Viagem.

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Padrasto: Acorda Cecília, já são 10:00. — ele abre a cortina do meu quarto.

O sol invade meu quarto e eu abro os olhos devagar.

Padrasto: já são 10:00, 10:00 Cecília! — ele repete e pulo da cama.

Pego o celular e ainda são 07:00.

Cecília: nossa, sério que o senhor fez isso, pai? — me acalmo e sento na cama.

Padrasto: você viaja as 19:00, certamente quer rever os amigos. — ele sorri e sai do quarto.

Ele não quer que eu vá embora, na real, eu vou morar com meu pai.

Não porque eu quero. Vou explicar.

No mesmo dia em que o Henrique me beijou meu pai veio aqui novamente, e ameaçou meu padrasto. Disse que se eu não fosse embora com ele, o mesmo colocaria meu padrasto na justiça.

E para evitar isso resolvi ir, passar um tempo lá. Até meus 20 anos. O que falta muito.

Faço minhas higienes e desci.

Cecília: hum, temos visita para tomar café? — sorri ao ver Henrique e Juliana sentados com meu padrasto.

Juliana: visita não palhaça, sou da família. — ela brinca e damos risada. — animada pra viagem?

Cecília: mais ou menos. Nem sei onde meu pai mora. — dou de ombros.

Padrasto: você esta animada sim, ficou horas comprando coisas para levar. — ele diz cabisbaixo.

Henrique: tu vai mesmo pra casa daquele cara, mesmo sem saber onde é?

Cecília: eu preciso ir. Não quero que ele envolva a justiça nisso tudo. — abraço meu padrasto por trás e beijo seu rosto.

Padrasto: deixa que ele coloque! Ganhamos isso fácil.

Cecília: não quero dar estresse pra ninguém, ok?

Me sentei e nos servimos.
Henrique ficou calado, do jeito que ele fica quando está com raiva.

•••

Fomos para o quarto enquanto meu padrasto e Henrique foram ao mercado.

Juliana: acho que o Henrique não gostou dessa tua viagem.

Cecília: por que não gostaria?

Juliana: ele gosta de você ainda, amiga. — ela sorri.

Cecília: não viaja. Nossa amizade está mais forte do que nunca. — falo e me jogo na cama.

Juliana: tu se faz de doida né, desgraça? Meu irmão ta sofrendo Cecília!

Cecília: para de graça, Henrique não sofre. As várias que ele tem podem ajudar ele.

Juliana: "nenhuma delas é a Cecília". É isso que escuto todo dia. — meu coração acelerou.

Cecília: não tenta por coisas na minha cabeça ok? Quero viajar sem pensamentos que me corroam por dentro. — ela me dá língua e mostro meu dedo do meio pra ela.

Eles chegaram do mercado e meu padrasto foi levar a Juh em casa. Eu subi para ver um filme enquanto tinha tempo.

Marley e eu.

Amo esse filme!

A porta do quarto se abre e vejo um Henrique sem camisa com uma vasilha de pipocas na mão.
Naquele momento eu não conseguia ver ele como meu amigo, e meu coração apertou.

Henrique: posso assistir também? — ele sorri de lado e porra, meu coração derreteu.

Cecília: sabe que não precisa pedir. — sorri e ele se sentou ao meu lado.

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