A Garota Rebelde

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Esses últimos dias estão sendo os mais corridos de todos, minha vida parece ter virado de ponta cabeça, — na verdade ela virou de ponta cabeça quando sair do México e vir morar aqui em Londres — estou tendo bastante trabalhos e provas, às vezes madrugo estudando. E pra piorar a minha vida, Dylan não sai do meu pé, parece chiclete, e Thomas claro, fica com ciúmes. Não sei porque eles são tão desunidos, eu queria poder ajudar-los a resolverem seus problemas.

Estou na aula de física, uma das aulas que detesto, porém nenhuma é mais odiada por mim do que História, perdão aos que gostam, mas eu não tenho amor por essa matéria. O bom é que a professora é um anjo, tão doce e meiga que as vezes não entendo porque ela escolheu física pra ensinar, poderia escolher Artes ou música que parecem ter mais haver com sua personalidade.

— Como vocês sabem, Dylan é novo na escola e não tem todos os conteúdos, alguém se involuntária para ajuda-lo nesse quesito? — Srta. Annie pergunta e TODAS AS GAROTAS SOLTEIRAS (exceto eu) levanta a mão. Um bando de peruas mesmo, ainda bem que não é com o MEU Thomas (pronome possessivo), porque se fosse levariam porrada. — Ótimo, Louise meu bem poderia fazer-me esse favor?

— O quê? Porque eu!? — Pergunto e vejo o Thomas sorrir satisfeito com minha reação.

— Porque você é a mais centrada da sala. — Annie resume e bufo.

— Se não tenho escolha. — Suspiro derrotada. Thomas não gostou nada disso, e nem eu.

— Que sorte hein? — Emma zombou atrás de mim.

— Pois é, sou uma GRANDE sortuda. — Ironizo e dou ênfase na penúltima palavra. Ouço ela rir.

Passei a aula toda tentando arrumar um jeito de fugir do cargo de "bom samaritano", mas nada coerente saiu da minha cabeça. Quando vir, o sinal já tinha tocado, peguei minhas coisas e joguei na mochila. Estava prestes a sair da sala quando uma pessoa cruza meu caminho, ele carregava o maior sorriso do mundo.

— Vamos? — Dylan pergunta.

— Pra onde? — Devolvi confusa.

— Pro jardim, pra você me passar o assunto da matéria. — Ele responde.

— Não pode ser outro dia? Tipo... Daqui a três ou dois anos? — Pergunto fazendo cara de anjo.

— Não, tem que ser agora. — Ele disse convicto. Suspiro derrotada.

— Tudo bem, quanto mais rápido melhor. Vamos! — Sigo em frente e ele me segue.

Thomas e a galera estavam no corredor à minha espera, quando ele ver quem está do meu lado fecha a cara. Ele estava chateado. Mia não estava muito alegre ao ver o primo, e o resto do pessoal também não. Parece que o mauricinho fez inimizade com o grupo mais vingativo da escola, acho bom ele não abrir o bico. Semana passada Tiffany a pedido de Bethany, pós formiga no meu tênis, fiquei irritadissima, mas decidi deixar pra lá. O problema foi que tiveram dois problemas, minhas amigas não concordaram e a fez pagar na mesma moeda, puseram baratas na sua mochila. O segundo problema foi que eu não sabia disso e mudei de ideia de última hora, pus tinta azul no seu shampoo e ela acabou sendo zoada por todos.

— Gente hoje não vou pro refeitório com vocês, vou passar a matéria pro engomadi... — Me interrompo ao perceber seu olhar em mim. — ao Dylan, mas se possível por favor comprei algo pra mim, e dêem um beijo na tia Angelita pra mim. Xoxos e bye bye.

Na última frase imitou Mia e todos riem menos Thomas que sai pisando forte pelo corredor. E o pior que dessa vez  nem era minha culpa por ele está chateado.

Atravessamos o portão e seguimos pela grama verde até uma das mesas de piquenique que tinha alí. Sentei e ele repetiu meu gesto, só que do outro lado do banco, claro, ele queria sentar ao meu lado, mas lhe dei um olhar que dizia claramente: "não sente ao meu lado". Lhe entreguei meu caderno e abrir um pacote de chips.