1 Expulsa de novo?!

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Chego em casa depois de horas naquele lugar que chamam de escola. Abro a porta e quando coloco o pé para dentro, sou recebida aos gritos pela minha mãe.

— EXPULSA DE NOVO!

Atenção! Mãe brava na área.

— VOCÊ TEM NOÇÃO DE QUANTAS ESCOLAS VOCÊ FOI EXPULSA SÓ ESSE ANO?

— Claro que não, você acha que anoto em uma agenda quando sou expulsa de uma escola? — respondo com uma certa irônia. Mas a verdade é que anoto sim em uma agenda todas as vezes que faço algo digno de ser relembrado. No entanto, ninguém preciso saber disso.

— FORAM TRÊS, LOUISE! TRÊS! NÃO CONSEGUE VIVER SEM APRONTA, NÃO É MESMO? — E minha resposta é não.

Aposto que vocês estão loucos para saber o motivo de eu ser expulsa da escola né? Bom eu vou contar. Eu estava sentada no refeitório quietinha, sussegada, quando um bando de piranha cor de rosa pararam na minha frente e uma delas disse:

nossa como você se veste mal, quer uma ajudinha pra se vestir melhor? Essas suas roupas são tão bregas.

Aviso! Nunca na sua vida me chame de brega, observe nunca! Nunca mesmo.

Levantei da mesa onde estava, peguei ela pelos cabelos e à joguei da escada, tá eu sei, foi maldade, mas eu precisava fazer isso. Fiquei rindo e todos ao meu redor estavam de olhos arregalados. Não mandei ela dizer aquilo de mim, eu estava quieta, não sou 100% a culpada dessa história.

— Que bom né? Bati o recorde, ano passado foram três em um ano, e esse foi três em dois mesês

— Já estou cansada dessas suas brincadeiras, você já não é mais a Louise que criei. Se tornou uma garota rebelde, não me lembra em nada minha Louise amável. — em sua voz havia decepção.

- Agradeça a ele por isso. Aliás agradeca a eles, pois foram eles que me fizeram isso que sou hoje. — Sinto que as lágrimas querem cair, mas não vou chorar. Respiro fundo.

— Filha eu sei que foi difícil pra você, mas você precisa superar isso.

Eu definitivamente não vou superar isso nunca, nunca mesmo. O que aconteceu comigo não desejo a ninguém.

— Você não entende.

— Vou ligar para o seu pai, preciso resolver o problema da escola

Que pai mesmo? Ah, aquele que nem se importou comigo nem com ela, quando nos abandonou pra ficar com aquela piranha da amante dele. Eu ò odeio com todas as forças.

— Isso liga pra ele, ele deve se importar muito comigo, aliás ele é um ótimo pai, né? Sempre liga pra mim — minhas palavras eram pura ironia.

— Ele ligava pra você sim, você que proibiu ele de ligar e de chegar perto de você — Tá isso é verdade, eu proibi, mas se ele se importasse teria desobedecido não acha? Essa proibição, foi um alívio para ele.

—Tá, tá eu vou pro meu quarto. Tchau. — Já estava sem paciência.

— Não pense que se livrou não mocinha, você está de castigo — avisou, porém ignorei subindo as escadas correndo. Se ficar de castigo é ficar dois dias no quarto, então eu fico com muito prazer, não me importo mesmo.

Chego no meu quarto bato a porta e me jogo na cama, pego meus fones de ouvido meu celular e coloco uma música brasileira, deixo no último volume. Apesar que nasci e moro no México, eu já visitei o Brasil quando tinha 12 anos, também falo um pouco português brasileiro, gosto muito das músicas de lá, Pop, hap só não gosto muito é de funk.

Fiquei ouvido músicas durante uma hora, depois peguei um livro de fantasia com a intenção de ler. Gosto muito de ler, tenho uma estante cheia de livros de vampiros, zumbis, monstros, mistério/suspense. Também gosto de assistir filmes de terror, é tão engraçado quando vou ao cinema e passa aquela parte assustadora de filme, e com o susto todos dão um grito ou arregalam os olhos, nessas horas fico me segurando pra não rir. Da última vez que fui ao cinema, uma garota deu um grito que eu não consegui segurar e soltei uma gargalhada. Rir tanto que fui expulsa do cinema, com direito a nunca mais voltar.

Após terminar de ler o livro, entrei no banheiro e tomei um banho maravilhoso. Após me enrolei na toalha e sair, vestir minhas roupas intimas (óbvio), vestir um baby doll, e deixei os cabelos secarem naturalmente. Calçei minhas pantufas pretas e sair do quarto, desci as escadas indo direto pra sala de jantar. Minha mãe já estava sentada a mesa, fiz o mesmo. Peguei um prato e me servi, estávamos em silêncio até que ela resolveu quebra-lo.

— Filha precisamos conversar. — Apenas com esssas palavra tirei a conclusão que lá vem bomba. Toda vez que essa frase aparece em filmes, é porque vem coisa ruim.

— Pode falar — levo o garfo até à boca. Humm essa lasanha está ótima.

— Eu vou fazer uma turnê durante um ano. — avisou.

E eu achando que era algo grave. Ah sim esqueci essa parada de turnê é que minha mãe, ela é cantora/modelo, ela sempre está fazendo turnê, viajando e etc. Eu sempre vou com ela.

— Sim e o que isso tem? Você sempre faz turnê.

— É que eu não vou te levar dessa vez, eu quero que você fique e estude e... — a interrompi.

Como assim ela não vai me levar? Sabia que tinha algo errado! Com quem eu vou ficar? Que tipo de mãe é ela? Espera! Na verdade não seria nada mal morar sozinha. Porém eu tinha a impressão que isso não iria acontecer.

— Como assim, eu não vou? Com quem eu vou ficar?

— Você tem duas opções, morar com seu pai durante um ano, ou ir para um colégio interno. — ela me colocou contra parede. Mora com meu pai ou um internato, ou seja não tenho opção. É morrer ou morrer.

— Não vou morar com ele de jeito nenhum. — levanto da mesa.

— Ótimo, amanhã irei fazer sua matricula no colégio interno. E vou logo dizendo, lá é um colégio que não expulsa ninguém tá?! — Droga! mil vezes droga! Isso só pode ser castigo.

Subo as escadas correndo. Ah que ódio! Entro no meu quarto batendo a porta com força, pego a primeira coisa que vejo à frente (abajur) e jogo na parede. Tudo que encontro pela frente jogo na parede. Ah que raiva! Que ódio! Por que comigo em universo? Depois de deixar o quarto uma grande bagunça e quebrar tudo, me joguei na cama e dormir.

A Garota RebeldeWhere stories live. Discover now