II.X. A ruína de um homem

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por Uchiha Sasuke...

Não observá-la estava fora de cogitação. O lençol a cobria até a cintura, e o fazia muito mal, de maneira que suas costas, desprovidas de qualquer vestimenta, estavam expostas em toda sua glória para mim, bem como boa parte de suas pernas.

Sakura dormia há horas e desde estão eu não era capaz de deixar que meus olhos descansassem do seu corpo. Os primeiros raios de sol intensificavam o espetáculo ao banhá-la em particular, uma curiosa coincidência para com o alinhamento das cortinas.

Dois minutos atrás ela estava virada para mim. Mesmo inconsciente pelo sono, seu senso de proteção à fazia dormir com os braços unidos em frente aos seios, as mãos espalmadas uma na outra apoiando o rosto.

Cheguei a pensar que perderia o fôlego daquele ângulo, mas suas costas haviam se tornado meu novo vício.

Meu dedo indicador, antes mesmo que eu pudesse evitar, e tão pouco o quisesse, percorrera a extensão da sua coluna suavemente, sentido o quão macia e quente era sua pele. Parei na base inferior, entre duas covinhas bem marcadas sobre o quadril, aquecendo meu corpo ao contemplá-las. Saber da existência delas... saber que eram minhas, que eu era o único no mundo com permissão para adorá-las...

O casamento era a quebra dos meus limites. Ele precisava existir para me fazer digno dela.

Naquela mesma noite, tinha tornado Sakura completamente minha, bem como ela me fizera seu. Toquei cada parte do seu corpo que me recusei a tocar antes, mesmo sabendo que ela não se oporia. Senti todo o seu apelo aos meus estímulos e guardei com segurança no lugar mais profundo em mim cada gemido que ela projetou. Quase não fui capaz de controlar minha própria necessidade quando suas costas arquearam violentamente em reação a atenção especial que minha boca dera para o centro de suas pernas.

Sabia que precisava ir devagar quando meu corpo enfim cobriu o seu... Cada célula minha lutou bravamente para conter meus instintos depois de faze-la chegar lá pela primeira vez na noite, despejando todo seu prazer na minha boca. Unir-me a ela em seguida exigira um auto controle absurdo. Rasgava-me a simples concepção de machucá-la em um processo que deveria ser exclusivamente cúmplice e prazeroso.

Sakura cravara os dentes no meu ombro e circulara as pernas com força ao redor do meu quadril no momento em que viramos um só. Congelei sobre ela, incapaz de me mover até saber que estava tudo bem. Tão pouco importava a dor da mordida.

– Preciso dos seus olhos... – sussurrei no seu ouvido, incentivando-a.

Devagar, ela voltou a apoiar a cabeça no travesseiro, mas ainda mantinha as pálpebras preciondas e as mãos seguras nas minhas costas, como se de alguma maneira corresse o risco de cair ao me soltar. Meu olhar, procurava atento por qualquer sinal em sua expressão.

– Continue – ela murmurou de volta, mostrando-me enfim suas íris verdes ardendo em chamas.

Qualquer coisa que ela me pedisse com aquilo... Eu o faria sem questionar.

Cada rasgo que Sakura desenhava com as unhas nas minhas costas refletiam diretamente no nosso ritmo. Por um instante, tão rápido quanto um flash, achei que fosse morrer, certamente o mesmo pensamento também lhe ocorreu e, de qualquer maneira, se fosse o caso, estava certo em pensar que nenhum de nós dois se oporia.

Chegamos ao clímax juntos, em completo abandono de um para o corpo do outro.

Afundei minha cabeça na curva do seu pescoço, respirando com dificuldade, sentindo seu cheiro e espasmos sob mim. Ambos pingavamos de suor, exaltos, mas não saciados. Era impossível estipular algum momento no futuro em que ficaríamos sem sede alguma depois daquela fantástica experiência.

Ao me separar dela, Sakura gemeu em relutância e logo se agarrou sobre mim quando minhas costas doloridas tombaram contra o colchão, embora não tenha dito mais nada e muito menos feito algo. Logo sua respiração, outrora urgente, tornou-se regular.

Certamente, eu estava tão cansado quanto ela, mas não acho que seria possível dormir, nem se eu quisesse muito – o que, obviamente, não era o caso.

Eu não queria perder nenhuma alteração do seu rosto enquanto dormia depois do que fizemos, por mais sútil e involuntária que fosse. Trouxe-a para mais perto e assim ficamos pela próxima hora: comigo a velar seu sono sobre meu peito. Até que ela escalou-me e começamos tudo de novo...

O corpo de Sakura era, com bastante propriedade, a minha ruína.

Ela me olhou na segunda vez com essa certeza nos olhos, controlando-me por inteiro.

A paz em que se encontrou ao adormecer novamente depois de toda aquela energia aquecia meu coração. Sakura confiava em mim para protegê-la enquanto a mesma não poderia. Confiava o suficiente para dormir comigo quando ainda nem tínhamos uma bênção, bem como o fazia agora ao descansar seu corpo nu ao lado do meu.

Parecia algo muito pequeno e de se esperar depois das decisões que tomamos, especialmente a do dia anterior, mas ainda assim, era arrebatador.

Sakura ocupava o distrito Uchiha não mais como uma visita, mas como senhora daquele lugar. Peguei-me imaginando o quão apropriado o símbolo do nosso clã ficaria ao ser bordado em suas costas.

Nosso... Então era isso, eu não estava mais sozinho afinal.

Não que eu estivesse antes, mas agora eu não era mais o único de um povo, não era só um sobrevivente... A responsabilidade de reconstruir o nosso nome com base nos princípios de Itachi parecia grande demais, mas eu estava perfeitamente confortável com isso porque não mais o faria por conta.

Sakura respirou fundo no meio de um sonho e outro e tornou a se virar para mim. Involuntariamente, aninhou-se o mais próximo que conseguiu e sorriu satisfeita ao respirar o nosso cheiro. Ainda assim não acordara e eu duvidava que o fosse fazer tão cedo.

Não sentia mais como se não a merecesse. A ardência que percorriam meus dedos ao toca-la não era mais incomoda e sim prazerosa. Sakura havia oficialmente aceitado-me em sua vida da maneira que eu era.

Uma vez que eu tive a oportunidade de experimentar tamanha satisfação ao seu lado, não acho que seria capaz de deixa-la ir.

Decisões (SasuSaku)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora