Capítulo 49

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Luan

Algumas horas depois

Meus olhos foram ofuscados pelos raios de sol, que invadiram as janelas, e me impediram de abrir meus olhos totalmente.  Levantei minhas costas do banco e o ajeitei em seguida. Fui tomado por um bocejo,enquanto esfregava meus olhos e verificava em seguida qual hora era aquela. Me assustei quando vi que era quase sete da manhã. Eu havia pegado no sono ,ainda dentro do carro. Desconectei meu celular, e o guardei no bolso do meu short. Abri a porta,e me estiquei do lado de fora. Havia pouquíssimas pessoas circulando pela rua. Logo me lembrei que hoje era Páscoa,assim que notei uma embalagem colorida por fora de uma sacola de supermercado. Eu ganhava um desses,nessas datas,mas meu pai não se empolgava com uma boa surpresa, e nem escondia ovos pelo quintal e me fazia correr por toda parte. Ele apenas me dizia que tinha um desses na geladeira e que eu podia come-lo na hora que quisesse. Eu abria os olhos e os levava para cama e os devorava. Lembro-me de uma vez passar muito mal. Perdi o dia que era pra ser de festa preso no banheiro. As crianças de hoje em dia,ganham uma duzias desses. São chocolates de todos os tipos,a qualquer hora e as vezes,nem precisa de um dia pra isso. Enquanto eu me alongava,senti meu celular vibrar no meu bolso. Voltei a pega-lo,e abri nas mensagens que eu havia recebido. Eram muitas,e todas tinham algo em particular, uma preocupação exessiva com o meu sumiço. Eu sabia que a Helena iria confirmar com o tio,mas não dei a mínima. Eu sabia que seu Artur estaria uma fera,por eu faze-lo perder uma noite de sono pra ir atrás de mim. Enviei uma mensagem pra Helena,dizendo que eu estava bem,e que iria pra casa do tio,passar a manhã por lá. Desliguei meu telefone em seguida. Eu não queria que a Lena me ligasse. Eu estava faminto,e me preparando psicologicamente para ouvir as murmurações que eu iria ouvir da boca do Artur. Voltei pra dentro do carro, verifiquei o nível de gasolina e vi que estava baixo. Eu teria que abastecer,antes de seguir pro Gregos.

Abasteci e segui pro Gregos. Estava cedo ainda,mas já tinha alguns funcionários chegando. Em feriados, o tio preparava um almoço especial,e nesse não seria diferente. Estacionei o carro do outro lado da rua. Abaixei os vidros, e voltei a dobrar a manga da minha camisa. Estava abafado,e não havia mais resquício do frio da noite anterior. Assim que eu ligava o rádio numa estação Fm,me assustei com algumas batidas na lateral do meu carro. Virei o meu rosto para focar aos da pessoa que estava me olhando,estranhei mais sorri sutilmente. Era um rapaz novo,mais familiar. Ele trabalhava com o meu tio na cozinha,era seu braço direito. Ele ainda usava suas roupas casuais,mas no rosto usava um óculos parecido com os que meu tio usa,tipo aviador.

— O que faz parado aqui?
— Indagou-me ,avaliando o interior do carro.

— Você sabe se meu tio já chegou?
— O rapaz sorriu e tirou os óculos do rosto e focou seus olhos aos meus.
— Creio que ainda não. — Eu respirei fundo. — Seu tio é um garanhão.
— Me disse de uma forma orgulhosa.— Ele deve chegar atrasado,como sempre. — Voltou o óculos ao rosto.
O rapaz olhou para os demais que estavam entrando no Gregos.
— Bom,vou indo. — Deu um leve tapa na lataria. — Temos muito trabalho pela frente. — Eu assenti. Voltei a deitar no banco,mais com meus olhos focados na entrada do restaurante. Na frente tinha alguns funcionários fazendo a limpeza.Outros,
carregavam algumas caixas. Fechei meus olhos,um pouco. Tocava uma canção romântica ao fundo. Abri os meus olhos assustado,quando ouvi outra batida na lataria. Mais dessa vez,um som soou mais alto. Me endiretei no banco,e desliguei o rádio com pressa. Aqueles olhos estavam cerrados para mim. Sobrancelhas quase juntas,lábios fechados e comprimidos. Os óculos estavam em uma de suas mãos,e seu corpo inclinado em minha direção. Eu quase podia sentir a sua respiração.

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