Minha mãe saiu da cozinha,trazendo um embrulho com ela.

— Bolo de chocolate. Fiz outro. — Eu sorri.

—Obrigada mãe. — Peguei o bolo de suas mãos, e a abracei.

— A mãe te ama. — Sussurrou no meu ouvido.

— Eu também te amo. — Susurrei de volta. Nos desprendemos,e eu puxei do meu short o meu celular. Liguei pro Luan. Ele não atendia,e eu não podia cumprir o que prometi. Eu não podia demorar mais.

— É melhor ir,filha. — Me disse,dona Fernanda com os olhos cheio de lágrimas. Seguimos juntas,até o lado de fora. Nos abraçamos novamente, e eu entrei no carro. O Miguel foi ao lado do meu pai,e seu Erick ligou o carro. Me despedir deles tava sendo tão difícil. Assim que meu pai ameaçou sair com o carro,alguém gritou meu nome. Meu coração acelerou. Me virei na esperança de que fosse o Luan,mais era meu avô. Seu Sidney deu um jeito de se despedir da neta. Sai do carro com pressa e corri para abraça-lo.

— Pensou que eu não viria me despedir? — Me apertou em seus braços e eu o abracei forte. — Eu vou morrer de saudades. — Contou-me.

— Também vou Vô. — Ele chorava.

— Me ligue se precisar de um grandão pra te proteger. — Eu sorri,e não me contive. Como eu os amava.

— Vou ligar com certeza! — Rimos.

— Agora vá.— Ordenou-me. — Se demorar mais,acho que não sai mais daqui. — Eu corri de volta pro carro,e logo  meu pai saiu com ele em direção a estrada.


Luan


A Dulce ainda dormia. A tia dela,estava visivelmente cansada. Me levantei de onde eu estava,e resolvi ir comprar um café pra nós dois. Sai pela porta de madeira,com molas eficientes. Segui pelo caminho de pedra,em direção a uma carocinha.

— Por favor,dois cafés. — Pedi a senhora de fios brancos e roupas largas. Ela vendia alguns biscoitos, café, doces e salgadinhos. Ela pegou dois copinhos e os encheu com café requentado. Entreguei uma nota pra ela,e peguei de suas mãos os copinhos. Assim que eu estava prestes a entrar me esbarrei com quem eu não queria ver tão cedo.

— O que faz aqui? — Ele me olhou com o mesmo espanto que eu o olhei.

— Aconteceu alguma coisa com a Helena? — Eu neguei.

— A Dulce tá na emergência.
— Contei. Ele passou as mãos pelo rosto. Estava cansado,e abalado. Estiquei um dos copos para ele. Era a nossa trégua. Uma bandeira Branca. Eu fazia isso pela Pérola, mais principalmente pela Helena.

 Um Pedacinho de nós Dois ✔Where stories live. Discover now