Capítulo 40

686 88 5
                                    



Algumas horas antes





Pérola







Eu estava sentada,ao lado da minha família na mesa do almoço. Todos conversavam entre si,contavam sobre os dias que passaram no trabalho na semana. Meu pai Nícolas sorria todo animado pra minha tia,que retribuia o sorriso. A lua de mel deles havia sido boa. Meu avô ouvia meu pai ,Erick. O Miguel,só sabia comer. Meus avôs da parte do meu pai Rick não vieram dessa vez,meu avô anda com a saúde debilitada,eu sei que isso preocupa meu pai.

— Pérola, me passa o refrigerante, por favor? — Me pediu o Miguel de forma bastante educada, na certa ele estava fazendo uma média para meus pais que lhe deram uma bronca antes do almoço começar. Eu o encarei e  puxei a garrafa do meio da mesa,e o entreguei. — Obrigado! — Sorriu,me mostrando aqueles dentes amarelados com orgulho eu respirei fundo e foquei no meu prato de lasanha.

— Minha pequena, o que você tem?
— Indagou-me,meu pai Nícolas, entre as garfadas de seu almoço. — Quase nem tocou na comida. Assim que o olhei,notei que ele havia conseguido atrair a atenção de todos da mesa,pra mim. 

— Filha, o tempero da mãe ficou ruim pra você hoje? — Perguntou-me a dona Fernanda fazendo bico para mim.

— Não é  isso,eu só não tô me sentindo muito bem.  — Constatei enquanto subia uma ânsia que eu logo controlei.

— É  grave? — Meu pai Nícolas logo apavorou-se. Eu neguei.

— Então  o que é?
— Questionou-me,meu avô.

— Acho que é o meu estômago.
— Constatei. — Mãe se importa se eu for pro meu quarto?  — Ela negou. Coloquei-me de pé, e logo vi o Miguel puxar meu prato pra mais perto dele. A ânsia logo voltou. Apressei meus passos. Subi as escadas,e notei que eu usava frio.  Abri a porta do meu quarto e me enfiei nele. Me joguei na cama, e senti meu coração apertar com a ideia que me surgiu. A ânsia voltou com mais força, foi inevitável ignora-lo dessa vez. Corri para o banheiro, levantei a tampa do vaso e despejei dentro dele tudo o que meu estômago insistia em pôr pra fora. Assim que terminei,abaixei a tampa,e puxei a descarga. Encostei a minha cabeça na parede,ao lado do vaso e me arrastei até sentar no chão. 

— Não pode ser o que tô pensando.
— Murmurei comigo mesma,
apavorada. Eu vinha tendo esses enjoos a alguns dias. Tudo o que eu comia,logo em seguida ia embora. Sorte que meus pais não notaram,e acho que o Miguel até percebeu mas não se importou.  Teoricamente estou com problemas no estômago. E eu rezava para que isso fosse mesmo verdade. Logo a maçaneta da porta se moveu. Batidas soaram em seguida.

— Pérola, está tudo bem?
— Indagou-me,a Tia Gi. Colquei-me de pé. Lavei meu rosto,e o sequei em seguida. Me olhei no espelho, e vi que eu estava pálida. — Pérola, abre a porta por favor? — Insistiu. Respirei fundo e a destravei. Logo a vi,e sua feição não era nada boa.

— Como você está? — Avaliou-me.

— Me sentindo enjoada. — Confessei.

— O que você tem de verdade?
— Indagou-me. —Você  pode me contar a verdade, sabe disso, não sabe? — Eu assenti. — Venha.
— Olhou no corredor a procura de alguém. — Me conte tudo,mas não aqui. — Seguimos para o meu quarto. Entramos,e ela fechou a porta. Me sentei na cama e ela sentou- se ao meu lado. — Agora desabafe. — Eu assenti.

— Eu acho que tô grávida! — A tia Gisele Encarou-me,ela estava diluindo essa possibilidade. E me deixando ainda mais nervosa com o silêncio que se instalou entre nós. — Tia,por favor diga algo. — Implorei.

 Um Pedacinho de nós Dois ✔Where stories live. Discover now