Você Me Faz Mal.

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Cecília: para! — o empurro com os olhos fechados. — eu não quero isso pra mim.

Henrique: não quer, E por que ta com os olhos fechados? — ele diz e me dou conta de que ainda estou com os olhos fechados.

Cecília: não sou obrigada a te ver assim. — me refiro a ele estar de sunga.

Henrique: qual o problema? Você já me viu sem ela. — ele sorri, e eu continuo séria. — aliás, qual o problema entre a gente? Você tem me ignorado tanto. — fala e se encosta na parede.

Cecília: tem certeza que não sabe? Você me faz mal. — me sento em um banco do vestiário e fito o chão.

Henrique: isso é sério? — pergunta preocupado.

Cecília: você é cego? Você não percebe nada Henrique, nada! — grito e me direciono a porta.

Ele segura meu braço.

Henrique: desculpa meu anjo. — ele diz e seus olhos brilham.

Cecília: sinceramente? Não sei se dá pra desculpar. — solto meu braço e saio.

P.O.V Henrique

Gustavo: tava aonde? Não espera, já sei. Foi perturbar a Ceci né?

Henrique: perturbar?

Gustavo: óbvio, tu não assume que sente algo por ela, mais também não deixa ela livre.

Henrique: para de falar merda. — falo e saio.

Me sento em uma das cadeiras na beirada da piscina. Daqui observo o Vini e a Ceci conversando.

Ele parece estar querendo convencer ela de algo.

Valéria: que palhaçada é essa Aqui? Por que não dormiram ainda? — ela fala baixo, se sentando ao meu lado.

Henrique: pessoas felizes tomando banho de piscina, não vê?

Valéria: você não faz parte dessas pessoas felizes. — ela ri sarcástica.

Vejo a Cecília sair da piscina, Vini segura seu braço e a beija. Ela parece gostar.

Eles se desgrudam e ela vai em direção a entrada da escola. Com certeza deve ir dormir.

Henrique: não me enche Valéria. Até!  — falo e saio.

Thiago: ta indo aonde?

Henrique: dormir.

Thiago: Cecília?

Henrique: sozinho.

Thiago: tu, carente desse jeito?

Henrique: cala a boca. Ou te encho de soco! — falo sério.

Thiago: ta revoltada amiga? Eu hein. — ele faz uma voz feminina e sai.

Vou para meu quarto e me jogo em minha cama. Aproveito que não tem ninguém, pego meu violão em baixo da cama e canto uma música, sozinho.

Te confiei o meu destino,
Mesmo ele sendo irreal.
E os nossos planos mais bonitos,
Hoje ficaram tão lá trás.

É que talvez a gente tenha a vida inteira,
Mais o talvez é tão vazio, uma besteira.
Eu,
Já nem sei mais.

Você se foi,
E eu virei o vazio de alguém.
Uma metade qualquer,
De uma música sem começo.

Opostos ∞ - Colégio Interno.Onde histórias criam vida. Descubra agora