Tarde perfeita?

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Paramos o beijo quando o brinquedo volta a funcionar. Ele me olha sorrindo, sem afastar seu rosto do meu.

Henrique: desculpa, por tudo. — ele me abraça e beija meu pescoço.

Cecília: por tudo o que?

Henrique: deixa. Outro dia te conto.

Ele diz e eu fico intrigada, doida pra saber o que ele queria falar.

Descemos do brinquedo e fomos embora.

(...)

Sábado, um dia lindo, que eu poderia ter acordado 14:00h e acordei 06:30h.

Pego meu celular e ligo para meu padrasto.


• Ligação on •

Cecília: pai?

Padrasto: oi, minha filha. — ele fala aliviado.

Cecília: então, vou ao hospital hoje. Pode ser?

Padrasto: não! — ele diz um pouco alto. — eu acho melhor não.

Cecília: eu vou sim, caramba! Quero ver minha mãe. — falo triste.

• Ligação off •


Ligo o som, e coloco um CD de funk para tocar bem alto.

Tudo bem que minha mãe estava doente, mais odeio arrumar casa sem música animada.

(...)

Depois de arrumar a casa, tomar um bom banho, me arrumo e vou ao hospital. Sozinha mesmo.

O pessoal mudou o dia da balada, iriamos ir hoje.

Logo chego ao hospital, desço do ônibus que para em frente ao hospital. Respiro fundo e entro.

Vou a recepção e mostro meu crachá de visitante. Logo me deixam ir ao quarto.

Era um quarto diferente. Ela estava na área vermelha. Área de risco, área de quem está a beira da morte.

Meu coração gelou, lagrimas caiam sem muito esforço. Eu sabia que ela iria morrer, mas não tão rápido. E agora faz sentido, meu padrasto não me deixou vir aqui por isso.

Seco as lagrimas, coloco um sorriso no rosto e entro.

Me deparo com minha mãe dormindo, e meu padrasto cochilando na poltrona.

Minha mãe estava pálida, mais do que antes. Ela sentia frio, fui até ela e tirei o lençol.

Meus olhos encheram de lágrimas ao vê-la magra daquele jeito.

Deus que me perdoe, mas ela parecia estar morta.

Padrasto: ela não queria que você vinhesse aqui, pra não ver ela desse jeito. — ele me olha.

Cecília: ela que pediu?

Padrasto: sim. Ela tem vergonha, e disse que era pra você vim só amanhã, com o Henrique.

Cecília: então vou embora, não diga que eu vim. Amanhã eu venho. — sorri fraco.

Padrasto: tudo bem minha linda. Até. — ele beija minha testa.

Deixo alguns chocolates lá e vou embora.

Vou a recepção e aviso que estou saindo.

Cecília: o que faz aqui? — falo o vendo na recepção.

Henrique: vim ver sua mãe. — ele sorri fraco. — por que não avisou que vinha?

Cecília: preferi vim só. E minha mãe não quer nos ver hoje, só amanhã.

Opostos ∞ - Colégio Interno.Onde histórias criam vida. Descubra agora