Capítulo 15

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Luan

Aquilo parecia tão real.Aquela voz,aquele rosto ,aquela visão na minha frente. Só percebi que se tratava de um pesadelo quando senti um toque suave  em meu rosto ,que logo me fez despertar .Levantei-me  do sofá assustado,meus poros exalavam suor.Meu coração palpitava , e a sensação que eu tinha era que meu coração iria pular do meu peito.

—  Calma! — Rendeu-se com as mãos,e eu percebi que se tratava da Lena. Esfreguei os meus olhos, e tratei de retirar a minha camisa e com ela sequei o meu rosto e em seguida meu corpo que também estava suado.

— Já voltaram?  — A Lena assentiu.

— Tá afim de ir comer no Gregos?
—  Minha respiração saiu mais alta do que eu imaginei e pude notar a estranheza da Helena para mim.

— O  que houve? —  Questionou-me, e eu enterrei minha cabeça na minha camisa ,a encostando no encosto do sofá .

— Houve nada! — Menti,e forcei um sorriso ,mais a Helena não falou mais nada,mesmo eu tendo a sensação ,de que ela não  havia acreditado em nada.

— Filho!  — Escutei a voz do meu pai a me chamar,e logo ele puxou a camisa do meu rosto para focar em meus olhos que já começavam a marejar,porém ele ignorou e continuou a falar. — Eu quero que você fique na fazenda por alguns dias. Eu voltarei a fazer o tratamento,e vou precisar de você por lá. Aproveite e ajude o seu tio com os cavalos. — Sua voz saiu suave apesar de seu olhar focar muitas vezes o chão. Meu pai parecia incomodado com algo,mais eu não estava com cabeça para lhe perguntar nada. 

— Tá. — Respirei fundo mais uma vez.Passei minha mão sobre o meu rosto,e me coloquei de pé.
—  Hoje mesmo vou arrumar a minha mochila, e amanhã irei para a fazenda,o quanto antes. — Afirmei.

— Luan,vai ou não vai no Gregos conosco? — Indagou-me mais uma vez a Helena. 

— Eu vou tomar um banho demorado. — Confessei.  — Depois,eu  encontro vocês dois lá. — A Lena assentiu,e eu segui para o meu quarto.



Alguns minutos depois

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Enquanto me  permitia deixar aquela água gelada percorrer pelo meu corpo magro.Minha mente vagava novamente, e ia de encontro aquela ruivinha que roubou os meus sentimentos, e que me faz ter sensações que até hoje eu só havia sentido pela Natacha.Acho que por isso tenho tanto medo de me entregar de verdade a ela,eu tenho medo de ser enganado de novo, e pior, ser humilhado daquela forma deplorável  que eu fui exposto.

— Já estamos indo!  — Gritou a Lena para mim. Não me dei o trabalho de responder ,e eu sei que ela iria  entender. — Aguardamos você no Gregos,não demore! — Avisou-me,mais uma vez.Continuei tomando o meu banho gelado por mais alguns minutos, e assim que fechei o chuveiro me estiquei para pegar a toalha branca que estava pendurada ao lado da pia. Me sequei de qualquer jeito e me enrolei na toalha .Destranquei a porta do banheiro e segui para o meu quarto e logo senti alguém me abraçar com força por trás.Me desprendi e me virei rapidamente para olhar para a tal pessoa ,e era a minha ruivinha.

Pérola







Depois do caos que se instalou na minha casa, eu fiquei apavorada.Eu não estou acostumada a ter que lidar com a morte dessa forma,ainda mais das pessoas que amo e que são importantes para mim. Eu precisava respirar um ar puro e não tinha a quem pedir um abraço de consolo se quer, já que todos que me fazem sentir protegida,hoje estavam precisando ser protegidos como eu.Eu só pensei em ir atrás do Luan,apesar de estar triste pela atitude dele na reunião da minha casa.O que eu estava passando agora, deixava todas as outras com menas importância para mim.

Assim que cheguei na casa do Luan,avistei logo o carro da sua madrasta  saindo da garagem. Eles não me viram,mais eu os vi. O portão da garagem estava prestes a se  fechar,mais deu tempo deu correr e conseguir entrar antes dele encostar todo no chão.Segui para a entrada da cozinha ,e assim que conseguir ter acesso á casa,procurei o Luan. Cheguei ao corredor dos quartos,e logo o avistei,  saindo enrolado na  toalha, em direção ao seu quarto , eu acho. Eu não havia estado dentro daquela casa ,até hoje.Logo o agarrei da forma  que pude, e vi que ele me olhou com espanto ,ele não imaginava que eu estaria aqui dessa forma. Mais assim que percebeu que se tratava de mim ,sua feição ficou mais suave e ele me abraçou forte.

—  O que houve?  — Sua voz saiu de forma engasgada e eu só conseguia chorar. — O que aconteceu ,você está me assustando? — Ele soltou seus braços do meu corpo e segurou firme o meu rosto. — A minha vó ,ela se foi... — Consegui deixar estas palavras saírem antes de cair mais uma vez em choro e novamente ele me abraçou firme.

— Eu sinto muito!  — Levantei a minha cabeça para focar em seus olhos e vi que lágrimas também percorriam seu rosto.  —  Olha,me desculpe pelo o que eu fiz...
— Respirou fundo. — Eu não devia ter saído daquela forma. —  Confessou em lágrimas, e eu me aconcheguei ainda mais em seus braços. — Pérola!
—  Chamou-me enquanto encostava seu queijo sobre a minha cabeça.
—  Quer que eu te prepare um chocolate quente?—  Eu o olhei.
—  Sabe ,uma das poucas coisas que sei sobre a minha mãe, e que ela sempre gostava de tomar chocolate quente em dias assim,tempestuosos. Isso sempre me ajuda, e acho que também irá te ajudar. — Eu assenti,e passou seus dedos levemente sobre o meu rosto secando algumas lágrimas que ainda insistiam em rolar.
—  Eu vou me vestir,você me espera?
— Balancei a minha cabeça suavemente em afirmação e ele beijou a minha testa e logo  entrou em seu quarto.Eu segui para a sala e me sentei no sofá,fiquei encolhida e agarrada a uma almofada gigante que havia ali.

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